Car@s.
Precisamos, Brasil, tomar cuidado pois foi seguindo este caminho que a "Riqueza dos Mercados Financeiros" (década de 90) tornou-se "Exuberância Irracional" (Alan Greenspan (http://pt.wikipedia.org/wiki/Alan_Greenspan) – (início da década 2000) e "Déficit dos Tesouros Nacionais" (2008 - ?) no "Primeiro Mundo".
E para reduzir o Déficit Público, gerado pelo Programa de Salvamento do Sistema Financeiro Global, provocado pela "Irresponsabilidade Lucrativa Privada” (Falhas / Fraudes das Agências de Risco ("Reguladores Privados do Mercado") e Organizações Financeiras) os Governos Nacionais (os “Estados Incompetentes que atrapalham os Mercados”) estão aplicando o "Remédio Clássico" de cortar salários e benefícios dos trabalhadores privados e públicos!
Como reação à perda de empregos / redução de rendimentos surgem Conflitos Sociais, na forma de Greves e Protestos de Massa (exemplos: Espanha e Grécia) ou como Violência Difusa (desde Vandalismo, passando por Agressões nas situações do dia a dia, até Terrorismo).
Aí surgem as tentações de recorrer às Forças da Ordem (Polícias e Exércitos), em nome do "controle dos distúrbios das multidões"....
No limite, são comprometidos os Consensos Sociais Mínimos que permitem os Regimes Democráticos de Governo.
Já vimos este filme ser reprisado várias vezes, durante o século XX.
E "não vale a pena ver de novo..."
Abraços.
Claudio
Enviado por Míriam Leitão -
10.11.2010
9h01m
Banco Panamericano
BC e Caixa precisam explicar falhas no Banco Panamericano
Permanecem os mistérios sobre a operação do Banco Panamericano que hoje devem ser em parte explicados em entrevistas do Fundo Garantidor de Crédito e, espera-se, do Banco Central.
O FGC deu um empréstimo ao Grupo Silvio Santos de R$ 2,5 bilhões para que o controlador do banco pudesse cobrir o rombo nas contas do banco. Só que não é um rombo qualquer, a fraude contábil abriu um buraco maior do que o patrimônio do banco e isso é caso que configura uma necessidade de intervenção para liquidação. Para evitar isso o FGC está emprestando o dinheiro para o grupo Silvio Santos.
Na época do Proer foi criado esse fundo por ordem do Banco Central. Ele é dos bancos: as instituições financeiras é que depositam o dinheiro para capitalizar o fundo. Para ser sacado todos os bancos participantes têm que ser consultados. A dúvida é por que foi esse o caminho e não o que estabelece a lei do Proer que manda intervir para liquidar ou vender mas com os controladores e administradores respondendo com seus bens pelos eventuais prejuízos da operação.
Outra dúvida que não quer calar é como isso não foi visto pelo Banco Central nem pela Caixa Econômica nas auditorias que tiveram que fazer para que o BC autorizasse a Caixa a comprar parte do banco. Hoje a Caixa tem 49% do capital votante do banco e a autorização foi dada em julho quando a fraude já tinha sido cometida. Estava lá nos registros e nem CEF nem BC viram.
O Banco Central ontem nada disse como se fosse um caso menor, do setor privado e resolvido pelo setor privado, mas como autoridade responsável pela fiscalização do mercado financeiro ele tem hoje que explicar toda essa situação e inclusive tranqüilizar a população de que outros bancos não serão afetados. Particularmente eu acho que outros bancos não estão sob risco porque esse é um banco de apenas concessão de crédito ao consumidor sem atuar no varejo com contas correntes. Mas quem tem que garantir isso é o BC.
