sábado, 21 de abril de 2012

"O pasto do mercado está esgotado" - Precisa-se de EMPREENDEDORES para criar "novos pastos" visto que os "bovinos" - e seus "predadores" - que apenas exploram as oportunidades, sem criá-las, foram demasiadamente vorazes.....


Valor Econômico: Diminue ritmo de crescimento de exportações para a China Valor (80% = soja, minério de ferro e petróleo). Descontada antecipação de compra de soja houve queda de 6% nestas exportações.

EXAME: Maiores construtoras tiveram queda em seus lucros, em 2011 (em um mercado que “bombou” durante todo o ano)

EXAME: A combinação de queda da SELIC e redução do spread tem impacto direto na receita dos bancos com financiamentos


Professor da escola de economia de Paris, Bertrand Rothé abre seu artigo na revistaMarianne com uma pergunta: por que os economistas midiáticos defendem com tanto ardor um sistema falido? Ele responde: porque eles são pagos pelos bancos. Um tanto rude, a resposta.

Mas Rothé mata a cobra e mostra o pau. Diz o economista que, em 10 de agosto, o jornal Le Monde publicou no caderno Debates 22 depoimentos de especialistas na matéria. Nesse grupo de sabichões, 16 (76,6%) são ligados a instituições financeiras. A promiscuidade vai longe. Anton Brender, reputado economista da esquerda francesa, hoje diretor de estudos econômicos do Dexia Asset Management usou duas páginas do Nouvel Observateur para concluir que “não são os mercados que estão em causa, mas a impotência política.”

A quase unanimidade, o realejo de opiniões banais encontra na mídia contemporânea um espaço ideal. Um jornalista do L’Expansion justificou a preferência pela ligeireza: “Os economistas de bancos sabem responder rápido, eles são pagos para isso. Esse já não é o caso dos universitários que se entregam à reflexão e cujas nuances são difíceis de transcrever.”
(...)

Before Our Very Eyes, assim é denominado o primeiro capítulo do Relatório do Congresso [USA] . Em linguagem popular “Estava na Cara”. É difícil negar que, ao longo dos anos de gestação da crise, os olhos – os da mídia incluídos – estiveram vendados pela trava que os hipócritas apontam na visão alheia (Palavras de Cristo, de admirável sabedoria). Já no caso de muitos economistas eminentes, sempre procurados para opinar, os olhos estavam travados, mas as imagens e palavras do documentário de Charles Ferguson, Inside Job, sugerem que os bolsos estavam arreganhados para a grana que escorria das façanhas dahaute finance.

Ian Fletcher, autor do livro Free Trade Doesn’t Work, descreve formas mais sutis de cooptação dos economistas. Tais métodos, diz ele, não frequentam o ethos de bordel, com propostas do tipo “diga X e lhe pagarei Y”. Mas na faina de conseguir clientes, muitos economistas devem cultivar a reputação de sempre dizer aquilo que o freguês quer ouvir. “Certas ideias, como o aumento da desigualdade e problemas acarretados pelo livre-comércio devem ser evitadas. Elas não são economicamente corretas.” A mídia, em seus trabalhos de purificação da opinião pública, cuida de retirar tais “excentricidades” de circulação, assim como a polícia leva a enxovias os manifestantes de Ocupe Wall Street, uma súcia de desordeiros desatinados e desordeiras de barriga de fora.   -   Luiz Gonzaga Belluzzo   (O artigo completo está no  final desta mensagem)

Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, é formado em direito e ciências sociais, pós-graduado em desenvolvimento econômico, professor da Unicamp, foi secretário de política do governo José Sarney e secretário de ciência e tecnologia do estado de São Paulo no governo de Orestes Quércia. Além de ser do Conselho Diretor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, conselheiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e atual presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras.


Valor Econômico: Diminue ritmo de crescimento de exportações para a China Valor (80% = soja, minério de ferro e petróleo). Descontada antecipação de compra de soja houve queda de 6% nestas exportações.

Nos três primeiros meses do ano, as exportações brasileiras para a China
desaceleraram e cresceram apenas 10,5%


“Embora o crescimento do PIB na China esteja diminuindo no curto prazo, ... O
minério de ferro é o principal produto de exportação brasileiro para a China, seu ...

As exportações brasileiras para a China desaceleraram nos três primeiros ...
mas a queda do preço fez o valor recuar 12% de janeiro a março em relação a ...

