sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Busquemos nos libertar das falsas questões sobre se o Estado deve ser maior (regular os abusos do Mercado), minimo (deixar de atrapalhar bom funcionamento do Mercado), eficiente, menos corrupto, etc.


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Imagem acima composta a partir das seguintes fontes:

http://www.corpwatch.org/article.php?id=7828
http://www.globalresearch.ca/how-obama-sold-the-presidency-to-wall-street/5331981
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/12/acoes-da-petrobras-caem-e-economista-da-dicas-sobre-o-mercado.html

No YouTube: ENRON - Como “a beleza do livre comércio” destruiu 20.000 empregos e 2 Bilhões de dólares em pensões e fundos de aposentadoria, no que era a 7a. maior corporação dos EUA?




Memórias de um salvador de tubarões
Geithner com Obama: salvou grandes bancos, mas não garantiu a segurança do sistema contra novos movimentos especulativos
Stress Test, livro do ex-secretário do Tesouro americano, discute o salvamento dos bancos e as lições aprendidas com a turbulência de 2008

http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/investidores/20140516/memorias-salvador-tubaroes/155193.shtml

Irá o Estado punir as empreiteiras? O Brasil vive um embate inédito e definidor entre cidadania e patrimonialismo, lutando uma para desabrochar o outro para permanecer. Em tese, o Estado tem duas alternativas: ou declara as empreiteiras inidôneas ou as livra e as obriga a agir doravante de acordo com a idoneidade ratificada




(16) O Governo industrial


A política moderna é a política de negócios...Isto é verdade tanto sobre política externa como interna. A legislação, a vigilância da polícia, a administração da justiça, o serviço militar e diplomático, todos estão principalmente preocupados com relações de negócios, interesses pecuniários, e eles têm pouco mais do que uma postura incidental sobre outros interesses humanos.[789] -Thorstein Veblen

Governança Política Vs. Técnica

A natureza e os desdobramentos do modelo politicamente conduzido da democracia representativa, a criação de legislação e a aplicação sancionatória da lei, estão todos a cargo de tendências naturais inerentes ao ato de comércio e negócios, operando dentro de uma ordem social orientada por escassez.

O desenvolvimento dessa regulamentação comercial e a lógica por trás da própria existência da "governança do Estado" é muito fácil de se traçar historicamente. Após a revolução Neolítica, os padrões antes nômades da humanidade mudaram para uma nova tendência para plantar, se estabelecer e criar cidades. A especialização floresceu e o comércio foi, portanto, inevitável. No entanto, dada a possibilidade de desequilíbrio e disputa, conforme as populações regionais cresceram e recursos regionais muitas vezes tornaram-se mais escassos, uma prática de segurança e regulamentação se manifestou para proteger a terra, a propriedade, a integridade do comércio e similares de uma comunidade.

O uso de um "exército", que é sancionado para proteger por decreto público, tornou-se padronizado, juntamente com um complexo de autoridade legal ou regulamentar adjacente, sancionado para essencialmente dar poder para um determinado grupo de oficiais que facilitam essas criações de políticas, aplicação, julgamentos, punições e similares.

Isso é mencionado aqui, pois há muitas escolas de pensamento econômico no início do século 21 que falam sobre a redução ou mesmo a remoção do aparelho de estado inteiramente, falsamente assumindo que o estado em si é uma entidade separada e o ponto de partida de culpa pelos problemas sociais atuais ou ineficiências econômicas. No entanto, do outro lado do espectro do debate há um clamor geral por aumento da regulação estatal do mercado para garantir mais limites à manipulação nos negócios e, portanto, trabalhar para evitar o que tem sido muitas vezes percebido como "capitalismo de compadres" [790]. A verdade da questão é que essa falsa dualidade de polarização entre o "estado" e do "mercado" é cega para a verdadeira causa raiz do que está realmente causando problemas, não percebendo que a dupla sinergética de "estado" e "mercado" é, na realidade, um único sistema de poder em operação, de uma só vez.

Independentemente do mérito de qualquer argumentação específica quanto ao favorecimento do "livre mercado" versus o favorecimento da "regulação estatal", todos os negócios têm, historicamente, requerido algum nível de mediação legal. Isto porque todas as transações são uma forma de concorrência e toda concorrência provoca a possibilidade de fraude ou abuso, dada a pressão natural de circunstâncias externas e da natureza da própria sobrevivência, dentro dos limites do mercado, baseado na escassez. O fato é que qualquer forma de comércio que existe nessa visão de mundo reforçada pela escassez, manifestará o chamado comportamento "corrupto" ou desonesto, constantemente. Ele é firmemente incentivado. O grau de corrupção em si torna-se uma questão de opinião, na verdade. A linha entre a visão perspicaz aceita de negócios e flagrante persuasão desonesta não é uma distinção fácil de se fazer hoje, na visão ampla.

Portanto, algum tipo de poder de decisão primordial sempre foi concedido a algum grupo de mediação de conflitos e esta é a semente do poder governamental, tal como o conhecemos. No entanto, a piada de toda a circunstância é que, em um mundo onde tudo é empoderado pelo dinheiro; em um mundo onde, na verdade, tudo está à venda, a "corrupção" rápida de qualquer regulamentação ou poder estabelecido também é essencialmente garantida, ao longo do tempo, de uma forma ou de outra. [791]

Dito de outra forma, haverá sempre a necessidade de regulação legal das transações no mercado, por alguma instituição sancionada publicamente. E a ética do mercado irá sempre corromper tal regulamento, em certa medida, com a influência do dinheiro, porque o dinheiro e os negócios são realmente o que fazem o mundo se mover. Isto é simplesmente o que é de se esperar quando toda a base psicológica da existência baseia-se na sobrevivência através de atos de auto-interesse competitivo, orientado pela premissa universal da escassez empírica, sem garantias estruturais reais dadas aos membros da sociedade para alguma tranquilidade na sobrevivência. Pensar qualquer agência reguladora que não seria suscetível a esse tipo de corrupção; pensar política de Estado e, portanto, coerção que não poderia ser 'comprada', como qualquer outra mercadoria, é negar o fundamento filosófico básico inerente da noção do mercado de "liberdade", em si .