Ontem as ações de todos os bancos caíram. Para restabelecer a confiança no sistema - função principal da autoridade monetária - ele tem hoje que explicar as razões, as dimensões, as providências e falhas desse caso. E a Caixa tem explicações a dar também. Ontem tudo o que aconteceu foi um comunicado do próprio Banco Panamericano à Comissão de Valores Mobiliários. Mas quando o assunto é banco o que não se pode deixar no ar são dúvidas e elas estão no ar.
agosto 16, 2008
Um belo post sobre os perigos do excesso de crédito, por Miriam Leitão
Posted by Fernando Blanco under Economia, Notícias - Mercado de Credito | Tags: Banco Central, Endividamento, Estadao, Expansão do Crédito, Leandro Modé, Miriam Leitão, Taxas de Juros |
1 Comment
1 Comment
Vale a pena ler o link abaixo. Não estou pregando no deserto.
E o Estadão deste domingo trará o que promete ser uma provocativa reportagem sobre o câmbio. O Editor Leandro Modé é o responsável pela matéria e entrevistou, entre outros, este humilde escriba.
Abraços e bom final de semana! Fernando
Uma resposta to “Um belo post sobre os perigos do excesso de crédito, por Miriam Leitão”
1. Felipe Nunes Figueira Diz:
Boa tarde Fernando.
Excelente blog, temas importantes e ponto positivo pelas freqüentes atualizações.
Realmente o crescente aumento do crédito no Brasil vem ocupando destaque nas discussões econômicas, com relação às medidas a serem tomadas para evitar uma crise. Um ponto importante sobre a utilização do crédito se refere ao financiamento de carros, pelo fato de que o valor do automóvel começa a decrescer a partir do momento em que sai da loja. Esse financiamento levaria o Brasil a uma característica de crise de subprime. Em se tratando de uma nação sem a cultura de crédito, onde o dinheiro aqui é o mais caro do mundo, seria indispensável ao Estado ficar em alerta sobre os riscos de um crescimento descontrolado do crédito.
Segue um trecho do artigo desenvolvido por Márcia Pinheiro à Carta Capital.
“De acordo com Donizete Piton, presidente da Associação Nacional de Defesa dos Consumidores do Sistema Financeiro (Andif), a classe média, que ganha acima de três salários mínimos, é a maior vítima da propaganda de massa das revendedoras. Prestações fixas atraem o consumidor, que se sente compelido ao apelo do status de ter um carro novo na garagem.
‘Um Palio, por exemplo, de 25 mil reais, vai ter custado 70 mil reais ao fim de um financiamento de 60 meses’, diz o economista. Fora, evidentemente, os custos de manutenção e dos impostos. ‘Na revenda, o consumidor terá 9 mil reais e entrará em outra espiral de dívidas’, afirma. O automóvel é totalmente diferente da casa ou do apartamento, que se valorizam e não têm os preços corroídos, se bem cuidados.
Por ora, não soou o alarme da inadimplência no segmento de veículos. De acordo com a LCA Consultores, em dezembro (2007), no cômputo geral, os consumidores que atrasaram mais de 90 dias as prestações já correspondiam a 12,4% do total de compradores de bens menos caros, como eletrodomésticos e móveis.
Na média, segundo a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), de janeiro a novembro de 2007, os empréstimos foram contratados por três anos e meio à taxa de juro média de 1,49% ao mês (ou 19,4% ao ano). No sistema financeiro não vinculado às fabricantes, o juro foi de 2,41% mensais (28,5% anuais).”
Um abraço!
Felipe.
Felipe.
Enviado por Valéria Maniero -
24.08.2010
10h59m
Dados do BC
Crédito segue crescendo, puxado por empréstimos subsidiados
O crédito continua crescendo, mas em ritmo menos acelerado. De acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados hoje, o estoque de crédito no sistema financeiro aumentou 1,2% em julho, menos do que no mês anterior (2%), totalizando R$ 1,548 trilhão.
Em 12 meses, o avanço é de 18,4%. Com esse resultado, o volume passou a representar 45,9% do PIB, acima do resultado anterior (45,7%).