Exportações destinadas para a China e EUA perdem fôlego em fevereiro, ao
passo que. Itália e Índia ... explicado pelo aumento do valor exportado para dois ...

A emergente China registrou alta de 9,3% em suas exportações - o melhor ... Já
valor em dólares do comércio global aumentou em 19% em 2011, para US$ ...

28 mar. 2012 ... As empresas industriais da China tiveram declínio no lucro no período entre
janeiro ... Sua Carreira · Seu Imóvel · Broadcast ... Agnelo Queiroz intercedeu em
favor da construtora Foto:AE ... De acordo com os dados, as maiores empresas
industriais do país tiveram queda de 5,2% no lucro líquido nos dois ...
A informação levanta mais preocupações sobre uma desaceleração da economia chinesa
28 de março de 2012 | 8h 10


        A “onda chinesa”, que a economia brasileira – de commodities – “está surfando”, pode estar refluindo.  


Maiores construtoras tiveram queda em seus lucros, em 2011 (em um mercado que “bombou” durante todo o ano)

Ranking   09/04/2012 15:27

 Construtoras brasileiras são maioria entre as mais lucrativas das Américas

MRV lidera a lista com um lucro de 405 milhões de dólares, valor que desbancou a PDG para o segundo lugar. Maioria das construtoras teve queda de lucro de 2010 para 2011

http://exame.abril.com.br/negocios/empresas/servicos/noticias/construtoras-brasileiras-dominam-lista-das-mais-lucrativas-das-americas-2?p=11

 

9 abr. 2012 ... Em 2011 os lucros despencaram para a Tecnisa, Cyrela, PDG, ... Resultados
ruins, ações em queda e prejuízos bilionários ... Se está vendendo seus
recebíveis, como a construtora vai pagar o .... "Esses fatores criam uma ilusão
monetária que é uma característica em mercados que tiveram bolha", diz.



Impacto | 09/03/2012 07:39
Bancos compensam SELIC menor com seguros e cartões
A combinação de queda da SELIC e redução do spread tem impacto direto na receita dos bancos com financiamentos
Altamiro Silva Júnior, da


O presidente do Itaú, Roberto Setubal, foi o primeiro banqueiro a falar da necessidade de se focar em segmentos menos dependentes dos juros

São Paulo - Os bancos esperam compensar o impacto negativo da queda da SELIC voltando sua estratégia para produtos que não dependem de juros, como seguros e cartões. Esses segmentos que vem crescendo a uma média de dois dígitos há, pelo menos, cinco anos, e já representam boa parte do lucro das instituições financeiras, devem ganhar peso ainda maior nos balanços a partir de agora. Uma das vantagens desses produtos é não depender de captação de recursos no mercado, como acontece nos empréstimos e financiamentos.

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A combinação de queda da SELIC e redução do spread (a diferença do custo que o banco capta o recurso para o que ele empresta) tem impacto direto na receita dos bancos com financiamentos. Para manter a rentabilidade nessas modalidades os bancos vão depender de escala. Se isso acontecer, é sinal de que o mercado de crédito está aquecido e mais competitivo. Assim, um eventual aumento do volume dos empréstimos compensaria o spread menor, conforme avalia o economista chefe da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg.

Outro impacto é na margem financeira (ganho com juro) com os títulos públicos, pois os bancos aplicam os recursos do caixa nesses papéis. Diante das discussões no mercado de redução mais forte da SELIC e de que a taxa chegaria rápido a um dígito, os bancos já sinalizaram nas projeções para 2012 um crescimento menor para esta margem. O Bradesco, por exemplo, prevê expansão de 10% a 14%, abaixo do intervalo que projetava para 2011, de 18% a 22%.

Na avaliação de especialistas ouvidos pela Agência Estado, mesmo com a SELIC menor, os bancos devem apresentar expansão dos lucros este ano, por conta do foco em outros produtos e de até de uma aceleração do crescimento do crédito.

O presidente do Itaú, Roberto Setubal, foi o primeiro banqueiro a falar da necessidade de se focar em segmentos menos dependentes dos juros como forma de compensar a queda da margem financeira. O efeito da queda da SELIC no quarto trimestre do ano passado foi a redução das receitas com tesouraria do Itaú. Em entrevista recente à imprensa, o executivo destacou que um dos focos para 2012 é a área de seguros, que deve crescer entre 10% e 12%.

