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A reinvenção de Detroit, soterrada pela crise
Soterrada pela crise, a cidade que viu nascer a indústria automobilística precisa encontrar uma nova vocação. Segundo muitos, a salvação, acreditem, pode estar no agronegócio
(...) Os dias de glória do berço da indústria automobilística há muito ficaram para trás e a mais recente crise foi como um tiro de misericórdia para a cidade motor. A metrópole que já abrigou 2 milhões de habitantes em seu auge, nos anos 50, hoje conta com uma população de aproximadamente 800 000 pessoas.
Há pelo menos 80 000 casas abandonadas e o governo municipal, com uma arrecadação que também encolhe a cada ano, mal consegue prover educação, segurança e serviços básicos a diversos bairros.
“A dura realidade é que algumas áreas da cidade não são mais viáveis diante das perdas financeiras e de população que enfrentamos”, disse Bing num discurso recente. “Mas, em vez de olhar para essas áreas como um problema, vamos começar a pensar criativamente sobre como elas podem ser aliadas na reinvenção de Detroit.”
A indústria automotiva sempre esteve no centro das atividades da metrópole. Na década de 50, no auge dos negócios, o setor era responsável por quatro em cada dez empregos e respondia pela maior parte do PIB de Detroit. A cidade sentiu como nenhuma outra a derrocada das grandes montadoras americanas.
Somente em 2009, cerca de 130 000 vagas foram eliminadas em Detroit. A GM, sozinha, fechou nos últimos anos seis fábricas na zona metropolitana, contribuindo para aumentar a coleção de galpões industriais vazios que se vê hoje por lá. Nas últimas semanas, o prefeito Bing anunciou seu plano para resolver o problema de áreas abandonadas de Detroit. (...)
(...) Detroit, símbolo da indústria automobilística americana e do período de grande prosperidade do pós-guerra, tornou-se uma cidade de fazendas urbanas. Moradores transformaram grandes quintais ou galpões vazios em espaços para plantar. À primeira vista, poderia parecer um grande emblema dos tempos em que vivemos: em vez de produzir automóveis poluentes, a cidade agora planta o que come. Não é bem assim. Se estão aderindo à moda das fazendas dentro de cidades, é porque os habitantes não têm outra opção.
Para muitas dessas pessoas, plantar é um retrocesso. Afinal, suas famílias chegaram do sul dos Estados Unidos em busca de empregos e oportunidades. E agora Detroit se tornou um grande deserto, uma cidade fantasma. Não existem grandes redes de supermercados e as melhores opções de consumo são as batatas fritas das lojas de conveniência dos postos de combustível — que muita gente deixou de frequentar porque vendeu o próprio carro. Esses moradores preferiam um bom emprego no Wal Mart a colher alfaces.
Se ali as tão elogiadas fazendas urbanas são sintoma de uma grave crise econômica e social, em outros lugares elas parecem representar um vislumbre de um futuro mais equilibrado e sustentável. Fica em Nova York a maior fazenda de telhado do mundo, a Brooklyn Grange, com 3,7 mil m2 de criação de tomates e pimentas sobre um galpão de seis andares. Em metrópoles dos Estados Unidos e da Europa, fazem sucesso os kits de uma empresa da Holanda que ajudam a construir um ambiente controlado para plantação e incluem lâmpadas de LED capazes de substituir a luz do sol. O impacto local desses projetos parece positivo. Mas mesmo nesses casos as fazendas urbanas causam problemas maiores do que as soluções que propõem.
Detroit planeja maior “fazenda urbana” do mundo
A empresa Hantz Farms comprou neste ano 1.450 lotes e pretende demolir 50 casas interditadas pela prefeitura de Detroit, nos Estados Unidos, para a plantação de um pomar com aproximadamente 15 mil árvores. A iniciativa promete ser a maior fazenda urbana do mundo, “título” que hoje pertence a Vancouver, no Canadá, onde a companhia Sole Food consegue suprir a demanda de vários restaurantes e mercados locais ao produzir 60 toneladas de comida por ano, além de criar empregos para ex-viciados e deficientes mentais que vivem na região.
Descubra o que são fazendas urbanas
As fazendas urbanas surgiram da união de agregar espaços de concreto, como edifícios, com as áreas verdes voltadas para a produção agrícola. A iniciativa é defendida por muitos especialistas e já ganhou adeptos ao redor do mundo.O conceito de fazenda urbana ainda é muito recente no Brasil e está em crescimento, comparado a lugares em que essa prática já está em desenvolvimento, como nos Estados Unidos e Canadá. Ao contrário de países localizados na América do Norte e na Europa, aqui no País há o predomínio de hortas comunitárias, iniciativas que já são muito difundidas no exterior há algum tempo.
A cidade de Nova York, nos Estados Unidos, é uma das que já aderiram ao conceito de fazendas urbanas. Por lá, é possível encontrar plantações de tomates, criação de galinhas e peixes em meio à vida urbana. Uma das iniciativas na cidade está localizada no bairro do Bronx, em um espaço cedido pela prefeitura para que a fazenda urbana fosse instalada de maneira colaborativa. (...)