Portanto, reclamar sobre a regulação estatal ou a falta dela é, em última instância, uma questão discutível no amplo esquema de mudança social a longo prazo. A verdadeira mudança social não será sobre a ilusória prevalência de um deles sobre o outro. Ela só virá através da instalação de um sistema completamente diferente que elimina tanto o mercado quanto o estado, como nós o conhecemos, elevando todo o quadro para fora do foco estreito, competitivo, de gerenciar a escassez no atual sistema de "ganhar a vida ou sofrer", para um foco em facilitar uma abundância sustentável e do atendimento das necessidades humanas, diretamente.

Assim, a seguinte informação econômica e de gestão apresenta um vasto afastamento da atual, do dia-a-dia do desenvolvimento da vida como a conhecemos, quando se trata de comércio e gestão social. O que este modelo faz é literalmente remover o edifício do governo representativo e substituí-lo por uma espécie de democracia participativa. Esta participação é mediada através de métodos de comunicação digital que podem considerar os interesses de toda a comunidade no cálculo, ao lidar com interesses dos chamados setor "público" ou setor "privado". Na realidade, não há diferença no processo de participação e, portanto, não haveria mais um setor público ou privado.

A importância deste tipo de gestão reside em diversas áreas. Por um lado ela garante que o funcionamento social humano está de acordo com os princípios básicos de sustentabilidade necessários para operar com a longevidade geracional, ao mesmo tempo, mantendo um foco vigilante em produzir os bens estrategicamente mais necessários, no pico da capacidade técnica conhecida, no momento da produção. Essa gestão também é sobre remover o grande incentivo e exigência para a corrupção e comportamentos corruptos, abuso e conivência negócios / governo, que tem atormentado a civilização desde a antiguidade. A busca ativa de abundância através destes meios sustentáveis ​​garante não só a sobrevivência e eficiência, mas também estabilidade, bem-estar e um estado superior de saúde pública, em grande escala.

Modelo Econômico Definido 

Um modelo econômico é uma construção teórica que representa processos componentes com um conjunto de variáveis ​​ou funções, descrevendo as relações lógicas entre eles. Se alguém estudou modelagem econômica tradicional ou com base no mercado, uma grande quantidade de tempo é muitas vezes gasta em coisas como tendências de preços, padrões de comportamento, a inflação, o mercado de trabalho, flutuações cambiais, e assim por diante.

Raramente, ou nunca, é algo dito sobre a saúde pública ou ecológica. Por quê? - Porque o mercado é cego para a vida e dissociado da ciência real de suporte de vida e sustentabilidade. É um sistema de representação que se baseia apenas em torno do ato de trocas preferências de permutas.

Portanto, a melhor maneira de pensar sobre uma EBRLN não é nos termos tradicionais de qualquer forma de modelo econômico orientado para o mercado, comum hoje em dia. Em vez disso, este modelo pode ser melhor pensado como um sistema de produção, distribuição e gerenciamento avançado, que é democraticamente contratado pelo público, através de uma espécie de "economia participativa". 

Este tipo de abordagem facilita os processos de entrada, tais como propostas de design e avaliação de demanda, ao mesmo tempo, filtrando todas as ações através do que poderíamos chamar de protocolos de sustentabilidade e eficiência. Estes protocolos são as regras básicas de ação industrial estabelecidas pela lei natural, não por opinião humana. Como observado, nenhum destes dois interesses é estruturalmente inerente no modelo capitalista. 

O texto acima foi extraído do seguinte capítulo, em revisão para publicação no site:

Ensaio 15: O Governo Industrial

Diagnósticos e soluções propostas no livro:

O MOVIMENTO ZEITGEIST-UMA NOVA FORMA DE PENSAR
A tradução (colaborativa) dos capítulos 1 a 11 está disponível no site (estamos trabalhando nos demais capítulos  - se desejar ajudar na tradução / revisão, veja como no link):

No YouTube: ENRON - Como “a beleza do livre comércio” destruiu 20.000 empregos e 2 Bilhões de dólares em pensões e fundos de aposentadoria, no que era a 7a. maior corporação dos EUA?



Como “a beleza do livre comércio” destruiu 20.000 empregos e 2 Bilhões de dólares em pensões e fundos de aposentadoria, no que era a 7a. maior corporação dos EUA?
Enron: Os Mais Espertos da Sala - Enron: The Smartest Guys in the Room (2005)

Mostra como a Enron, poderosa companhia de energia, mascarava seus prejuízos no sistema “market-to-market”, elevando o preço de suas ações, enquanto seus diretores vendiam as suas. Mostra também a relação estreita que a família Bush tinha com o fundador da corporação. Daí a facilidade de desregulamentar as leis de concessão de energia elétrica, “a beleza do livre comércio”.

Nesse documentário o neoliberalismo expõe sua verdadeira e cruel face em gravações de funcionários da Enron comandando cortes generalizados de energia elétrica (apagões) para assim elevar seu preço, fazendo o estado da Califórnia ter prejuízos bilionários.

O caso Enron foi uma das maiores fraudes financeiras da história dos EUA, que resultou na prisão de várias pessoas.

Enron - Os mais espertos da sala (2005) COMPLETO - Legendado em português pt-br
https://www.youtube.com/watch?v=Nd0ysLCIQxE

Enron: Los tipos que estafaron a América
https://www.youtube.com/watch?v=_K56ip86msc

Enron - The Smartest Guys In The Room (2005)
https://www.youtube.com/watch?v=gxzLX_C9Z74


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GENEBRA - A riqueza acumulada por 1% da população mundial será superior a tudo o que os demais possuem. Os dados foram apresentados nesta segunda-feira, 19, pela entidade Oxfam, às vésperas do Fórum Econômico Mundial de Davos e que justamente reúne a cúpula do planeta.

Segundo a entidade, a fortuna de 99% da população mundial será equivalente a tudo o que acumula apenas a nata da sociedade, cerca de 1% do mundo.
Para a entidade, a crise econômica mundial que começou em 2008 resultou em uma "explosão da desigualdade". Hoje, uma a cada nove pessoas ainda passa fome no planeta que produz alimentos para três planetas e mais de 1 bilhão de pessoas ganham menos de US$ 1,25 por dia.

