domingo, 20 de janeiro de 2013

Nosso grande desafio: como criar uma Governança Democrática que realmente propicie decisões que atendam aos Interesses da Humanidade e não aos de um pequeno conjunto de Grupos de Interesses?


Os Capitalismos de Estado (Ditaduras pró-Ocidente e 'Socialismos Reais' (China, Cuba, URSS, etc.)) padecem do mesmo mal: enquanto se dizem atuando no interesse do Bem Comum, na verdade são instrumentos para gerar benefícios para suas próprias NOMENKLATURAS: os membros / pessoas confiáveis dos Partidos Comunistas ou, geralmente, os militares / pessoas confiáveis das Ditaduras pró-Ocidentais.

Mesmo as Democracias Ocidentais padecem do conflito entre as aspirações do Povo (Demo) e as suas NOMENKLATURAS, principalmente as financeiras, que controlam as decisões estratégicas, ultimamente no nível internacional, buscando maximizar seus interesses (ex.: bonus para dirigentes financeiros), sem levar em conta o Bem Comum (Crise 2008-?).

Este é o nosso grande desafio: como criar uma Governança Democrática que realmente propicie decisões que atendam aos Interesses da Humanidade e não aos de um pequeno conjunto de Grupos de Interesses?

Galbraith – Dinheiro e capital ainda conferem certa autoridade a quem os possui, mas o poder verdadeiro reside hoje em dia nas grandes corporações. Por isso, tenho relutado em usar a palavra capitalismo. E o mesmo acontece com outros economistas e administradores – ainda que por razões diferentes. Como digo em meu livro, empreendeu-se nas últimas décadas um esforço de troca de nomenclatura. Em vez do capitalista, temos o executivo, personagem que conquistou melhor aceitação pública do que seu antecessor. A um termo cheio de conotações históricas como capitalismo, prefere-se a expressão anódina "sistema de mercado". Freqüentemente, ela esconde o fato de que esse sistema supostamente impessoal está sujeito a manipulações abrangentes. Veja - Edição 1884 . 15 de dezembro de 2004

Estas reflexões decorrem da leitura do livro  www.slideshare.net/pjvalente/o-sociocapitalismo

Referem-se ao trecho abaixo:
(Páginas 8-9) A queda do império soviético e a supremacia incontestável americana causaram uma euforia no mundo capitalista. Foi naquela época então que o mago da administração moderna Peter Drucker lançou o livro – “A Sociedade Pós-Capitalista”; onde mencionava como os fundos de Pensão estavam revolucionando a América. Drucker escrevera com muita propriedade que o capitalismo estava em processo de “metamorfose”; e que o capitalismo de poucos”  transformava-se no “capitalismo para todos”.

No outro lado do planeta, a China comunista que sabiamente fizera algumas reformas econômicas importantes em 1978; transformando a sua rígida “economia de planejamento central”, em uma “economia aberta e orientada para o mercado”; com objetivo de alavancar a sua então estagnada economia. Naquela altura começava a colher os frutos do sucesso; desenvolvendo-se com impressionantes taxas de crescimento anuais em torno de 10% ao ano, causando inveja em muitos países.

Na realidade, a ousada transfusão do “sangue capitalista”  para dentro do sistema socialista possibilitou que a China voltasse a ser um gigante da economia mundial, que todos respeitam e admiram.

Ironicamente, quando a China comunista turbinava a sua economia, convergindo para o “receituário capitalista”, implantando o “socialismo de mercado”; os Estados Unidos convergiam para a chamada “socialização de mercado”  mencionada por Drucker; indicando assim que haveria uma convergência entre estes sistemas econômicos. O quê me deixava perplexo e com novos questionamentos em mente, imaginado como seria o futuro da sociedade pós-capitalista”  mencionada por ele; onde dividir o capital entre os trabalhadores seria corriqueiro e muito lucrativo.

Paralelamente imaginava também o perfil do “pós-socialismo” da Rússia, China e outros “países comunistas”, onde enriquecer tornara-se glorioso. Neste contexto procurei estudar as transformações que ocorrem no mundo após as grandes crises financeiras cíclicas, por conta do mundo globalizado; imaginando os reflexos que teriam na convergência dos sistemas econômicos.

Entretanto faltava um modelo teórico que servisse de referência para analisar essas transformações e explicar onde a convergência iria chegar. E o pior, eu não conseguia encontrar nas livrarias algum livro que tratasse do assunto. De modo que isso me instigava a desenvolvê-lo.