No Bradesco, a previsão para seguros neste ano é de expansão de 13% a 16%. O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, também em entrevista recente, destacou o ciclo ascendente da indústria de seguros. Conforme a população tem sobra de renda, a demanda por seguros aumenta. A participação do Grupo Bradesco de Seguros e Previdência no lucro do banco aumentou em quatro pontos porcentuais no quarto trimestre de 2011, para 31% do resultado.

No Itaú, o lucro da seguradora cresceu 68% no quarto trimestre ante o mesmo período do ano anterior. A unidade passou a responder por 14,8% do ganho líquido do banco, acima dos 9,7% do quarto trimestre de 2010. No BB, a seguradora aumentou seu peso nos últimos 12 meses, passando de 12,7% para 13,7%. A meta é chegar a 25% nos próximos anos.

Em tempos de queda dos juros e perspectivas de redução das margens, a expectativa é que esse movimento das seguradoras acentue ao longo deste ano, avalia o analista do setor financeiro da Austin Rating, Luis Santacreu. "Os grandes bancos brasileiros não são só bancos de crédito. Com o aquecimento da economia, as vendas de seguros tendem a crescer ainda mais", destaca.

No Santander, a estratégia para a área de seguros é diferente. O banco optou por não ter uma seguradora própria. O foco é ser um distribuidor de apólices em sua agência, ganhando parte da receita com as vendas. No ano passado, o banco espanhol fechou uma joint venture com a seguradora suíça Zurich para a América Latina. Em 2011, as receitas com seguros e capitalização cresceram 29% no Brasil. Junto com a área de cartões (expansão de 34%), foi o segmento que mais se cresceu.

No cartão, a aposta é em produto e não financiamento. Por isso os bancos querem emitir mais plásticos e ganhar nas receitas com transações em lojas. No ano passado, o Bradesco emitiu 4,9 milhões de plásticos e ainda lançou, em conjunto com o BB e a Caixa a bandeira Elo, voltada para o público de baixa renda. No Itaú, a receita com cartões cresceu 18% em 2011, ante média de 13% de expansão das receitas com serviços.
Já em serviços a clientes, outra frente para aumentar receita, BB, Bradesco, Itaú e Santander tiveram R$ 60 bilhões em faturamento no ano passado, aumento de 31% ante 2010, apostando, por exemplo, em produtos para contas correntes e fundos de investimento.


Minhas iniciativas para me informar e compartilhar informações sobre economia, independentes da Mídia Corporativa [1], podem ser encontradas no seguinte blog:

Reflexões Econômicas


Minhas referências sobre Empreendedorismo – Empresarial, Social, etc. podem ser encontradas no seguinte blog:

Criatividade e Inovação



3 nov. 2011 ... Os embalos da opinião econômica. Professor da escola de economia de Paris,
Bertrand Rothé abre seu artigo na revista Marianne com uma ...
www.cartacapital.com.br/economia/os-embalos-da-opiniao-economica/

04/11/2011

Especialista diz que economistas midiáticos defendem um sistema falido porque são pagos por bancos

http://3.bp.blogspot.com/-YGESczkcdlM/TrNJDdVeZuI/AAAAAAAAHog/_9iNk-HQl7w/s200/carlos-alberto-sardenberg-foto-01.jpg 

Os embalos da opinião econômica 
Luiz Gonzaga Belluzzo 
Professor da escola de economia de Paris, Bertrand Rothé abre seu artigo na revista Marianne com uma pergunta: por que os economistas midiáticos defendem com tanto ardor um sistema falido? Ele responde: porque eles são pagos pelos bancos. Um tanto rude, a resposta.

Mas Rothé mata a cobra e mostra o pau. Diz o economista que, em 10 de agosto, o jornal Le Monde publicou no caderno Debates 22 depoimentos de especialistas na matéria. Nesse grupo de sabichões, 16 (76,6%) são ligados a instituições financeiras. A promiscuidade vai longe. Anton Brender, reputado economista da esquerda francesa, hoje diretor de estudos econômicos do Dexia Asset Management usou duas páginas do Nouvel Observateur para concluir que “não são os mercados que estão em causa, mas a impotência política.”