O que chama a atenção da entidade, porém, é que a concentração de riqueza é cada vez maior. Em 2009, a parcela de 1% mais rica da população mundial acumulava 44% do PIB do planeta. Em 2014, essa taxa chegou a 48% e, em 2016, ela atingirá 50%.
Em média, cada pessoa dessa elite do planeta mantém uma renda de US$ 2,7 milhões. Dos demais 52% do PIB global, quase tudo está nas mãos da camada dos 20% mais ricos.
O restante da população do mundo - cerca de 80% - precisa dividir 5,5% da riqueza do planeta e acumula uma renda de apenas US$ 3,8 mil. O valor é 700 vezes menor que a renda da elite.
Winnie Byanyima, diretora-executiva da Oxfam, espera usar o encontro de Davos para insistir que a desigualdade social precisa ser alvo dos governos e de líderes do setor privado, alertando para os riscos que essa situação cria na política internacional.
Entre as medidas defendidas por ela está um maior rigor fiscal contra multinacionais e mesmo um acordo para o clima. "Queremos mesmo viver em um mundo onde 1% detém mais que todos nós juntos?"questionou. "A escala da desigualdade global é assustadora e, apesar do tema estar na agenda política, a diferença entre pobres e ricos apenas aumenta", atacou.
Segundo ela, líderes como Barack Obama e a gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, de fato estão falando cada vez mais sobre o assunto. Mas a Oxfam alerta que pouco tem sido feito além de discursos.




▂ ▃ ▅ ▆ ▇ Sairemos do fundo do poço ou continuaremos cavando?

Eis que, mais uma vez, o conluio financeiro entre Banco Central e poderosos rentistas do Sistema da Dívida elevou a Taxa Selic (taxa base de juros) em meio ponto percentual, tendo passado de 11,75% ao ano para 12,25% ao ano.

Não bastasse o Governo Federal negligenciar por completo o problema representado pelo Sistema da Dívida, não se abrindo nunca para permitir uma auditoria cidadã da dívida pública federal para escancarar os abundantes indícios de fraudes que temos deste Sistema, agora ele permite mais um aumento significativo dos juros que o país paga para os credores do Sistema da Dívida.

Quase nada explica um aumento assim na taxa base de juros; inflação que não é ignorável, serviços públicos de saúde, educação, mobilidade urbana, habitação e outros caindo aos pedaços deixando o povo mais necessitado às moscas, impostos aumentando para todas as camadas sociais, em especial às mais pobres através do aumento de impostos indiretos. A única explicação possível para este aumento está na relação entre o Governo Federal e a quem ele pretende servir.

E deixamos aqui nossa indagação: a quem vocês servem, Governo Federal? Ao povo? Ou aos poderosos rentistas do Sistema da Dívida? Se ainda houver qualquer indício de que pretendem servir ao povo, então é necessário que seja feita uma auditoria cidadã da dívida pública imediatamente! Queremos a verdade, e não uma cortina de fumaça sobre esse perverso sistema imoral que toma dinheiro do nosso povo!


Leia a notícia completa: http://bit.ly/TaxaSelic1225

▂ ▃ ▅ ▆ ▇ Tem muita gente esbanjando com a alta dos juros!

Precisa dizer mais alguma coisa?!

Pior é que sempre precisa! O título da matéria já diz o básico, mas não o essencial!

Destes “R$ 7 bilhões a R$ 10 bilhões”, calculados pelo economista entrevistado, de impacto na Dívida Pública com a alta da Taxa Selic desta quarta-feira, muito trata-se de juros pagos por uma série de títulos renegociados sob diversas evidências de fraudes!

O que queremos saber é quanto, para quem e desde quando devemos! O povo brasileiro tem o direito (garantido constitucionalmente) de saber! É por isso que é necessário uma Auditoria Cidadã da Dívida imediata!!

A matéria, ainda, tenta justificar a alta como única saída econômica atual! Saída para quem?! Eis a questão...

Alta de juros terá impacto bilionário na dívida pública

Ruth Costas
Da BBC Brasil em São Paulo

Para saber mais:




"Wall Street e o Sistema Financeiro são apenas sintomas do câncer que hoje apresenta seus inúmeros sintomas em nossos tecidos sociais.

*** De quem é a culpa? 

Dos 1% ou de todos nós que, mantendo os valores de suporte deste sistema, protestamos contra suas consequências danosas?"

Peter Joseph (MOVIMENTO ZEITGEIST) fala no Occupy Los Angeles - em 15/10/2011 (1% tinham 40% da riqueza global - hoje estão chegando a 50%)

Assista (legendado) em:




Diagnósticos e soluções propostas no livro:

O MOVIMENTO ZEITGEIST-UMA NOVA FORMA DE PENSAR
A tradução (colaborativa) dos capítulos 1 a 11 está disponível no site (estamos trabalhando nos demais capítulos  - se desejar ajudar na tradução / revisão, veja como no link):

Irá o Estado punir as empreiteiras? O Brasil vive um embate inédito e definidor entre cidadania e patrimonialismo, lutando uma para desabrochar o outro para permanecer. Em tese, o Estado tem duas alternativas: ou declara as empreiteiras inidôneas ou as livra e as obriga a agir doravante de acordo com a idoneidade ratificada


Fonte da imagem: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/12/acoes-da-petrobras-caem-e-economista-da-dicas-sobre-o-mercado.html

Uma vez que no Brasil essas empresas respondem pela quase totalidade das obras públicas de vulto, declará-las inidôneas significa desorganizar, em alguma medida e por algum tempo, a economia do país, acarretando preços a serem pagos tanto a curto (desemprego) quanto a médio prazo (crescimento).

Ninguém, em sã consciência, deseja algo assim. Mas, e quanto ao preço do descrédito nas instituições (sim, ainda não chegamos ao fundo do poço) como consequência das ações e pressões dos agentes do Estado para salvar as empreiteiras?

Ruben Bauer Naveira
20/01/2015 23:46 
Irá o Estado punir as empreiteiras?


O Brasil vive um embate inédito e definidor entre cidadania e patrimonialismo, lutando uma para desabrochar o outro para permanecer. Em tese, o Estado tem duas alternativas: ou declara as empreiteiras inidôneas ou as livra e as obriga a agir doravante de acordo com a idoneidade ratificada


Diga-se, em primeiro lugar, que o Estado brasileiro é fruto histórico de um matrimônio indissolúvel entre o poder político-administrativo e o poder econômico, e sua razão de existir é atender antes de tudo a tais interesses particulares, não aos interesses maiores da sociedade.

Tal condição não é exclusiva do Brasil, afinal não existe no mundo nenhum Estado que não esteja sob crítica da sua respectiva sociedade. Mas o Estado brasileiro é sui generis, um tipo singular, segundo a tese que Raymundo Faoro nos legou em seu clássico Os Donos do Poder.