Então, a partir das questões mencionadas acima, passei a trabalhar intensamente na elaboração do modelo que, a partir da convergência final entre o socialismo e capitalismo, fundamentasse o “pós-socialismo” e o pós-capitalismo”; como um sistema político-econômico único deste século 21.

Para denominar o novo sistema político-econômico que desponta abracei o termo “sociocapitalismo”. Não aquele pobre “socialismo de fundo de pensão”, mencionado falaciosamente por Peter Drucker. Mas o sociocapitalismo verdadeiro”, que mistura acertadamente as boas práticas do capitalismo e do socialismo.

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Edição 1884 . 15 de dezembro de 2004
Entrevista: John Kenneth Galbraith
Ainda no ataque
Na ativa aos 96 anos, o lendário economista americano agora atira contra as fraudes corporativas
(...)
Veja – John Maynard Keynes, uma de suas principais influências como economista, anda um pouco fora de moda atualmente. Qual o legado keynesiano que se deveria guardar?

Galbraith – Não concordo com esse comentário sobre Keynes. A tese central que ele defendeu – a de que a economia requer a influência estabilizadora do Estado – continua intacta. Os governantes que desprezarem essa idéia serão inexoravelmente punidos. Ainda vivemos na Era de Keynes, tanto quanto na Era de Adam Smith.
(...)
Veja – "O negócio deste país são os negócios." Como o senhor se sente a respeito dessa célebre frase do presidente Calvin Coolidge (1872-1933)?

Galbraith – Discordo dela, é claro. A vida americana tem um sentido bem mais amplo do que "o negócio de fazer negócios". Gosto de pensar que nossa força científica e nossa cultura são as fontes reais de orgulho.
(...)
Veja – Pode-se dizer que o capitalismo, como a democracia, "é o pior sistema com a exceção de todos os outros", ou ainda existe algum sentido em buscar alternativas radicais a ele?

Galbraith – Dinheiro e capital ainda conferem certa autoridade a quem os possui, mas o poder verdadeiro reside hoje em dia nas grandes corporações. Por isso, tenho relutado em usar a palavra capitalismo. E o mesmo acontece com outros economistas e administradores – ainda que por razões diferentes. Como digo em meu livro, empreendeu-se nas últimas décadas um esforço de troca de nomenclatura. Em vez do capitalista, temos o executivo, personagem que conquistou melhor aceitação pública do que seu antecessor. A um termo cheio de conotações históricas como capitalismo, prefere-se a expressão anódina "sistema de mercado". Freqüentemente, ela esconde o fato de que esse sistema supostamente impessoal está sujeito a manipulações abrangentes.

Veja – O senhor chama de fraude a idéia de que o setor público e o privado são independentes. Por quê?

Galbraith – A economia moderna, representada em sua forma exemplar pelos Estados Unidos, é produto do surgimento de corporações poderosas e de novos métodos de administração empresarial, com sua casta de executivos. O ponto forte dessa economia é a capacidade de mobilizar recursos científicos, organizacionais, culturais e políticos muito variados. O maior de seus efeitos negativos, particularmente visível no presente, é a habilidade das corporações de imiscuir-se à força nas políticas governamentais e direcioná-las. É o que vemos ocorrer agora na malfadada aventura americana no Iraque. Dito de outra maneira, o desserviço da economia moderna está na sua tendência de favorecer concentrações de poder e solapar a lógica da distribuição da autoridade política por meios democráticos. A intromissão do setor privado no chamado setor público é ostensiva e crescente, e negá-la é uma fraude – nada inocente. Essa é a contribuição ainda não devidamente "celebrada" de nossa época à história econômica.

Veja – O senhor considera inexata a idéia de que os acionistas – ou os donos – são os detentores do poder nas grandes corporações. Por quê?

Galbraith – A crença de que os acionistas e os conselhos de administração detêm a autoridade final nas grandes empresas de capital aberto de hoje em dia persiste, mas é uma fuga da realidade. É um mito. O poder na empresa pertence à administração – à burocracia empresarial, ainda que burocracia seja uma palavra fortemente condenada. O grave é que os executivos ganharam pleno controle sobre sua atuação – e sobre sua própria remuneração.

Veja – O que há de errado com o conceito de soberania do consumidor – a idéia de que, no capitalismo, o indivíduo escolhe com independência os bens que vai adquirir?