A quase unanimidade, o realejo de opiniões banais encontra na mídia contemporânea um espaço ideal. Um jornalista do L’Expansion justificou a preferência pela ligeireza: “Os economistas de bancos sabem responder rápido, eles são pagos para isso. Esse já não é o caso dos universitários que se entregam à reflexão e cujas nuances são difíceis de transcrever.”
http://4.bp.blogspot.com/-Ved4h75n5XQ/TrNJFL_zkhI/AAAAAAAAHoo/H-yDrmF43Ks/s200/250px-Miriam.leitao.jpg
Vamos às relações entre “impotência política”, descuidos midiáticos e captura dos economistas. Até mesmo um idiota fundamental é capaz de perceber que na construção da crise atual a “impotência política” tem origem na ocupação do Estado e de seus órgãos de regulação pelas tropas da finança e dos graúdos interesses, digamos, corporativos, aí incluídos aqueles das mega empresas de mídia. As tropelias do meliante Rupert Murdoch dão testemunho das ligações perigosas entre o mass media, a política e a polícia. No Brasil é o “puder”, já na pérfida Albion it’s power.

O americano Robert Kaiser no livro So Damn Much Money listou 188 ex-congressistas registrados oficialmente como lobistas em Washington. A pesquisa de Kaiser revela como funciona a porta giratória entre os grandes negócios e a política. Estudo realizado por um grupo de advogados, o Public Citizen, flagrou na nobre ocupação de lobistas metade dos senadores e 42% dos deputados que deixaram o Congresso entre 1998 e 2004. No período 1998-2011 o setor financeiro gastou 84,5 bilhões de dólares com essa turma. Há “rachuncho” com o caixa das campanhas políticas.

Não escasseiam relatórios oficiais, depoimentos, documentários e livros de gente oriunda dos mercados a respeito da invasão dos bárbaros na cidadela da política e das políticas. Nesse espaço que, generosamente, me reserva CartaCapital, já publiquei um artigo sobre o relatório do Congresso americano que expõe as tropelias dos agentes da finança na montagem da crise financeira.

“No relatório do Congresso, o percurso em direção à crise é analisado mediante a narrativa de episódios esdrúxulos e de depoimentos patéticos de banqueiros, altos executivos e autoridades. A articulação entre as falas e as narrativas permite uma avaliação do papel desempenhado pelos vários fatores e protagonistas que levaram a economia global da euforia e da depressão: as inovações financeiras geradoras de instabilidade, a omissão sistemática das autoridades encarregadas de supervisionar os mercados de hipotecas e, finalmente, a farra da emissão de securities lastreadas em empréstimos imobiliários.

Before Our Very Eyes, assim é denominado o primeiro capítulo do Relatório do Congresso. Em linguagem popular “Estava na Cara”. É difícil negar que, ao longo dos anos de gestação da crise, os olhos – os da mídia incluídos – estiveram vendados pela trava que os hipócritas apontam na visão alheia (Palavras de Cristo, de admirável sabedoria). Já no caso de muitos economistas eminentes, sempre procura-dos para opinar, os olhos estavam travados, mas as imagens e palavras do documentário de Charles Ferguson, Inside Job, sugerem que os bolsos estavam arreganhados para a grana que escorria das façanhas da haute finance.

Ian Fletcher, autor do livro Free Trade Doesn’t Work, descreve formas mais sutis de cooptação dos economistas. Tais métodos, diz ele, não frequentam o ethos de bordel, com propostas do tipo “diga X e lhe pagarei Y”. Mas na faina de conseguir clientes, muitos economistas devem cultivar a reputação de sempre dizer aquilo que o freguês quer ouvir. “Certas ideias, como o aumento da desigualdade e problemas acarretados pelo livre-comércio devem ser evitadas. Elas não são economicamente corretas.” A mídia, em seus trabalhos de purificação da opinião pública, cuida de retirar tais “excentricidades” de circulação, assim como a polícia leva a enxovias os manifestantes de Ocupe Wall Street, uma súcia de desordeiros desatinados e desordeiras de barriga de fora.

--

Atenciosamente.
Claudio Estevam Próspero 
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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Livro: Cuidado, Trabalho! - Perversões e Contradições da Vida na Selva Corporativa - Editora Saraiva - THOMAZ WOOD JR

Thomas Wood Jr: Cuidado, trabalho!

·         Wood Jr. Thomaz Wood Jr. é professor da FGV-EAESP e sócio da Matrix/
Consultoria e Desenvolvimento Empresarial. Ele é atualmente editor da RAE-Revista de Administração de Empresas...

Cuidado, trabalho!

