quarta-feira, 16 de maio de 2018

Detroit-De 'Meca do Automóvel' à 'Vitrine das Fazendas Urbanas'

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A reinvenção de Detroit, soterrada pela crise

Soterrada pela crise, a cidade que viu nascer a indústria automobilística precisa encontrar uma nova vocação. Segundo muitos, a salvação, acreditem, pode estar no agronegócio

(...) Os dias de glória do berço da indústria automobilística há muito ficaram para trás e a mais recente crise foi como um tiro de misericórdia para a cidade motor. A metrópole que já abrigou 2 milhões de habitantes em seu auge, nos anos 50, hoje conta com uma população de aproximadamente 800 000 pessoas.
Há pelo menos 80 000 casas abandonadas e o governo municipal, com uma arrecadação que também encolhe a cada ano, mal consegue prover educação, segurança e serviços básicos a diversos bairros.
“A dura realidade é que algumas áreas da cidade não são mais viáveis diante das perdas financeiras e de população que enfrentamos”, disse Bing num discurso recente. “Mas, em vez de olhar para essas áreas como um problema, vamos começar a pensar criativamente sobre como elas podem ser aliadas na reinvenção de Detroit.”
A indústria automotiva sempre esteve no centro das atividades da metrópole. Na década de 50, no auge dos negócios, o setor era responsável por quatro em cada dez empregos e respondia pela maior parte do PIB de Detroit. A cidade sentiu como nenhuma outra a derrocada das grandes montadoras americanas.
Somente em 2009, cerca de 130 000 vagas foram eliminadas em Detroit. A GM, sozinha, fechou nos últimos anos seis fábricas na zona metropolitana, contribuindo para aumentar a coleção de galpões industriais vazios que se vê hoje por lá. Nas últimas semanas, o prefeito Bing anunciou seu plano para resolver o problema de áreas abandonadas de Detroit.  (...)

(...) Detroit, símbolo da indústria automobilística americana e do período de grande prosperidade do pós-guerra, tornou-se uma cidade de fazendas urbanas. Moradores transformaram grandes quintais ou galpões vazios em espaços para plantar. À primeira vista, poderia parecer um grande emblema dos tempos em que vivemos: em vez de produzir automóveis poluentes, a cidade agora planta o que come. Não é bem assim. Se estão aderindo à moda das fazendas dentro de cidades, é porque os habitantes não têm outra opção. 


Para muitas dessas pessoas, plantar é um retrocesso. Afinal, suas famílias chegaram do sul dos Estados Unidos em busca de empregos e oportunidades. E agora Detroit se tornou um grande deserto, uma cidade fantasma. Não existem grandes redes de supermercados e as melhores opções de consumo são as batatas fritas das lojas de conveniência dos postos de combustível — que muita gente deixou de frequentar porque vendeu o próprio carro. Esses moradores preferiam um bom emprego no Wal Mart a colher alfaces. 



Se ali as tão elogiadas fazendas urbanas são sintoma de uma grave crise econômica e social, em outros lugares elas parecem representar um vislumbre de um futuro mais equilibrado e sustentável. Fica em Nova York a maior fazenda de telhado do mundo, a Brooklyn Grange, com 3,7 mil m2 de criação de tomates e pimentas sobre um galpão de seis andares. Em metrópoles dos Estados Unidos e da Europa, fazem sucesso os kits de uma empresa da Holanda que ajudam a construir um ambiente controlado para plantação e incluem lâmpadas de LED capazes de substituir a luz do sol. O impacto local desses projetos parece positivo. Mas mesmo nesses casos as fazendas urbanas causam problemas maiores do que as soluções que propõem. 




Detroit planeja maior “fazenda urbana” do mundo

Iniciativa destina espaços urbanos sem utilidade para a produção de alimentos

A empresa Hantz Farms comprou neste ano 1.450 lotes e pretende demolir 50 casas interditadas pela prefeitura de Detroit, nos Estados Unidos, para a plantação de um pomar com aproximadamente 15 mil árvores. A iniciativa promete ser a maior fazenda urbana do mundo, “título” que hoje pertence a Vancouver, no Canadá, onde a companhia Sole Food consegue suprir a demanda de vários restaurantes e mercados locais ao produzir 60 toneladas de comida por ano, além de criar empregos para ex-viciados e deficientes mentais que vivem na região.


Descubra o que são fazendas urbanas

As fazendas urbanas surgiram da união de agregar espaços de concreto, como edifícios, com as áreas verdes voltadas para a produção agrícola. A iniciativa é defendida por muitos especialistas e já ganhou adeptos ao redor do mundo.
O conceito de fazenda urbana ainda é muito recente no Brasil e está em crescimento, comparado a lugares em que essa prática já está em desenvolvimento, como nos Estados Unidos e Canadá. Ao contrário de países localizados na América do Norte e na Europa, aqui no País há o predomínio de hortas comunitárias, iniciativas que já são muito difundidas no exterior há algum tempo.
A cidade de Nova York, nos Estados Unidos, é uma das que já aderiram ao conceito de fazendas urbanas. Por lá, é possível encontrar plantações de tomates, criação de galinhas e peixes em meio à vida urbana. Uma das iniciativas na cidade está localizada no bairro do Bronx, em um espaço cedido pela prefeitura para que a fazenda urbana fosse instalada de maneira colaborativa. (...) 