Enquanto esse projeto não sai do papel, a cidade de Vancouver, no Canadá, ocupa o topo do ranking de maior fazenda urbana do planeta. A Sole Food consegue suprir a demanda de vários restaurantes e mercados locais ao produzir 60 toneladas de comida por ano, além de criar empregos para ex-viciados e deficientes mentais que vivem na região.
Londres, na Inglaterra, também aderiu às fazendas urbanas. Além disso, a cidade criou uma solução inovadora para combater a falta de espaço para implantar iniciativas como essa. O projeto Food in the Sky viabilizou a implantação de hortas e pomares no topo de prédios da cidade. Para isso, mais de 3 milhões de metros quadrados sem utilidade deram espaço para a produção de alimentos.
Dragonfly: edifício fazenda urbana vertical
O arquiteto belga Vincent Callebaut é mais ambicioso quando se fala em fazenda urbana. Um de seus projetos é o Dragonfly, um edifício composto por duas torres que formariam uma imensa fazenda urbana vertical em Roosevelt Island, em Nova York, nos Estados Unidos.
A obra lembra uma asa de vidro de uma libélula gigante e teria uma estrutura voltada para a produção de gado, laticínios, granjas, pomares e campos de arroz. Tudo isso estaria integrado a escritórios e apartamentos.
Além disso, o projeto prevê a geração de energia solar, eólica e a retenção de calor no inverno. A água da chuva seria reaproveitada ao misturar fertilizantes orgânicos para servir de alimento para a vegetação.
Esta fazenda do futuro não usa solo e 95% menos água - Antigos distritos industriais, nas cidades, tornam-se Recursos para Agricultura Urbana!
SAIBA MAIS:
Filadélfia quer transformar todos os prédios abandonados da cidade em fazendas verticais
Região onde foi construída a primeira fazenda vertical totalmente vegana do mundo, Filadélfia quer mais. As autoridades locais querem expandir as políticas públicas que incentivam a criação de fazendas urbanas e verticais na cidade.
Com invernos bem intensos, a capital do estado da Pensilvânia não é o local mais apropriado para o cultivo de alimentos. Mas o vereador Al Taubenberger, autor de projeto de lei sobre o tema, acredita que “a coisa mais nobre que um homem pode fazer é produzir alimentos para os outros”.
O PL quer transformar todos os prédios abandonados da cidade em fazendas verticais. “A oportunidade está aí; os prédios estão aí; e as pessoas estão procurando por emprego”, diz Taubenberger, que ainda sonha em expandir a iniciativa para todas as escolas locais.
A cidade já possui mais de 40 hortas comunitárias espalhadas pela cidade. A ideia é que com o crescimento do número de fazendas verticais, passe a consumir cada vez menos água e ocupar menos espaço do que os cultivos tradicionais. Lembra da fazenda vertical japonesa que produzirá 30 mil pés de alface todos os dias?
Ao cultivar alimentos locais, diminui-se a distância percorrida pela comida até a mesa do consumidor final. Reduzindo também os gases de efeito estufa que são emitidos durante o transporte. Além disso, aumenta-se a qualidade dos alimentos, que muitas vezes já não estão mais frescos quando chegam às gôndolas.
Algumas cidades mundo afora, como Recife, Copenhague e Toronto já possuem legislação para que prédios tenham telhados verdes. A corrida pelo título de cidade mais verde do mundo é a melhor e mais empolgante competição que vivemos nos últimos tempos!
SAIBA MAIS:
Esta fazenda do futuro não usa solo e 95% menos água - Antigos distritos industriais, nas cidades, tornam-se Recursos para Agricultura Urbana!
Reduzindo, ainda, consumo energia, custo e pegada ecológica com transporte, do campo para consumidores.
https://www.youtube.com/watch?v=-_tvJtUHnmU&feature=youtu.be (Legenda em Espanhol)
Fórum Econômico Mundial (WEF): Isso é uma fazenda no seu telhado? A agricultura está prosperando em alguns lugares inesperados
Produzindo 7 mil quilos de alimentos a partir de apenas 650 metros quadrados. Saiba mais sobre a agricultura urbana:
A agricultura vertical produz maiores rendimentos em muito menos espaço do que a agricultura tradicional.
Hortas Urbanas são 'sementes conceituais e práticas' das Fazendas Verticais?
"No futuro, compraremos verduras no arranha-céu da esquina, escolhendo cultivos frescos por andar. Nas maiores cidades do mundo, multiplicam-se os projetos de plantações verticais. Conheça a roça high tech."
LEIA AQUI:
TZM - Uma Nova Forma de Pensar [Grupo, no Facebook, para discutirmos os capítulos do livro]
ResponderExcluirVersão, em PDF, da tradução colaborativa do livro “The Zeitgeist Movement Defined: Realizing a new train of thought“, como se encontrava em 17/03/2015. BAIXE AQUI:
https://www.facebook.com/groups/629135447734709/files
Obs.: disponibilizo aqui por não estar conseguindo acessar a versão online do site:
UMA NOVA FORMA DE PENSAR - O MOVIMENTO ZEITGEIST