- O crescimento permaneceu mais intenso no crédito direcionado (subsidiado), que segue impulsionado pelas operações vinculadas ao BNDES e à habitação - diz nota do BC enviada ao blog.
Segundo o comunicado, as operações com recursos subsidiados totalizaram R$ 524,2 bilhões, o que representa expansão de 2,3% no mês e de 28,8% em doze meses. Os financiamentos do BNDES, que correspondem a 61,5% do segmento, somaram R$ 322,2 bilhões (alta de 2,5% no mês e de 30,2% em doze meses).
Já o crédito habitacional, que responde a 21% do subsidiado, atingiu R$ 110,3 bilhões. Nesse caso, o aumento em relação ao mês anterior foi de 4% e de 51,1% em doze meses, segundo o BC.
Nesse período, o crédito para pessoa física cresceu 1%, a um ritmo um pouco maior do que visto no mês anterior (0,9%), atingindo R$ 510,9 bilhões, puxado pela demanda por crédito pessoal e por financiamentos para aquisição de veículos.
Para as pessoas jurídicas, o estoque de crédito cresceu menos - caiu de 2,6% em junho para 0,4% em julho - totalizando R$ 512,7 bilhões.
Depois do palanque
Míriam Leitão, O Globo, 30/10/10
Quando novembro vier, será inevitável olhar o quadro econômico sem escapismos. Há muitos dilemas para enfrentar. A dívida bruta está em torno de 60% do PIB, o superávit real caiu, num ano de aumento de arrecadação. O dólar é um preço desconcertante. O governo não sabe o que fazer com o câmbio. Os candidatos evitaram o tema economia e gastaram sua munição em algumas falsas batalhas.
Os números ouviram muito desaforo durante o programa eleitoral e os debates. Foram contorcidos para confessar o que não registraram ou foram tomados pelo que se parecem e não pelo que são de fato.
O mercado de trabalho teve mais dinamismo no governo Lula, sem sombra de qualquer dúvida. Mas quem procurar no Ministério do Trabalho ou no IBGE vai encontrar números diferentes dos 15 milhões de empregos que Dilma Rousseff tem dito que foram criados. Há de fato boas notícias nessa área. E há um mar de más notícias. O desemprego de jovens de 18 a 24 anos está em 14%, isso é 125% maior do que os 6,2% da taxa média de desemprego, que é a mais baixa desde o começo da pesquisa. No Recife, o desemprego de jovens é de 20% e em Salvador é de 24,5%. Na informalidade estão 22 milhões de trabalhadores. Números que informam que no melhor momento recente do mercado de trabalho, há desafios gigantes pela frente.
O número de alta do PIB é mais vistoso do que real. Parte dos 7,5% do crescimento este ano é apenas a recuperação da queda do ano passado. O país crescia a 6%, caiu para taxas negativas, e este ano recuperou o que havia perdido e ainda cresceu. Mas de crescimento real mesmo, segundo especialistas, é entre 4% a 4,5%, o que é uma boa taxa. Isso significa que para repetir o nível de 7% no ano que vem, só mesmo pisando mais o pé na tábua e criando mais distorções. É por isso que as previsões são de crescimento menor em 2011.
O Brasil tem sido visto com bons olhos por analistas de bancos, fundos e agências de risco estrangeiros não porque as contas públicas melhoraram, é que o mundo piorou muito. Na comparação com outros países o Brasil parece bem. Mas há dados que afligem. A arrecadação está aumentando mais de 17% e mesmo assim o Brasil está reduzindo o superávit primário e a dívida bruta está em 60%. A dívida líquida só não está aumentando por causa dos truques contábeis como o de registrar como empréstimos o dinheiro transferido para o BNDES. O superávit primário de setembro foi tão gigante quanto falso, mas o governo aproveitou a fantasia e mandou gastar mais. A receita é falsa, o gasto é real.