Vale uma digressão para apresentar o argumento de Faoro: no feudalismo, a classe dominante é tipicamente composta pelo rei, pelos senhores feudais e pelo clero, com tensões entre si na partilha do poder. Com o mercantilismo adveio também a burguesia, acumuladora de riqueza, contudo ainda excluída desse condomínio.

O Estado moderno surge então, especialmente após a Revolução Francesa, como uma reordenação dessas forças, sob predomínio da burguesia e declínio das demais. Portugal, porém, ao contrário dos demais países europeus, não teve feudalismo (porque já no século XIV o rei esmagara militarmente os senhores feudais e domesticara o clero).

Para dar conta de administrar o reino sem os senhores feudais, o rei contratou um aparato burocrático de funcionários convidados por afinidade, que logo adquiriu vida própria e se pôs a controlar (e parasitar) toda a atividade econômica do reino, com base em um sem número de normas escritas (códigos, proclames do rei etc.) numa hiper-regulação.

A partir das grandes navegações, com os descobrimentos e a colonização, esse aparato burocrático expandiu-se e, quanto maior, mais benfeitor de si próprio, mais apropriador da vida econômica e mais opressor da vida em geral.

A burguesia nascente, para conseguir prosperar, aprendeu a com ele se consorciar pela via da troca de favores e privilégios e da corrupção, compondo uma sociedade em que quem tinha posses era gente, quem não tinha era ralé e abaixo desses os escravos. Faoro denominou esse sistema “patrimonialismo” (o público como patrimônio de particulares), sistema que, por ser entrópico (necessita sempre sugar mais e mais recursos para se manter), somente pôde perdurar graças aos sucessivos booms econômicos de que Portugal se locupletou (as especiarias da Ásia, o açúcar do Nordeste, o ouro das Gerais).

À época da independência do Brasil, consolidava-se o Estado moderno em países como França, Inglaterra e Estados Unidos e assim se quis de algum modo copiá-los. Contudo, o tipo de Estado que aqui se formou não foi, como naqueles países, uma afirmação da burguesia mercantil (e já também industrial) em superação ao absolutismo do rei e à aristocracia, mas antes uma reafirmação do velho consórcio entre os agentes político-administrativos e os agentes econômicos, para continuidade da espoliação das riquezas do País (adveio em seguida o ciclo do café).

Da tese de Faoro se apreende o porquê de o Brasil, apesar de imensamente rico, não ter até hoje conseguido deslanchar.

O que não quer dizer que o Estado brasileiro não venha, aos poucos, se voltando em direção à sociedade. A partir de 1930 houve progressos alternados com retrocessos até que, como fruto das lutas pelo fim da ditadura e pela redemocratização do País, a Constituição de 88 veio instituir um modelo híbrido: se por um lado conserva o caráter do Estado como instrumento dos poderosos, por outro vem abrir brechas de cidadania.

Como exemplo do conservadorismo, a CF88 tem como cláusula pétrea (ou seja, algo que jamais poderá ser revogado, nem mesmo pelo mecanismo de emenda constitucional de três quintos da Câmara e do Senado, duas vezes cada um) os chamados direitos adquiridos, e assim eterniza inumeráveis privilégios.

Como apenas um exemplo, a Previdência Social são na verdade dois planos de benefícios completamente distintos (que em comum têm apenas a fonte dos recursos, o tesouro) conforme o quilate do aposentado: o regime próprio para os servidores públicos e o regime geral para o restante da população (denominações que são sintomáticas).

Como exemplo dos avanços, a obrigatoriedade do ingresso no serviço público por meio de concurso (ainda que no judiciário de vários estados os concursos sejam aproveitados para lavagem do nepotismo). Ainda mais significativo, as tão combatidas políticas de redução das desigualdades dos governos do PT nada mais são que o cumprimento de obrigações impostas pela Constituição:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; (…)

III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

Mas foi graças à criação de um ministério público com liberdade para atuar em defesa da sociedade que as maiores empreiteiras do País estão hoje a caminho do banco dos réus. Trava-se nesse exato momento um embate inédito e definidor entre cidadania e patrimonialismo, lutando uma para desabrochar o outro para permanecer. De um lado, personagens como Sergio Moro, Rodrigo Janot e Teori Zavascki têm sobre seus ombros infinitamente mais do que suas atribuições institucionais: cerram fileiras, do outro, cinco séculos de anticidadania.

A sociedade brasileira bem sabe que a montanha de dinheiro desviada da Petrobras (foi até aqui contabilizada a propina, não o sobrepreço) é apenas a ponta de um novelo que, quanto mais for desenrolado, mais irá mostrar.

E se trata apenas da corrupção em curso, não da pregressa. Em entrevista à Folha de São Paulo, em 01/12/2014 (“Empreiteira que soube usar a corrupção cresceu mais, diz historiador”), Pedro Henrique Pedreira Campos, autor do livro Estranhas Catedrais sobre a corrupção durante a ditadura militar, relata que naquele período as empreiteiras tiveram acesso ao Estado sem intermediários, dado que o Congresso era meramente figurativo.

Tampouco havia instâncias de fiscalização como as atuais, pelo que os casos de corrupção simplesmente não vinham à tona. A roubalheira era então muito maior do que hoje.

Um exemplo? O embaixador José Jobim, sem nenhuma ligação com organizações de esquerda, foi sequestrado, torturado e morto em 1979 porque havia levantado provas de que o superfaturamento na construção de Itaipu levou a um custo final dez vezes superior ao orçado. Atualizada a valores de hoje, a roubalheira de Itaipu supera muito provavelmente esta de agora.

Estaria o Estado brasileiro, em tese, frente a duas alternativas: ou declara as empreiteiras inidôneas e procura mitigar os efeitos adversos sobre a economia do País, ou livra as empreiteiras e procura obrigá-las a doravante agir de acordo com a idoneidade ratificada.

“Estaria em tese”, porque o DNA do Estado, sua índole natural o levará a poupar as empreiteiras. Pode ficar complicado, porém, convencer a sociedade de que ainda mais investimento no vício da hiper-regulação (agora na forma de governança e compliance) herdado de nossos antepassados lusos fará idôneas empreiteiras acostumadas há décadas a não apenas subornar senadores, governadores e juízes, mas a fazê-los.

Se a sociedade fosse ouvida, que vontade manifestaria? Seria de fato ela pela punição das empreiteiras, ainda que ao custo de uma retração da economia?