Enquanto esse projeto não sai do papel, a cidade de Vancouver, no Canadá, ocupa o topo do ranking de maior fazenda urbana do planeta. A Sole Food consegue suprir a demanda de vários restaurantes e mercados locais ao produzir 60 toneladas de comida por ano, além de criar empregos para ex-viciados e deficientes mentais que vivem na região.

Londres, na Inglaterra, também aderiu às fazendas urbanas. Além disso, a cidade criou uma solução inovadora para combater a falta de espaço para implantar iniciativas como essa. O projeto Food in the Sky viabilizou a implantação de hortas e pomares no topo de prédios da cidade. Para isso, mais de 3 milhões de metros quadrados sem utilidade deram espaço para a produção de alimentos.

Dragonfly: edifício fazenda urbana vertical
O arquiteto belga Vincent Callebaut é mais ambicioso quando se fala em fazenda urbana. Um de seus projetos é o Dragonfly, um edifício composto por duas torres que formariam uma imensa fazenda urbana vertical em Roosevelt Island, em Nova York, nos Estados Unidos.

A obra lembra uma asa de vidro de uma libélula gigante e teria uma estrutura voltada para a produção de gado, laticínios, granjas, pomares e campos de arroz. Tudo isso estaria integrado a escritórios e apartamentos.

Além disso, o projeto prevê a geração de energia solar, eólica e a retenção de calor no inverno. A água da chuva seria reaproveitada ao misturar fertilizantes orgânicos para servir de alimento para a vegetação.


SAIBA MAIS:

Filadélfia quer transformar todos os prédios abandonados da cidade em fazendas verticais

Região onde foi construída a primeira fazenda vertical totalmente vegana do mundo,  Filadélfia quer mais. As autoridades locais querem expandir as políticas públicas que incentivam a criação de fazendas urbanas e verticais na cidade.
Com invernos bem intensos, a capital do estado da Pensilvânia não é o local mais apropriado para o cultivo de alimentos. Mas o vereador Al Taubenberger, autor de projeto de lei sobre o tema, acredita que “a coisa mais nobre que um homem pode fazer é produzir alimentos para os outros”.
O PL quer transformar todos os prédios abandonados da cidade em fazendas verticais. “A oportunidade está aí; os prédios estão aí; e as pessoas estão procurando por emprego”, diz Taubenberger, que ainda sonha em expandir a iniciativa para todas as escolas locais. 
A cidade já possui mais de 40 hortas comunitárias espalhadas pela cidade. A ideia é que com o crescimento do número de fazendas verticais, passe a consumir cada vez menos água e ocupar menos espaço do que os cultivos tradicionais. Lembra da fazenda vertical japonesa que produzirá 30 mil pés de alface todos os dias?
Ao cultivar alimentos locais, diminui-se a distância percorrida pela comida até a mesa do consumidor final. Reduzindo também os gases de efeito estufa que são emitidos durante o transporte. Além disso, aumenta-se a qualidade dos alimentos, que muitas vezes já não estão mais frescos quando chegam às gôndolas.
Algumas cidades mundo afora, como Recife, Copenhague e Toronto já possuem legislação para que prédios tenham telhados verdes. A corrida pelo título de cidade mais verde do mundo é a melhor e mais empolgante competição que vivemos nos últimos tempos!
SAIBA MAIS:

Esta fazenda do futuro não usa solo e 95% menos água - Antigos distritos industriais, nas cidades, tornam-se Recursos para Agricultura Urbana!

Reduzindo, ainda, consumo energia, custo e pegada ecológica com transporte, do campo para consumidores.



Fórum Econômico Mundial (WEF): Isso é uma fazenda no seu telhado? A agricultura está prosperando em alguns lugares inesperados

Produzindo 7 mil quilos de alimentos a partir de apenas 650 metros quadrados. Saiba mais sobre a agricultura urbana:


A agricultura vertical produz maiores rendimentos em muito menos espaço do que a agricultura tradicional.


Hortas Urbanas são 'sementes conceituais e práticas' das Fazendas Verticais?
"No futuro, compraremos verduras no arranha-céu da esquina, escolhendo cultivos frescos por andar. Nas maiores cidades do mundo, multiplicam-se os projetos de plantações verticais. Conheça a roça high tech."

LEIA AQUI:

Um comentário:

  1. TZM - Uma Nova Forma de Pensar [Grupo, no Facebook, para discutirmos os capítulos do livro]

    Versão, em PDF, da tradução colaborativa do livro “The Zeitgeist Movement Defined: Realizing a new train of thought“, como se encontrava em 17/03/2015. BAIXE AQUI:

    https://www.facebook.com/groups/629135447734709/files

    Obs.: disponibilizo aqui por não estar conseguindo acessar a versão online do site:

    UMA NOVA FORMA DE PENSAR - O MOVIMENTO ZEITGEIST

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