Números marretados são ótimos para inglês ver, mas não enganam quem vive de olhar os indicadores brasileiros. O crédito está se expandindo fortemente e já está perto de 50% do PIB. Mesmo assim, essa medida de crédito/PIB do Brasil é baixa quando comparada com outros países. Só que com os juros brasileiros o custo do serviço dessa dívida tanto para as famílias quanto para as empresas é muito mais alto. Nosso horizonte de endividamento é mais curto. As famílias se endividam a 40% ao ano. Isso é muito alto.
O Brasil está melhor do que outros países do mundo e ainda paga juros de 10,75%, por isso tem atraído mais capital estrangeiro; o capital entra derrubando o dólar; o dólar incentiva a importação e aprofunda o déficit em transações correntes. O governo tenta deter a entrada de dólar com aumento do IOF e ameaças de que tem “outras armas” mas não diz quais. Isso apressa novas entradas. O Banco Central compra mais reservas internacionais numa moeda que está perdendo valor em relação às outras e em títulos de dívida de países que não remuneram seu capital. E se endivida a 10,75% ao ano. Está pegando dinheiro no cheque especial para aplicar na poupança. E mesmo com toda essa compra de reservas o dólar cai. Os setores que se sentem ameaçados pelos importados começam a pedir medidas de proteção. Assim, o país vai criando um desajuste atrás de outro.
Parte do déficit externo é causado por aumento de investimentos. Isso é ótimo porque aumentará a capacidade produtiva da economia brasileira. Só que parte desse excesso é para financiar consumo. E aí é que mora o perigo.
O dólar baixo ameaça os produtores locais, que já falam em “desindustrialização”, como a Fiesp, mas é o que tem garantido que a inflação não suba muito. Os preços de alimentos e serviços estão em alta, mas o de produtos impactados pelo dólar estão subindo mais devagar pela queda da moeda americana. O que significa que se o governo tiver sucesso no seu projeto de desvalorizar o real frente à moeda americana, terá um outro problema para resolver: a alta da inflação. O ministro da Fazenda disse que aumento de gasto não é inflacionário. Ele se engana mais uma vez. A inflação não está subindo apenas porque o dólar está baixo e tem puxado para baixo o índice.
Para onde se olhe há circulo vicioso se formando na política econômica, administrada com imperícia e desconhecimento teórico básico. Parte do sucesso atual se deve ao fato de que a China crescendo está comprando mais e elevando preços de commodities que o Brasil exporta. Não fosse isso, o rombo nas contas externas seria maior. Só que parte do crescimento da China se deve às exportações turbinadas por um yuan com preço artificialmente baixo.
A torcida é para que este governo e o próximo a ser eleito consigam ver os riscos que estão se formando. Quando forem desarmados os palanques talvez seja possível admitir a existência dos desequilíbrios. Mas isso, quando novembro vier.
oglobo.com.br/miriamleitao • e-mail: miriamleitao@oglobo.com.br
COM ALVARO GRIBEL
Categoria: economia Tags: câmbio, desindustrialização, dívida pública, gasto público, sucessão presidencial
De: Claudio Estevam Prospero
Enviada em: sexta-feira, 24 de setembro de 2010 19:29
Assunto: CRISE FINANCEIRA - Especulação sem restrições - As expectativas dos mercados financeiros tendem a super reagir frente a boas ou más notícias, ampliando os sinais e conduzindo a uma volatilidade excessiva nos preços dos activos
Enviada em: sexta-feira, 24 de setembro de 2010 19:29
Assunto: CRISE FINANCEIRA - Especulação sem restrições - As expectativas dos mercados financeiros tendem a super reagir frente a boas ou más notícias, ampliando os sinais e conduzindo a uma volatilidade excessiva nos preços dos activos
SÁBADO, 28 DE JUNHO DE 2008
CRISE FINANCEIRA - Especulação sem restrições.
por Alejandro Nadal
A pior crise financeira dos Estados Unidos desde 1929 confirma aquilo que já se sabia, pelo menos desde Keynes. As expectativas dos mercados financeiros tendem a super reagir frente a boas ou más notícias, ampliando os sinais e conduzindo a uma volatilidade excessiva nos preços dos activos. Por isso os mercados financeiros são sistemas dinâmicos altamente instáveis nos quais a valorização de títulos é altamente irracional.