O Estado não irá ouvir a sociedade, não é da natureza dele. Será a sociedade que terá que se fazer ouvir. Para tanto, falta o debate. O artigo a seguir é uma contribuição a esse necessário e urgente debate.

*Esse artigo é uma adaptação para o Brasil Debate do texto: 

Estará o destino do Brasil por uma canetada?

TRECHO:
A canetada em questão é declarar inidôneas as empreiteiras corruptoras da Petrobras, e assim suspender todos os seus demais contratos pagos com dinheiro público.

Uma vez que no Brasil essas empresas respondem pela quase totalidade das obras públicas de vulto, declará-las inidôneas significa desorganizar, em alguma medida e por algum tempo, a economia do país, acarretando preços a serem pagos tanto a curto (desemprego) quanto a médio prazo (crescimento).

Ninguém, em sã consciência, deseja algo assim. Mas, e quanto ao preço do descrédito nas instituições (sim, ainda não chegamos ao fundo do poço) como consequência das ações e pressões dos agentes do Estado para salvar as empreiteiras?

E se de todo modo elas forem declaradas inidôneas? Pode-se adotar medidas que atenuem o impacto? Pode-se procurar chegar a algum benefício em meio aos prejuízos?

Procurar responder tais perguntas de forma intelectualmente honesta (o propósito deste artigo é contribuir para isso) seria do mais alto interesse nacional. Não é o que vem ocorrendo, infelizmente.

Tem-se abusado da expressão “parar o país”, não apenas simplista mas de óbvio impacto psicológico. Com que intuitos? Alertar a opinião pública, ou amedrontá-la? 

ARTIGO COMPLETO:

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Como poderia ser Um Dia na Vida de uma Sociedade que evoluiu para além da Economia de Mercado Capitalista (Eficiência de Mercado - Lógica do Dinheiro - Modelo Financista)

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Fonte da imagem: Vênus Project Califórnia  [https://www.thevenusproject.com/br/]


(16) Estilo de Vida, Liberdade e o Fator Humanidade

A liberdade é algo mais do que o direito de viver como nós desejamos? Nada mais. [807] - Epíteto

(...)

Estilo de vida

Conforme a tecnologia se desenvolve e o conhecimento científico evolui, a cultura muda. Esta tem sido a tendência da história. Com o desenvolvimento exponencial das tecnologias baseadas na informação e, consequentemente, a tecnologia aplicada que então emerge, cada geração desenvolve novos valores, associações, modos e expressões. Vamos imaginar despertar uma manhã em uma EBRLN [a] - um dia na vida:

[a] EBRLN - Economia Baseada em Recursos e Lei Natural

Você acorda para um zumbido geralmente tranquilo de tráfego leve, com os trens maglev movendo-se rapidamente através da cidade. Sendo um amante de vistas altas, você sai da cama, no 20º andar de um simples ainda que elegante complexo de apartamentos extrudados via molde, que convertem toda a luz solar em energia através de tintas fotovoltaicas em suas camadas mais externas. Você tem um fugaz momento de encantamento com esta realidade enquanto o sol irrompe através das janelas, forçando o aumento da atenção para fora de seu estupor do inicio da manhã. 

Enquanto emerge do sono, você também é lembrado de seu primo ter participado daquela iniciativa global, impulsionada pela universidade, de cerca de duas décadas atrás, que procurou aperfeiçoar esta tecnologia de pintura a um grau de eficiência nunca antes visto. Em poucos anos de colaboração, esta tinta PV atingiu 90% de eficiência energética, o que a torna viável em praticamente qualquer estrutura. Você se lembra da alegria e satisfação que o seu primo sentiu quando sua equipe estava na linha de frente quando este avanço para a humanidade foi alcançado. Era como a euforia sentida entre os companheiros de equipe de futebol depois de um gol ter sido marcado.

Lentamente ganhando foco conforme suas pupilas encontram o equilíbrio com a luz invasora, você olha para fora da janela e nota uma enorme máquina, suspensa por um tipo de guindaste, lentamente adicionando uma nova seção na estrutura do edifício do qual você é uma parte. Quase como mágica, a máquina é capaz de formar, a partir do que parece, a primeira vista, uma espécie de plástico líquido, uma nova configuração de apartamento e acrescenta a forma na estrutura existente. Silenciosamente, com segurança e, estranhamente, com muito poucas peças, não há técnico à vista, mesmo que provavelmente alguém esteja acompanhando o processo de algum lugar. Sensores de luz piscando e escaneando, sobre a enorme máquina, parecem sugerir que ela entende tudo sobre a área circundante e o que precisa fazer.

Olhando mais longe. no horizonte da cidade, há uma sensação imediata de sinergia com a natureza. A cidade não tem concentrações inadequadas ou em desequilíbrio. Os habilidosos sistemas de transportes que zunem pela cidade, que são de alta tecnologia, de fato parecem unir-se perfeitamente com a vegetação, lagos e canais. De repente, um quadro na parede, ao lado da janela, chama a sua atenção. Ele é um antigo retrato de arquivo, de quase o mesmo ponto de vista, mas fotografado muitas, muitas décadas antes, durante o que, no folclore popular moderno, hoje chamamos de "última idade das trevas".

Neste retrato uma sensação de tensão, congestionamento e conflito é sentida. Uma longa corrente de automóveis é vista, em uma faixa de estrada de concreto bruto, cobrindo todo o caminho para fora da moldura. Você se lembra de seu ensino de história, anos atrás, que naquela época a prática monetária, criando grande pressão e discórdia, com as pessoas se acumulando nas cidades para obter um emprego e, consequentemente, ganhar dinheiro, a fim de comprar coisas e sobreviver. Você, então, pensa em como as coisas mudaram de fato, se sentindo um pouco triste por aquela cultura primitiva e feliz por ter nascido quando nasceu. É claro que, percebendo que você também vive em uma era fugaz, conforme o tempo passa, você tenta imaginar quais aspectos de sua vida hoje um dia serão considerados ultrapassados, no futuro.

Com fome, você entra na cozinha do apartamento. É um projeto relativamente novo que você não tinha visto ainda. Embora o conceito de sistemas e o interesse em combinar e unificar o design industrial tenham sido mencionados fartamente em seus materiais educativos, como um estudante de engenharia, você percebe o grau avançado de eficiência já alcançado. A cozinha é uma unidade. Os pratos e utensílios são concebidas para o processo de lavagem e de armazenamento, que são diretamente incorporados. Uma vez que um prato está sujo, ele é colocado em um compartimento que já compreende a natureza pré-concebida do prato e processa o prato com uma espécie de limpeza a vapor e uma configuração de UV que também o esteriliza. Automaticamente,o prato é, então, retornado ao local apropriado no dispensador de prateleira, para a próxima utilização. É como se a cozinha fosse uma grande máquina, unificada.