Vivemos em uma sociedade de organizações; dependemos delas para nossa sobrevivência e para o progresso social, entretanto, nossa relação com as organizações é ambígua e marcada tanto por prazer e satisfação, como sofrimento e dor. E, no centro dessas ambigüidades e contradições, está o trabalho.

Para os gregos, antiguidade clássica, o trabalho e o comércio eram atividades vis que não deveriam ser exercidos pelos cidadãos de Atenas e Esparta. Estes deveriam se dedicar à Filosofia, à Guerra e a Política. Os escravos, e as mulheres, na proporção de 10 para 1 cidadão, cuidavam dos afazeres. Enquanto o comércio era atividade reservada aos metecos, estrangeiros (imigrantes legais e ilegais de hoje?). O Império Romano assimilou bem este modo de ver o trabalho....

Meteco era uma designação dada aos estrangeiros nas cidades-estado da Grécia... De fato, grande parcela da economia ateniense era realizada pelos metecos.

Na Idade Média o trabalho foi revestido de “Redenção do Pecado Original. Porta para o Paraíso” – “Com o suor do teu rosto passarás a obter teu sustento. E te redimirás da asneira do Adão”. Lógico que os Santos Homens, da Santa Igreja, não precisavam de redenção.Muito menos os Nobres, que não tinham pecados a purgar, ou tinham recursos para comprar Indulgências, dos Santos Padres, que as vendiam....

Depois das trevas medievais veio o renascimento. O trabalho ganhou status e passou a ser uma forma de auto-expressão. Foi o momento de glória do artesão, cujo trabalho é sustento e arte. O artesão é o artífice de sua própria sobrevivência e agente de transformação do mundo ao redor. Para ele importa o produto e importa a criação.

Paradoxalmente, a industrialização, ao disciplinar corpos e mentes, tornou-se o momento máximo de glória do trabalho e do trabalhador, que são, afinal, duas entidades construídas, a golpe de foice e martelo, discurso e panfleto. Porém, como se sabe, toda glória é passageira.

Preparar-se para um processo seletivo significa preparar-se, mostrar vontade e capacidade. Vender é diferente: pressupõe focar a embalagem e o jogo de cena. Significa também reconhecer que fomos"coisificados", transformados em artigos que valem mais pela aparência que pelo conteúdo. No mundo atual, vale tudo para se conseguir uma vaga n'algum emprego. Como resultado temos: os processos seletivos se transformaram em grandes simulacros, com personagens improváveis tentando desempenhar papéis impossíveis . Mais grave: de tanto lermos e repetirmos os clichês -"vender a si mesmo", "criar uma marca pessoal" e "encantar o cliente" - incorporamos os conceitos como naturais e os transportamos para a vida pessoal.

Executivos são seres destinados a tomar decisões. Alguns praguejam e protelam, esquivam-se ou se escondem. Outros se lançam às decisões com a tempera dos exterminadores, a aniquilar e atropelar o que surge pela frente. "Matar um leão por dia", não importam as conseqüências. Alguns executivos, lideram empresas com posições consolidadas, em ambientes relativamente tranqüilos. Outros, no entanto, são expostos às intempéries de ambientes hiper competitivos e trabalham no limite da vertigem. O grau de demanda pode variar ao longo do tempo, conforme tempestades e calmarias se alternam. Além disso, cada executivo tem suas competências e suas capacidades. Um profissional pode ser capaz de gerenciar uma média empresa, mas não saber como tocar uma grande corporação; pode ser bem-sucedido em uma grande empresa local, porém experimentar dificuldades em uma multinacional, ou se sair bem nesta ultima e não saber lidar com as peculiaridades de uma estatal ou ONG.

Trabalhar sob pressão não é necessariamente ruim. Até certo ponto, ajuda a melhorar o desempenho e, conseqüentemente, aumenta a satisfação com o trabalho. Entretanto, depois dessa fase, o desempenho e a satisfação começam a declinar. Alguns ficam paralisados com cargas de trabalho percebidas como muito altas. Outros tentam responder com aumento de horas ou do ritmo de trabalho e eventualmente começam a cometer erros. Quando tal nível é muito alto, os executivos simplesmente não vêem como responder de forma estruturada. 