Essa volatilidade é um monstro que se alimenta de si próprio: é o motor da especulação, gerando ciclos de bolhas em expansão ou em contracção súbita quando rebentam. Mas a partir de 1973 a teia reguladora que mantinha o sector financeiro sob controle foi sistematicamente desmantelada.
Bancos, corretoras, seguradoras, avalistas e toda a gama de agentes que vivem nas entranhas dos mercados bursáteis cantaram a mesma canção: a "desregulamentação" foi promovida ao abrigo da hipótese dos mercados eficientes. Algumas vozes no meio académico e nas agências reguladoras aconselharam prudência, mas as necessidades do capital financeiro impuseram-se e saíram vitoriosas. Hoje todo o mundo (literalmente) está a pagar as consequências.
A eliminação das regras aumentou a opacidade e assistiu ao surgimento de novos participantes e produtos em operações de alavancagem muito forte: fundos de cobertura de risco, produtos derivados e sintéticos altamente complexos, os chamados veículos de investimento estruturado (SIV), as obrigações de dívida colaterizadas (CDO), etc. Estas inovações nos mercados financeiros são difíceis de apreciar correctamente. Em muitos casos, as operações sobre estes instrumentos são "especiais" e colocam-se fora das declarações financeiras dos bancos e das corretoras. Além disso, muitas das companhias classificadoras têm investimentos neste tipo de instrumentos, pelo que se encontram num claro conflito de interesses. Tudo isso contribui para uma situação de falta de transparência e torna muito difícil a supervisão pelas agências reguladoras que ainda subsistem, apesar de reduzidas à sua expressão mínima.
Enquanto os promotores da desregulamentação financeira pediam menos intervenção do Estado alegando o funcionamento eficiente do mercado, a eliminação de regras conduzia a maior instabilidade. Um exemplo claro disto é a derrocada e resgate do falido Bear and Stearns, conglomerado que era ao mesmo tempo banco de investimentos, corretora e agente no mercado bursátil.
Um dos factores que converteu a crise do mercado hipotecário numa enfermidade contagiosa foi a colocação de títulos em bolsa. Em processo coloca barreiras entre os possuidores de títulos e os devedores, tornando difícil a correcta avaliação do risco creditício. Exemplo: na crise do mercado hipotecário intervieram múltiplos agentes, desde o corretor de bens imobiliários, o avaliador, o banco hipotecário, o banco de investimentos que reempacotava os créditos hipotecários como dívida colaterizada, até as agências classificadoras que concediam um triplo A para esse tipo de investimentos. Todos esses degraus estiveram a cobrar um prémio e transferiam o risco para o degrau seguinte da cadeia, que cada vez tinha menor capacidade e vocação para apreciar correctamente a solvência do devedor. O resultado final: produtos financeiros tóxicos que se distribuíram por todo o sistema financeiro, bancário e não bancário.
A crise financeira também é provocada pelos métodos de compensação e retribuição dos funcionários dos bancos e corretoras. Este sistema de compensações está baseado em bónus pelo bom desempenho definido em termos de lucros a curto prazo. Isto aumenta o chamado risco moral ao premiar a especulação e o comportamento irresponsável. Sem esquema de penalização, os altos quadros de corretoras e bancos têm fortes incentivos para aceitar riscos altíssimos que normalmente teriam sido recusados.