No entanto, verificando a geladeira, você percebe que se esqueceu de pegar provisões para a sua curta estadia. Você pondera se descerá ao nível mais baixo para pegar essas provisões e voltar, mas você decide que é hora de seguir em frente e que você vai comer alguma coisa em um café, no caminho. Assim que sai do apartamento, você passe a chave de acesso no painel de controle, para confirmar a sua saída final e, em seguida, olha para o painel de controle para encontrar o botão "limpar". Depois de um pouco de frustração, você finalmente percebe que o apartamento foi projetado com um sistema de sensor de movimento, com base no tempo, para limpar-se automaticamente quando nenhum movimento for detectado.

Você, então, perceber o robô CF6 no canto e faz uma pausa para se maravilhar com a proeza técnica incrível que é ter este robô que entende a natureza exata do espaço, quais coisas pertencem a ele e quais não, tudo programado com percepção espacial 3D absoluta do apartamento, para limpar e organizar. É difícil para você imaginar como deve ter sido penoso esse trabalho diário de manutenção, em gerações anteriores.

Saindo do apartamento, que na verdade é um local de acesso temporário que você "alugou" por meio de um serviço online, você entra nos corredores e quase colide com um homem mais velho se movendo rápido, que deixa cair um pequeno laptop. Você percebe que ele é um dos gerentes do complexo de apartamentos. Você o ajuda a pegar o objeto e ele pede desculpas profusamente. "Sinto muito!" ele exclama. "Nós temos um problema com o CF6 no nível 12 e eu preciso reiniciá-lo!" "Que bom que nós sempre temos alguns backups para cada quarto!"

Você agradece a ele gentilmente pelo seu lugar bem cuidado e continua em seu caminho, com uma breve reflexão de volta para aquela foto histórica, no quarto de que você acabou de sair. Há muito tempo, no passado, o sentido de contribuição das pessoas sempre era associado a dinheiro. Eles tinham empregos, como eram chamados. Hoje, a vocação das pessoas é uma questão de escolha, facilitada também por um senso básico de responsabilidade social. Nossa sociedade é projetada para cuidar de nós como um só, então por que não devemos cuidar da própria sociedade em troca? O homem por quem você passou mantém aquele edifício, porque ele gosta de ajudar os outros e uma vez que ele próprio só precisa trabalhar algumas horas por semana nesse cargo, ele vê seu tempo voluntário como valioso e sem ônus, ajudando, feliz, outras pessoas que muito apreciam a contribuição. Isso faz com que ele se sinta mais como parte da comunidade.

Saindo do prédio, a rua está animada, com movimento. Você percebe um café francês retro, com aspecto artístico, na esquina e ri para si mesmo da nostalgia sem sentido, mas ainda assim bonita. Você entra e senta numa mesa de canto pequena, sorrindo educadamente para a família do outro lado da rua. Percebendo que você está ficando sem tempo, pois você tem que pegar um trem para assistir a uma conferência a umas duas centenas de quilômetros de distância, você tecla um pedido simples no menu do quiosque no centro da mesa. Chá e waffles. Uma vez encaminhado você não pode deixar de notar uma vibração leve que ocorre atrás de sua cabeça.

Já que seu avô era um engenheiro que ajudou a projetar o sistema automatizado de cozinha original, isso é curioso para você já que a tradição de costume era colocar a unidade de processamento acima e ao centro no espaço. Parece que havia alguma restrição nesta área estreita então eles a esconderam para o lado. Cerca de dois minutos depois, uma luz vermelha aparece na mesa para alertá-lo de que o seu pedido está pronto. Uma porta de vidro se abre, que é perpendicular à parte de cima da mesa e um transportador se estende para revelar o seu chá e waffles. Você pega a bandeja e se apressa para terminar, na esperança de não perder seu trem. Uma vez feito isso, você desliza a bandeja de volta para a abertura e ela se fecha para limpeza.

Quando sai do café, você não pode deixar de notar um decalque com a silhueta de uma forma feminina com uma bandeja, curvando-se sobre o que parece ser uma mesa. No início, a imagem confunde você e então você se lembra que houve um tempo na história em que as pessoas eram escravas dos outros deste mesma forma. Antes do restaurante automatizado, as pessoas realmente desperdiçavam o seu potencial, esperando uns pelos outros e manualmente trazendo comida e recebendo pedidos. Mais uma vez, você fica feliz por ter nascido quando nasceu.

Dirigindo-se para fora você percebe que tem uma longa caminhada. Ponderando embarcar no carrinho maglev, que circula constantemente sobre a cidade como um verme gigante, você decide que provavelmente vai ser muito lento. Então, você caminha para a rua paralela, que é onde os carros automatizados zunem em seus trajetos personalizados. Usando o seu telefone celular, que tem uma aplicação especial vinculada ao sistema de transportes da região, um táxi branco percebe rapidamente a sua chamada e pára na esquina. Você entra na frente do táxi e descreve verbalmente o endereço. Uma voz confirma o seu pedido e você está a caminho. 

Chegando na estação de trem, você sai do táxi e começa a seguir o seu caminho. Enquanto caminha você nota uma pessoa com uma grande mala ao seu lado, carregando-a. Isto o deixa perplexo. Parece tão árduo e desnecessário. Você se pergunta por que alguém iria precisar de uma bagagem tão grande quando as coisas básicas, de que todo mundo precisa, podem ser encontradas em qualquer cidade do mundo, sob demanda. A ideia de bagagem parecia inadequada e estranha. No entanto, antes de você ter um momento para refletir sobre isso mais um pouco, o homem na sua frente, de repente, cai no chão.

Imediatamente uma grande multidão começa a se formar, para ver se podem ajudar. Sendo o mais próximo dele, você observa que as características parecem ser de um ataque cardíaco. Embora extremamente raro no mundo, naquela época, eles ainda ocorrem, ocasionalmente. Usando seu telefone, você tecla o número de emergência 331 com a palavra "médica". Isso envia uma notificação instantânea de emergência para uma equipe local de voluntários treinados na prática médica, juntamente com a localização, via GPS. Em poucos minutos, uma equipe chega e trabalha para salvar a vida do homem. Como o homem ainda respirava, ele é colocado em um veículo de emergência automatizado, que zune para o hospital local. Preocupado com o destino do pobre homem, você se recompõe e continua, ainda mais atrasado do que antes.