Galbraith – Essa é uma fraude muito propagada, inclusive no ambiente universitário. Ela nasce da tendência a silenciar sobre o poder de controle do marketing. O "consumidor soberano" na verdade é tutelado sem cessar pelos altamente qualificados mandarins da propaganda. Que ninguém se engane: não importa o número de gráficos sobre o poder de escolha do público que os economistas produzam, o fato é que atribuímos ao consumidor uma autoridade maior do que a que ele realmente possui.

Veja – O senhor critica os gastos americanos com armamentos. Os Estados Unidos poderiam gastar menos nesse campo?

Galbraith – Poderiam e deveriam. A força motriz desses gastos encontra-se na autoridade conferida nos Estados Unidos às Forças Armadas e suas lideranças, e também nos interesses do complexo industrial-militar. Empresas nominalmente privadas têm hoje um pé firmemente plantado no establishment militar americano e influenciam de maneira decisiva no orçamento de defesa. Essas empresas conquistaram uma fatia de poder sobre o setor público, sobre nossa política externa e sobre nossos acordos militares.

Veja – O Fed, o banco central americano, e seu presidente, Alan Greenspan, desfrutam de grande respeito. Por que o senhor discorda?

Galbraith – Alan Greenspan é uma figura pública muito hábil. Quanto a isso, não há dúvida. Ele é o beneficiário e, em certa medida, também o arquiteto da crença de que as políticas do Fed têm um efeito determinante sobre a economia. Exceto no campo da habitação, isso é um exagero. Há algo de muito reconfortante na crença de que o Fed tem essa autoridade serena e luminosa. Olhemos a história. Quase um século de experiência mostra que essa autoridade é frágil, quase negligenciável. Empresas investem para lucrar, e suas decisões são afetadas apenas marginalmente pela taxa de juros – quando são. Um período de euforia econômica se estenderá, a despeito da modificação das taxas, assim como uma fase de declínio também não será revertida. Para todos os que se preocupam com moeda e crédito, a afirmação de que o Fed tem poderes especiais supostamente denota uma inteligência econômica do tipo mais refinado. É o oposto disso.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Livro : O Novo Estado Industrial, John Kenneth Galbraith.
Excelente livro de Economia, do renomado economista canadense, naturalizado americano, de origem escocesa, John Kenneth Galbraith.

Conceitos principais:

   tecnoestrutura: é o grupo de especialistas, engenheiros, matemáticos, estatísticos, contabilistas, administradores,dentre outros, dentro de uma empresa que fazem-na funcionar, em todas as suas principais funções, planejamento de produção, pesquisa e desenvolvimento, marketing, vendas, investimentos, setor jurídico, etc. Wiki entrada por mim na Wikipedia.

    sistema de planejamento: é a parte da economia dominada pelas grandes empresas. Wiki entrada por mim na Wikipedia.

Idéias principais. Resumo:
    As grandes empresas ou companhias, a partir das primeiras décadas do século XX, deixaram de ser comandadas por empresários para serem comandadas pelas chamadas tecnoestruturas. Exemplos dados: Ford, General Motors,  General Electric, Lockheed, Boeing.  A tecnoestrutura normalmente não possui quantidades significativas de ações. São assalariados. Os controladores da grande empresa,  grupo de acionistas majoritários ou que conseguem  o percentual suficiente para o controle, normalmente não tem poder decisório administrativo, o qual pertence à tecnoestrutura, que trabalha para produzir lucros para os controladores.

    O sistema de planejamento domina o mercado. Impõe o que deve ser produzido, a quantidade a ser produzida, e a que preço deve ser vendida. Para criar o mercado utilizam intensamente de meios de persuasão pelas mídia, as campanhas publicitárias.

    O sistema de planejamento atua junto com o governo, ora fornecendo produtos e serviços, ora recebendo investimentos para pesquisa e desenvolvimento, ora recebendo especialistas egressos das instituições de ensino públicas.

    O sistema de planejamento, o Estado e as instituições de ensino e pesquisa compartilham objetivos e valores comuns. Todos acabam por se beneficiar da interação recíproca.

    Necessidade e importância das artes e ciências humanas para a sociedade, em contraposição às ciências voltadas somene para a produção de bens e serviços.
    Sistemas de planejamento existem tanto em sociedades capitalistas como socialistas.