A necessidade de estabelecer uma nova regulamentação sobre o sistema financeiro deveria ser atendida imediatamente. Mas a realidade é que a nível nacional e internacional continua-se a favorecer o esquema da "auto-regulamentação", onde a chamada disciplina do mercado e uma série (mínima) de princípios básicos é tudo o que se precisa para assegurar o bom desempenho do sistema financeiro. Isso é o que está por trás dos acordos de Basileia II. Parece que na economia capitalista mundial o poderio do sector financeiro conseguiu impor o fraco esquema regulamentar que convém aos seus interesses.
Fonte: Blog Resistir.
[1]
BLOG DE UM SEM-MÍDIA
CARLOS AUGUSTO DE A. DÓRIA, ECONOMISTA, APOSENTADO, SOCIALISTA DESDE CRIANCINHA, FILIADO AO PT. RESOLVEU CRIAR ESTE BLOG PORQUE NÃO AGUENTA MAIS O PARTIDARISMO DA GRANDE IMPRENSA, QUE, NAS CARTAS DOS LEITORES, SÓ PUBLICA OPINIÕES CONTRA O LULA E O PT. NADA DO QUE EU TENTO PUBLICAR É PUBLICADO. NÃO ESCREVO AGREDINDO NINGUÉM E SÓ EXPONHO MINHAS IDÉIAS.
De: Claudio Estevam Prospero
Enviada em: quarta-feira, 8 de setembro de 2010 20:25
Assunto: Paul Krugman: O ano de 1938 se repete no governo Obama em 2010 - ... desencorajante porque é difícil acreditar que haverá novamente algo semelhante ao milagre da década de quarenta.
Enviada em: quarta-feira, 8 de setembro de 2010 20:25
Assunto: Paul Krugman: O ano de 1938 se repete no governo Obama em 2010 - ... desencorajante porque é difícil acreditar que haverá novamente algo semelhante ao milagre da década de quarenta.
07/09/2010 - 00h29
O ano de 1938 em 2010
Paul Krugman
Eis a situação: a economia dos Estados Unidos vem sendo danificada por uma crise financeira. As políticas do presidente limitaram os danos, mas elas foram muito cautelosas, e o índice de desemprego permanece desastrosamente elevado. Não há dúvida de que mais ações se fazem necessárias. Mas a população está insatisfeita com as medidas do governo, e parece pronta a infligir aos democratas uma forte derrota nas próximas eleições parlamentares.
O presidente ao qual me refiro é Franklin Delano Roosevelt; o ano é 1938. Dentro de alguns anos, é claro, a Grande Depressão terá acabado. Mas é ao mesmo tempo instrutivo e desencorajante constatar a situação em que se encontravam os Estados Unidos em 1938 – instrutivo porque a natureza da recuperação que se seguiu refuta os argumentos dominantes do debate público atual, e desencorajante porque é difícil acreditar que haverá novamente algo semelhante ao milagre da década de quarenta.
Porém, nós não deveríamos nos ver repetindo o que ocorreu no final da década de trinta. Os economistas do presidente Barack Obama prometeram que não repetiriam os erros de 1937, quando Franklin Delano Roosevelt acabou muito prematuramente com os estímulos fiscais. Mas, ao tornar o seu programa muito pequeno e de pouca duração, Barack Obama fez exatamente isso: o estímulo gerou crescimento enquanto durou, mas ele fez uma diferença muito pequena no desemprego – e agora ele está desaparecendo.
E, assim como alguns de nós temíamos, a inadequação do plano econômico inicial do governo fez com que este – e o país – caíssem em um armadilha política. Mais estímulos são desesperadamente necessários, mas aos olhos da população o fracasso do programa inicial em promover uma recuperação convincente desacreditou as medidas do governo no sentido de criar empregos.
Em suma, sejam bem vindos a 1938
A história de 1937, da desastrosa decisão de Franklin Delano Roosevelt de dar atenção àqueles que afirmaram que era hora de atacar o déficit, é bem conhecida. O que se sabe menos é até que ponto a população tirou conclusões erradas da recessão que se seguiu: em vez de pedir uma retomada dos programas do New Deal, os eleitores perderam a fé na expansão fiscal.