Finalmente chegando ao seu trem, você entra e senta-se. Dentro de instantes as portas se fecham e você respira um suspiro de alívio. Em seu assento existe um centro de entretenimento que tem conteúdos de mídia sob demanda. Quando o trem começa a acelerar, de repente você se lembrar que seu sobrinho produziu um longa-metragem sobre a migração de baleias, recentemente, mas você não consegue lembrar o nome. Dado que este centro de mídia tem um link para. literalmente. todos os conteúdos já produzidos na história humana, digitalizado e dentro de um banco de dados acessível, você declina da ideia de procurá-lo entre os milhões de filmes.

Em seguida, ele vem a você! Assim, você digita o título e lá está ele. No entanto, sua lembrança de que sua viagem é de apenas cerca de 275 milhas faz você perceber que você não vai chegar longe, já que este trem maglev move-se a cerca de 3.000 mph. Você vai ter sorte se você assistir 8 minutos do filme. Então, ao invés de estragar a experiência, você decide revisar por alto algumas notas que você trouxe para a conferência. O tema da conferência é terraformação. Grande interesse está sendo demostrado pela humanidade em continuar a explorar a ideia de habitar o espaço, e esta conferência irá abordar os potenciais atualmente disponíveis.

No entanto, antes que muitas reflexões possam ser feitas, você chega ao seu destino. Você sai do trem e entra na estação. Você percebe que você precisa de algum equipamento para algumas tarefas programadas que serão abordadas na conferência, assim você caminha para a biblioteca de tecnologia local. Você precisa de um laptop versátil e de uma série de cartões de armazenamento para redigir suas notas e trabalhar depois que isto for feito. Você entra na biblioteca e sente um zumbido em seu telefone. Você o puxa para fora e uma notificação curiosa dá boas-vindas ao centro de tecnologia dessa região e pergunta se você precisa de ajuda em sua busca.

Isto o deixa perplexo, no começo, mas então você se lembra que a rede de bibliotecas da região foi recentemente atualizada para permitir um sistema de reconhecimento universal, facilitado por um aplicativo de telefone que você tinha instalado antes, ao usar outra biblioteca, na mesma região, anos atrás . Você tinha se esquecido disso. "Que conveniente!", Você pensa. Você descreve o laptop e os cartões de memória e ele retorna os perfis dos produtos. Você acha que está correto. Uma vez confirmado, um mapa visual da biblioteca aparece que mostra a sua localização e a localização da área com os bens que você precisa. Você se move para essa área e recolhe os itens. Em seguida, você sai da biblioteca, acessa um táxi automatizado, e você está a caminho da conferência.

Um número de horas mais tarde, a conferência termina. Você está inspirado, exausto e com fome, depois de ter-se esquecido de comer a maior parte do dia. Você decide que uma refeição estilo italiano soa bem. Felizmente, você percebe um restaurante como esse a poucos quarteirões abaixo e começa a andar. O telefone toca. É um associado de sua cidade natal. Ele afirma que há um problema com um dos múltiplos produtores de alimentos e ele é incapaz de responder devido a uma emergência pessoal própria. Você afirma que você vai se colocar online e verificar o status do sistema e retornará para ele.

Você entra rapidamente no restaurante italiano e senta-se em uma pequena mesa. É uma noite muito ocupada, por isso é mais barulhento do que você preferiria. Você pega o laptop, que tem uma ligação à Internet por satélite, em todos os momentos, e navegue até os mainframes técnico de sua região para verificar se há erros de status. Com certeza, há um problema de energia, no setor cinco da estrutura da fazenda vertical automatizada, na região nordeste. Você acessa uma imagem digital do layout físico que, por um tipo de codificação de cores, revela uma linha rompida de cabo de um conversor de energia. Tendo visto este problema antes, uma vez que você tem sido supervisor da produção de alimentos de sua região, por cerca de oito anos, você tem uma sensação de alívio, já que o problema é muito simples de resolver.

Com poucos comandos, um robô modular CR9 está agora sob seu controle, na fazenda. Através desta capacidade de controle remoto você é capaz de guiar a máquina para a área do problema e explicar a questão. Este robô, como o do apartamento que você tinha antes, tem uma compreensão completa de todos os sistemas físicos e técnicos na operação. Um modelo 3D da planta e seu projeto de infra-estrutura é, literalmente, programado nesses CR9s e tudo o que é preciso é um pouco de orientação da equipe de gestão e ele rapidamente entra em ação para corrigir um problema. Uma vez no local, o CR9 entende rapidamente o problema, de forma clara, e move-se para substituir o cabo de alimentação ruim. Em poucos minutos, o problema está resolvido. Você chama seu parceiro e ele agradece gentilmente pela assistência.

Agora. com muita fome, você precipita-se sobre o menu do quiosque e encontra o maior prato de massa que você pode! Você entra seu pedido, juntamente com um coquetel forte e um pouco de água, e espera. Cerca de dez minutos depois, um mecanismo na mesa abre, a partir do lado, elevando a sua agora visualmente sedutora refeição à superfície, na sua frente. Você mergulha! Comendo próxima, você não pode deixar de notar uma mulher com feição gentil olhando para você, a partir do canto. Você sorri e ela vem. 

Ela pergunta: "Como está?" Você responde "Muito bom. Você é a gerente aqui? " Ela balança a cabeça. Você, então, segue descrevendo como o seu avô ajudou a projetar o sistema de cozinha que ela está usando. Ela se ilumina e diz: "Minha família tem alimentado as pessoas durante nove gerações. Às vezes eu retorno ao passado e cozinho a comida eu mesma, apenas para me divertir! " Ambos riem da nostalgia, comparando a ideia com aqueles que ainda consertam manualmente carros velhos, apenas por diversão.

Após a refeição e conversa, você decide que é hora de se retirar para dormir. Usando seu telefone, você localiza um quarto disponível a alguns metros. Você entra no edifício, obtêm um cartão-chave a partir de uma parede automatizada de chaves, sobe para o seu quarto e dorme. A vida segue em frente.