A saída é buscar um caminho mais curto e, assim, responder de alguma forma às questões que se colocam. O primeiro atalho, muito comum, é reproduzir uma decisão anterior, algo que funcionou antes, seguindo um caminho conhecido e confortável, mesmo que o contexto ou as condições sejam diferentes. O segundo, também usual, é imitar outros executivos, mimetizando suas decisões: executivos que se sentem incapazes de realizar análises e desenvolver soluções para problemas de suas empresas tendem a buscar modelos em outras empresas. Os dois atalhos são atraentes, porém apresentam riscos consideráveis . Nem sempre o que funcionou antes funciona agora. Nem sempre o que é bom para o vizinho tem uso em casa. Atalhos podem parecer soluções práticas, mas, desconsiderar o contexto pode causar catástrofes.

"A vida na montanha russa pode viciar, mas a queda do alto pode ser fatal."

Fala-se a respeito da dificuldade dos contemporâneos em dizer "não". Dentro desse contexto, podemos perceber as duas teorias: a X pressupondo que o homem é um ser ladino e ardiloso. Já na Y, pressupondo que o homem é um ser confiável e cooperativo. Impera, por isso, uma cordialidade de fachada, alimentada antes pelo temor que pelo respeito. Nas empresas locais, expor discordâncias e fazer críticas profissionais é colocar em risco a relação e, freqüentemente, o próprio pescoço. Mas tal dificuldade em dizer uma negação é de tal modo prejudicial ao indivíduo, pois assim atolam-se em atividades secundárias, invadem, a trabalhar, noites e finais de semana, para cumprir o aceito, e acabam prejudicando a própria saúde e qualidade do trabalho. Negar conflitos alimenta um ambiente de falsa harmonia e inibe a percepção de problemas e ameaças. No longo prazo tal comportamento pode comprometer resultados e colocar em risco a sobrevivência da organização.

As competências de comunicação significam, oficialmente, estimular os executivos a interagir de forma mais aberta com seus pares, com seus chefes, com seus liderados e com o mundo exterior. Na prática estimula-se a disputa por prestígio e vantagens, movimentada pelo emprego de técnicas de gerenciamento da impressão.

Nas diferentes personalidades das pessoas,vemos que o foco do introvertido é seu mundo interior, de idéias e conceitos. Já o foco do extrovertido é o mundo exterior, as pessoas e atividades.

O que explica a longevidade da terceirização? O discurso oficial é pomposo: as empresas devem se concentrar em suas "competências centrais" e alocar a terceiros as atividades não-essenciais. Muitas organizações usam extensos contingentes de mão-de-obra terceirizada para fugir dos impostos e do excessivo rigor da legislação trabalhista. Em casos variados, é questão de sobrevivência. Na prática é sucesso devido a nossa “laborfobia”. Herança de nosso passado escravocrata – presente em muitas mentes – a “terceirização clássica”. Os funcionários se agitam em reuniões, saguões de aeroportos, etc. Reinando sobre um exército de terceiros. Desde os call centers, passando pelos terceiros do socorro das seguradoras e chegando ao outsourcing de desenvolvimento, e suporte, de sistemas de informações (geralmente na Índia!)

No contexto social, quanto mais as hordas avançam, mais difícil torna-se convencer alguém de algo em que já não acredite. Nas relações nota-se a expressão: "gosto de você, você pensa como eu". Na vida corporativa, como na vida social, as pessoas parecem dizer mais o que se espera que elas digam do que o que realmente pensam.

Para que algo se realize, é preciso que os envolvidos evitem posturas defensivas e procurem entender seus interlocutores. O objetivo do diálogo não é vencer, mas entender as razões e a estrutura lógica dos outros. Para isso, é preciso suspender pressupostos e preparar-se para mudar de idéia, se necessário, diversas vezes.

A presença feminina no topo não é apenas uma questão moral, relacionada à igualdade de oportunidades, mas também uma escolha sensata, pois aumenta a diversidade de perspectivas, enriquece o processo de análise de problemas e a tomada de decisão, e tempera o estilo de liderança.

Em pesquisa nota-se que, geralmente, os notáveis são disciplinados, adotam regras simples, usam o bom senso e evitam as tecnologias sofisticadas. Conclusão: menos é mais.

"Nossa razão de existir é alavancar os meta serviços de alto impacto de nossos clientes", ou "Nosso compromisso é utilizar assertivamente nosso capital intelectual para maximizar nossa competitividade no mundo do futuro."

As crises são geradas internamente numa empresa e não são inevitáveis.