Vejamos o plebiscito de março de 1938. Quando lhes perguntaram se os gastos do governo deveriam ser aumentados para combater a recessão, 63% dos eleitores disseram que não. E quando perguntaram se seria melhor aumentar os gastos públicos ou reduzir os impostos pagos pelo setor empresarial, somente 15% defenderam os gastos; 63% foram favoráveis às reduções de impostos. E a eleição de 1938 acabou sendo um desastre para os democratas, que perderam 70 cadeiras na câmara dos deputados e sete no senado.
E, a seguir, veio a guerra
Sob um ponto de vista econômico, a Segunda Guerra Mundial foi, acima de tudo, uma explosão de gastos governamentais financiados por déficits, em uma escala nunca antes aprovada. No decorrer da guerra, o governo federal contraiu empréstimos equivalentes a cerca do dobro do valor do produto interno bruto em 1940 – o equivalente a cerca de US$ 30 trilhões (R$ 51,81 trilhões) atuais.
Se alguém tivesse proposto que se gastasse uma fração sequer desse montante antes da guerra, a população teria dito a mesma coisa que as pessoas estão dizendo atualmente. Elas teriam advertido para o perigo da dívida esmagadora e da inflação descontrolada. E elas teriam dito ainda, corretamente, que a depressão econômica foi provocada em grande parte pelo excesso de dívida – e declarariam a seguir que é impossível resolver este problema com a criação de ainda mais dívida.
Mas, vejam só. Os gastos deficitários provocaram um enorme boom econômico – e esse boom criou as bases para a prosperidade de longo prazo. A dívida geral na economia – pública mais privada – na verdade diminuiu como percentagem do produto interno bruto, graças ao crescimento econômico e, sim, a alguma inflação, que reduziu o valor real das dívidas. E, após a guerra, graças à melhoria da situação financeira do setor privado, a economia foi capaz de prosperar sem a continuidade de déficits.
A moral econômica dessa história é evidente: quando a economia encontra-se profundamente deprimida, as regras normais não se aplicam. A austeridade econômica é um tiro no pé: quanto todo mundo tenta pagar dívidas ao mesmo tempo, o resultado é depressão econômica e deflação, e os problemas da dívida tornam-se ainda piores. E, por outro lado, é possível – e, na verdade, necessário – que a nação como um todo gaste dinheiro para que saiamos desta situação de dívida: um aumento temporário dos gastos deficitários, em uma escala suficiente, é capaz de curar os problemas provocados por excessos cometidos no passado.
Mas a história de 1938 demonstra também como é difícil colocar essas medidas em prática. Mesmo durante o governo de Franklin Delano Roosevelt, nunca houve a vontade política para fazer aquilo que era necessário para acabar com a Grande Depressão; a solução do problema aconteceu basicamente por um acidente histórico.
Eu esperava que nós nos saíssemos melhor desta vez. Mas o que ocorreu foi que tanto os políticos quanto os economistas passaram décadas desaprendendo as lições da década de trinta, e estão determinados a repetir todos os velhos erros. E é meio revoltante perceber que os grandes vencedores das próximas eleições provavelmente serão exatamente aquelas pessoas que nos colocaram nesta situação terrível, e que a seguir fizeram tudo o que podiam para bloquear aquelas medidas cujo objetivo era nos tirar desta situação.
Mas, lembrem-se sempre: esta recessão econômica pode ser curada. Tudo o que é necessário é um pouco de clareza intelectual, e muita vontade política. Eu espero que nós encontremos estas virtudes em um futuro não muito distante.
