Precedentes Históricos: Como as migrações levaram ao saque de Roma
Os Visigodos foram um de dois ramos em que se dividiram os godos, um povo germânico originário do leste europeu, sendo o outro os ostrogodos. Ambos pontuaram entre os bárbaros que penetraram o Império Romano tardio no período das migrações [ _fugindo da fúria dos Hunos que os estavam atacando em suas áreas geográficas_ ]. Após a queda do Império Romano do Ocidente, os visigodos tiveram um papel importante na Europa nos 250 anos que se seguiram, particularmente na Península Ibérica, onde substituíram o domínio romano na Hispânia, reinando de 418 até 711, data da invasão muçulmana.
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Os vestígios visigóticos em Portugal e Espanha incluem várias igrejas e descobertas arqueológicas crescentes, mas destaca-se também a notável quantidade de nomes próprios e apelidos que deixaram nestas e noutras línguas românicas. Os visigodos foram o único povo a fundar cidades na Europa ocidental após a queda do Império Romano e antes do pontuar dos carolíngios [https://pt.wikipedia.org/wiki/Dinastia_carolíngia] . Contudo o maior legado dos visigodos foi o direito visigótico [https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_visigótico], com o Código Visigótico [https://pt.wikipedia.org/wiki/Código_Visigótico], código legal que formou a base da legislação usada na generalidade da Ibéria cristã medieval durante séculos após o seu reinado, até ao século XV, já no fim da Idade Média.
Origem e migrações dos visigodos
Os visigodos emergiram como um povo distinto no século IV, inicialmente nos Bálcãs onde participaram em várias guerras com os romanos, e por fim avançando pela Itália e saqueando Roma, sob o comando de Alarico, no ano 410.
Este povo conquistou, no século III, a Dácia, província romana situada na Europa centro-oriental. No século IV, ante a ameaça dos hunos, o imperador bizantino Valente concedeu refúgio aos visigodos ao sul do rio Danúbio, mas a arbitrariedade dos funcionários romanos levou-os à revolta. Penetraram nos Bálcãs e, em 378, esmagaram o exército do imperador Valente, na Trácia, nas proximidades da cidade de Adrianópolis (atual Edirne).[3]
Quatro anos depois, o imperador Teodósio, o Grande, conseguiu estabelecê-los nos confins da Mésia Secunda, província situada ao norte dos Bálcãs. Tornou-os federados do império e deu-lhes posição proeminente na defesa. Os visigodos prestaram uma ajuda eficaz a Roma até 395, quando começaram a mudar-se para oeste.
Em 401, chefiados por Alarico, que rompera com os romanos, entraram na Itália e invadiram a planície do Pó, mas foram repelidos. Em 408, atacaram pela segunda vez e chegaram às portas de Roma, que foi tomada e saqueada em 410.
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O precariado - A nova classe perigosa
Guy Standing (autoria), Cristina Antunes (tradução)
Nos anos 1970, economistas neoliberais passaram a defender a ideia de que o crescimento e o desenvolvimento dependiam da competitividade do mercado. A partir daí, a maximização da concorrência e a licença para que os princípios de mercado de trabalho permeassem todos os aspectos da vida moldaram uma nova classe social mundial, emergente e ainda em formação: o “precariado”.
O precariado: A nova classe perigosa é uma obra necessária e urgente, que apresenta as características desse novo grupo e oferece aos leitores uma sólida reflexão política e socioeconômica que compreende a nova ordem social global e responde aos anseios dos indivíduos dessa nova classe, que não se sentem ancorados em uma vida de garantias trabalhistas, não possuem empregos permanentes e muitas vezes nem sequer sabem que integram a classe dos precariados.
Aqueles que estão no precariado carecem de autoestima e dignidade social em seu trabalho; devem procurar por esse apreço em outro lugar, com sucesso ou não. Se forem bem-sucedidos, a inutilidade das tarefas que são obrigados a fazer em seus empregos efêmeros e indesejáveis pode ser reduzida, na medida em que a frustração de status será diminuída. Mas a capacidade de encontrar a autoestima sustentável, no precariado, quase sempre é vã. Existe o perigo de se ter uma sensação de engajamento constante, mas também de estar isolado no meio de uma multidão solitária.
O resultado é uma crescente massa de pessoas – em potencial, todos nós que estamos fora da elite, ancorada em sua riqueza e seu desapego da sociedade – em situações que só podem ser descritas como alienadas, anômicas, ansiosas e propensas à raiva. O sinal de advertência é o descompromisso político. A esperança consiste em investir na liberdade associativa.
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Renda básica
A proposta já foi tema de manifestações do precariado e tem uma longa história com muitos adeptos ilustres. Passou por muitos nomes: o mais popular deles é “renda básica”, mas outros incluem uma “bolsa-cidadão”, “dividendo social”, “bolsa-solidariedade” e “ajuda demográfica”. Apesar de usarmos o nome mais popular, propomos aqui uma variante que leva em conta dois objetivos desejáveis que até agora não fizeram parte da argumentação.
O núcleo da proposta é que cada residente legal de um país ou comunidade, tanto crianças, quanto adultos, deveria receber um pagamento mensal modesto. Cada indivíduo teria um cartão que lhe daria o direito de sacar uma quantia mensal para as necessidades básicas, para gastar como bem entender - sendo que haveria um acréscimo para necessidades especiais, como deficiência.
Na maioria dos países ricos, isso seria menos radical do que pode parecer, uma vez que significaria consolidar muitos esquemas de transferência já existentes e substituir outros que são cheios de complexidades e de uma condicionalidade arbitrária e discricionária.
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Redistribuir a segurança
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Redistribuir o capital financeiro
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Controlar o tempo
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Recuperar a área pública
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Subsídios de ócio
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Conclusões
O precariado, em breve, poderá descobrir que tem muito mais amigos. Vale a pena lembrar a famosa advertência atribuída ao pastor Martin Niemõller, na ascensão do nazismo, na Alemanha, nos anos 1930:
Primeiro eles vieram buscar os comunistas, e eu não protestei porque não era comunista.
Depois vieram buscar os sindicalistas, e eu não protestei porque não era sindicalista.
Depois vieram buscar os judeus, e eu não protestei porque não era judeu.
Depois vieram me buscar e, a essa altura, não havia ninguém para protestar.
A advertência é relevante porque a classe perigosa está sendo desencaminhada por demagogos como Berlusconi, dissidentes como Sarah Palin e neofascistas em outros lugares. Enquanto a centro-direita está sendo arrastada mais para a direita a fim de manter seus constituintes, a centro-esquerda política está cedendo terreno e perdendo votos. <Está em risco de perder a credibilidade de uma geração>. Por muito tempo, tem representado os interesses do “emprego” e defendido uma forma mortal de vida e uma maneira mortal de trabalhar.
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Era Abundância: TRANSIÇÃO, da Era Industrial, com ou sem "Idade Média"? (no final desta: Peter Diamandis (Singularity University): EVIDÊNCIAS DE ABUNDÂNCIA)