A síndrome do esgotamento relaciona-se a quatro características supostamente positivas: alta taxa de crescimento, habilidade para mudar continuamente, liderança visionária e uma cultura orientada para o sucesso. O problema reside justamente na abundância desses fatores. Muito crescimento e mudança, podem levar ao descontrole e liderança visionária e cultura forte ao excesso de confiança e ao autismo organizacional.

A síndrome do envelhecimento prematuro é o espelho invertido da síndrome de esgotamento. No lugar da hiperatividade, as empresas que sofrem desse mal exibem comportamentos passivos.Não inovam em seus produtos e serviços, perdem participação de mercado, destroem valor e seguem, resignadas, rumo ao fim.

Estimular a competição dos funcionários pode ser tão destrutivo quanto criar um ambiente excessivamente "amigável", que desencoraja o desempenho individual.

O papel do gestor é organizar recursos, inclusive pessoas, para que a organização atinja seus objetivos. Entretanto duas teorias opostas definem a forma como os gestores percebem a motivação dos funcionários e estabelecem sua abordagem gerencial. A X : o trabalho é desagradável e os indivíduos tentam a evitá-lo; a capacidade criativa e a iniciativa para resolver problemas organizacionais são características incomuns; falta de desejo pela responsabilidade na maioria das pessoas.A ação dos gestores neste caso é a supervisão cerrada, controle rígido e ações de coerção.

A teoria Y: em condições favoráveis o trabalho pode ser algo natural e prazeroso; comprometidos, os indivíduos são capazes de  conduzir ações autônomas e de ser criativos para atender aos objetivos da organização; presença de responsabilidade devido à presença da criatividade e iniciativa. Neste caso os gestores implantarão estruturas descentralizadas, tentando a alinhar os objetivos da organização aos dos funcionários, delegando mais poder de decisão aos níveis operacionais , promover a participação.Uma organização dessa forma deve ser mais produtiva, inovadora e capaz de satisfazer as necessidades de seus funcionários.

Um grupo de alpinistas que se perdeu, achou um mapa, por acaso, no fundo da mochila, o que lhes salvou a vida. Depois descobrem que o mapa não era dos Alpes e sim dos Pireneus. Moral: ter um mapa, qualquer que seja, talvez seja mais importante do que ter o mapa certo.

"A tecnologia é intrusiva e onipresente; o efeito de sua disseminação é que temos cada vez menos tempo para nós mesmos e cada vez menos controle sobre nosso destino."

O trabalho para preservar um bom nome começa dentro de casa.

Empresas com boa prática da diversidade, como política de gestão de pessoas, geram ganhos para a imagem da empresa, que passa a ser percebida como mais correta e justa, o que ajuda a atrair talentos e consumidores. No entanto, empresas com alta diversidade enfrentam maiores taxas de absenteísmo e rotatividade.

Numa citação diz-se que : nem todos os pobres sentem-se mal por serem pobres, mas , se notam que um vizinho está progredindo mais rapidamente, então surge o desconforto.

Uma pequena empresa, ou uma unidade de negócios, podem atender o mesmo número de clientes e prestar os mesmos serviços com 50 funcionários ociosos, com dez funcionários estressados ou com dez trabalhando em ritmo saudável. O que faz a diferença é, principalmente, a forma como o trabalho é organizado e os sistemas adotados, além da qualificação dos profissionais; noutras palavras: gestão.

"Trabalhamos muito porque não nos dedicamos a trabalhar direito."

O mundo corporativo, principalmente nas grandes corporações, vive de competições e inércia, navegar é preciso, pôr a criatividade em ação é essencial. Dando sentido ao trabalho, na dose certa e na direção correta, ele torna-se ponte para o benefício individual e social.


Wood Jr. Thomaz Wood Jr. é professor da FGV-EAESP e sócio da Matrix/
Consultoria e Desenvolvimento Empresarial. Ele é atualmente editor da RAE-Revista de Administração de Empresas...
www.cqh.org.br/files/[entrevista]%2015_0.pdf    “Executivos Neuróticos, Empresas Nervosas”,

Thomaz Wood Jr. escreve sobre gestão e o mundo da administração. ... viciosos,
comuns entre executivos, que minam o comprometimento com o trabalho ...



Livro: CuidadoTrabalho! - Perversões e Contradições da Vida na Selva
Corporativa - Editora Saraiva - THOMAZ WOOD JR

  

Basta uma sala,
um retroprojetor
e poucos
escrúpulos e
abre-se um
MBA.

--

Atenciosamente.
Claudio Estevam Próspero 
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