Tradução: UOL
Paul Krugman - Professor de Princeton e colunista do New York Times desde 1999, Krugman venceu o prêmio Nobel de economia em 2008
QUARTA-FEIRA, 5 DE MAIO DE 2010
Um roteiro em dez passos de uma Crise Financeira
Um roteiro em dez passos de uma Crise Financeira
1. Alguém (Empresa, Órgão de um Governo, Organização) apresenta um projeto ao Sistema Financeiro
2. A Instituição Financeira encarregada de avaliar o retorno do projeto não cumpre seu papel corretamente:
- - Errando na avaliação do retorno em si, geralmente estimado como muito maior que o possível
- - Errando na avaliação do risco envolvido deste retorno não ocorrer, o que deveria aumentar as taxas cobradas – reduzindo o retorno - ou, no limite, impedindo a contratação da Operação Financeira.
3. O engano acima se repete milhões, bilhões (??!!!!) de vezes. Exemplos recentes: Bolhas imobiliárias (Japão, Sub-prime), Escândalos empresariais (Enron [1], Parmalat [2] , WorldCom [3])
Nota: os Intermediários Financeiros estão recebendo normalmente seus rendimentos e, em geral trimestralmente, bônus sobre os volumes, ou sobre os altos retornos esperados, na forma de Lucros Futuros, sobre as Operações Financeiras contratadas conforme este roteiro.
4. Surgem indícios de que os Credores (Investidores em Fundos (de ações, de pensões (aposentadorias), de Renda Fixa, depositantes nos Bancos, etc.) não receberão os lucros projetados nas Operações Contratadas de acordo com este roteiro
5 As Operações Financeiras tem seus Lucros Projetados reavaliados, “marcados a Mercado”, muitas vezes o próprio valor investido, “virando pó”, pois “descobre-se” a incapacidade dos Devedores pagarem as Operações Financeiras.
6. Os resultados das Instituições Financeiras são afetados, tornando muitas delas insolventes.
7. Para evitar uma Crise Sistêmica, os Tesouros Nacionais – leiam-se os Consumidores / Contribuintes – são chamados a contribuir para evitar a falência do Sistema Financeiro. O dinheiro dos Tesouros Nacionais, que foi recolhido para financiar as atividades típicas de Governo – tais como: educação, previdência, saúde, segurança pública - é alocado ao Sistema Financeiro para evitar sua ruptura.
Nota: como os Governos não têm dinheiro disponível – normalmente estão com todas suas Receitas Tributárias comprometidas com despesas já contratadas, quando já não estão endividados, surgem duas possibilidades:
· Emissão de moeda, gerando Inflação, o aumento generalizado dos preços dos Produtos e Serviços penalizando os Consumidores / Contribuintes.
· Obtenção de Empréstimos junto a Instituições Financeiras ou, o que normalmente ocorre em momentos de Crise Financeira, junto a Organismos Internacionais – FMI, Comunidade Européia – redistribuindo a conta da Crise Financeira entre Consumidores / Contribuintes de vários países.
8. É feito o saneamento do Sistema Financeiro - a transformação de Dividas Privadas em Dividas Governamentais - ou no jargão popular a “Socialização dos Prejuízos”.
9. As populações de Consumidores / Contribuintes afetadas arcarão com as conseqüências destas dividas por longos períodos. Estas conseqüências são conhecidas como: depressão, estagnação, estaglação, inflação, recessão e outros termos criados e teorizados pelos Doutores em Economia, para garantir que o Sistema Financeiro não repita seus erros.
10. O Sistema Financeiro retoma seu funcionamento normal!!!
Nota: às vezes o “final feliz” não é tão fácil de ocorrer. Como quando a população de Consumidores / Contribuintes, chamados a contribuir, se revolta com a situação, impedindo, ou retardando, a solução da Crise Financeira. Um exemplo desta situação inconveniente está sendo apresentado pela população da Grécia, o berço da Civilização Ocidental.
The End ?
(Uma vez que já vimos este filme várias vezes: 1929 / 1970 / 1984 / 1989 / 1994 / 2000 / 2002 / 2004 / 2008 / 2010)
Qualquer semelhança com fatos ou personagens reais é mera coincidência.
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