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SÁBADO, 3 DE MARÇO DE 2007
Livros:"A Fraude Inocente – O Crescimento das Grandes Empresas e o Futuro da Democracia"
A Fraude Inocente – O Crescimento das Grandes Empresas e o Futuro da Democracia”, John Kenneth Galbraith, Gestão Plus, 95 páginas, 10 euros

Uma comunidade funcional, liberal nos Estados Unidos, social-democrata ou socialista na Europa e no Japão, sujeita a economia e outros sectores à perspectiva do bem comum. Reside aqui um grande erro. Aquilo que se apresenta como um bem comum pode reflectir apenas uma tendência normal para uma expressão e acção em benefício próprio.”

Esta é uma das muitas frases perspicazes desta curta obra de Galbraith, um dos mais respeitados economistas do século XX, que neste livro apresenta a diferença que existe entre percepção e realidade do sistema económico (sobretudo norte-americano). “ O que prevalece na vida real não é a realidade, mas a tendência do momento e o interesse financeiro”, diz. 

Conhecido por “não ter papas na língua”, este economista, que tem o poder de nos envolver nas suas palavras, apresenta a aparente contradição (“ Como pode a fraude ser inocente?”) do actual sistema económico afirmando que “o papel da empresa na sociedade é um exemplo gritante da fraude inocente.” 

De leitura agradável esta obra, que foi a última das 40 obras de Galbraith (1908-2006), destaca-se por ser fluida, muito afirmativa e por colocar em cima da mesa um tema quente: o papel das empresas e dos gestores na economia moderna. De destacar que ao lermos este livro sentimos que o pensamento que deu origem a estas palavras é um produto de muita pesquisa, estudos e vivência. 

Para terminar, “Deixo ao leitor um último e tristemente relevante facto: a civilização tem dado grandes passos ao longo dos séculos na ciência, na medicina, nas artes e na maior parte dos aspectos, se não em todos, relacionados com o bem-estar económico. Mas também tem oferecido oportunidades privilegiadas para a criação de armas e a ameaça e realidade da guerra. O extermínio em massa tem sido o mais bem conseguido de todos os feitos humanos.”

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John Kenneth Galbraith

John Kenneth Galbraith (Iona Station, Ontário, 15 de outubro de 1908 — Cambridge, 29 de abril de 2006) foi um economista, filósofo e escritor estado-unidense, conhecido por suas posições Keynesianas.

Galbraith foi cético perante as extravagâncias da "teoria econômica quando não justificadas pelos dados empíricos". Por exemplo, no seu livro intitulado "In The New Industrial State" (1967), ele afirma que muito poucas indústrias nos Estados Unidos enquadram-se no modelo da concorrência perfeita.

Conhecido por suas posições liberais, foi assessor econômico do presidente John Kennedy e publicou diversos livros, entre os quais The Affluent Society (A sociedade opulenta), no ano de 1958, em que critica a política econômica dos Estados Unidos. Aposentado como professor universitário em 1957, publicou em 1981 a autobiografia A Life in Our Times: Memoirs (Uma vida de nosso tempo).[1]

Índice  
1 Biografia
2 Livros
3 Referências
4 Ligação externa
(…)


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Nomenklatura
Nomenklatura (palavra russa derivada do latim) era como se designava a "burocracia", ou "casta dirigente" da União Soviética. Ela incluía altos funcionários do Partido Comunista da União Soviética e trabalhadores com cargos técnicos, artistas e outras pessoas que gozavam da simpatia do Partido Comunista. Na verdade, os membros da "nomenklatura" eram, em sua esmagadora maioria, filiados ao Partido Comunista da União Soviética e gozavam de inúmeros privilégios e vantagens inacessíveis para o restante da população do país.

Origens
O termo nomenklatura deriva do latim nomenclatura que, assim como em português, significa uma lista de nomes. Originalmente, era uma lista de postos ou cargos com altas responsabilidades, cujos ocupantes deviam ser previamente aprovados pelo Partido Comunista da União Soviética. Por extensão, o nome passou a ser usado também para as pessoas que ocupavam tais cargos.

O número de membros da Nomenklatura chegou a ser de 750.000 pessoas. No início, este grupo cresceu como o encarregado por administrar um país de proporções continentais, abrigando mais de 300 milhões de habitantes. Seus militantes exerciam diversos trabalhos, desde técnicos a artísticos. Ainda que nem todos os membros pertencessem ao Partido Comunista, deviam ser vistos com bons olhos por ele.
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Atenciosamente.
Claudio Estevam Próspero 
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