O texto acima foi extraído do seguinte capítulo, em revisão para publicação no site:

Ensaio 16: Estilo de Vida, Liberdade e o Fator Humanidade

Diagnósticos e soluções propostas no livro:

O MOVIMENTO ZEITGEIST-UMA NOVA FORMA DE PENSAR
A tradução (colaborativa) dos capítulos 1 a 11 está disponível no site (estamos trabalhando nos demais capítulos  - se desejar ajudar na tradução / revisão, veja como no link):


Apagão Elétrico: como a Lógica do Dinheiro (Eficiência de Mercado - Modelo Financista) impede a implantação de um Modelo Energético RESILIENTE (auto suficiência local com redundâncias regionais e globais, baseado em fontes renováveis)

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Fonte da imagem:  http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/167140/Blecaute-vira-apag%C3%A3o-com-torcida-por-racionamento.htm

Apagão de energia atinge dez Estados e o DF

Por iG São Paulo | 19/01/2015 16:33 - Atualizada às 19/01/2015 20:51

Corte na distribuição foi determinado pelo ONS, órgão do governo federal responsável pela coordenação e controle de geração e transmissão de energia elétrica no Brasil

Além da falta de água nas torneiras, a crise hídrica começa agora a afetar também a distribuição de energia elétrica no País. Cidades em ao menos dez Estados brasileiros –nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste – registraram cortes severos que chegaram a duas horas, na tarde desta segunda-feira (19), deixando residências e comércios totalmente no escuro.
O contratempo ocorreu devido a uma determinação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), órgão federal responsável pela coordenação e controle de geração e transmissão de energia elétrica no País. Em nota divulgada horas após o apagão, o ONS justificou as quedas da seguinte maneira: "Restrições na transferência de energia das regiões norte e nordeste para o sudeste, aliadas à elevação da demanda no horário de pico, provocaram a redução na frequência elétrica."
(...)

Atrasos e superfaturamento de obras - que entregam menos (pelo preço de um Megawatt se disponibilizaria muitos mais Megawatts de energia) e muito mais tarde (aditivos de contratos = +$) - são decorrentes da 'concorrência de mercado' entre as empreiteiras que lucram com as obras do Sistema Interligado e Centralizado em Grandes Hidro e Termoelétricas. Será que estas empreiteiras, patrocinadas pelos políticos que financiam (de todos os partidos) - muitas as mesmas envolvidas nos escândalos de corrupção da Petrobrás - buscam a eficiência técnica em suas obras (otimizar o atendimento das necessidades dos cidadãos) ou a eficiência de mercado (otimizar o lucro)?

A mesma lógica se aplica à disponibilidade de transporte de massas em São Paulo - CPTM / Metro: (atrasos e superfaturamento de obras - que entregam menos (pelo preço de um quilometro de metro ou trem se disponibilizaria muitos mais quilômetros de metro ou trem) e muito mais tarde (aditivos de contratos = +$) - são decorrentes da 'concorrência de mercado' entre as empresas (de 'nível global') que lucram com este jogo combinado)
Um outro exemplo de que a 'mão invisível', da lei da oferta e procura, na verdade é uma 'mão visível' de grupos (cartéis / oligopólios) que manipulam a oferta e a demanda (via publicidade e outros meios):

.... os governos árabes jogaram o preço do petróleo para baixo para inviabilizar a exploração em vários países ( pre sal em águas profundas no Brasil, xisto betuminoso nos EUA, outras alternativas energéticas )?


O que temos que buscar - como cidadãos e consumidores de energia - para não continuarmos os grandes perdedores neste cassino da Economia de Mercado Capitalista:


(14) Fatores Econômicos Reais

O mundo mudou muito mais nos últimos 100 anos do que em qualquer outro 
século na história. A razão não é política ou econômica, mas tecnológica - 
tecnologias que fluíram diretamente de avanços na ciência básica. [751]
Stephen Hawking 

Visão geral

Em grego economia significa a gestão de um grupo familiar. [752] O atributo qualitativo definidor de uma economia é o seu nível de "eficiência". Ao contrário da prática da "eficiência de mercado" comum hoje em dia, esta forma de eficiência refere-se a sistemas físicos - e não às inter-relações do "dinheiro", do "mercado" e de outros artifícios indiscutivelmente culturais.[753] 

Neste processo de avaliação física, nós inevitavelmente chegamos a um conjunto de componentes inter-relacionados apropriadamente denominados fatores econômicos. Mais uma vez, estes componentes, diferentemente das grandes teorias financeiras em jogo no mundo moderno de hoje, não têm nada a ver com o ato de comércio ou similares. Ao contrário, eles influenciam nos processos técnicos reais, portanto, tendências, potencialidades e necessidades de medição necessárias para a organização do sistema otimizado de extração industrial, produção, distribuição, design, protocolos de reciclagem e afins. 

O texto acima foi extraído do seguinte capítulo, em revisão para publicação no site:

Ensaio 14: Fatores Econômicos Reais 

Diagnósticos e soluções propostas no livro:

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A tradução (colaborativa) dos capítulos 1 a 11 está disponível no site (estamos trabalhando nos demais capítulos  - se desejar ajudar na tradução / revisão, veja como no link):



(B) Sistemas em Pequena Escala e de Uso Total Misto 

A seção anterior descreveu o vasto potencial de aproveitamento de energias renováveis em grande escala, com Demanda Minima [N.T.: base-load - Exigência de carga básica (base-load) é o nível mínimo de demanda em um sistema de alimentação elétrica, ao longo de 24 horas. Fontes de energia de Demanda Minima são aquelas plantas que podem gerar energia confiável para atender de forma consistente uma demanda. Elas são a base de um sistema elétrico.]. Eólica, solar, água / hidro e geotérmica têm demonstrado que são capazes, isoladamente, de disponibilizar, ou vastamente exceder, o consumo energético anual global corrente de 0,55 ZJ, deste momento.

A verdadeira questão é saber como esses métodos serão colocados em prática de forma inteligente. Dadas as limitações regionais, associadas com outras questões nativas, tais como intermitência, uma iniciativa de design real necessita criar uma combinação viável de tais fontes. Algo como uma abordagem sistêmica é a solução real, harmonizando uma fração otimizada de cada uma dessas fontes de energia renováveis ​​para atingir a total utilização da abundância global.

Por exemplo, não é inconcebível imaginar uma série de ilhas artificiais, flutuando ao largo de locais selecionados, ao longo dos litorais, que são projetadas para, eventualmente, aproveitar, ao mesmo tempo, o vento, energia solar, diferenças térmicas, ondas, correntes de maré e do oceano - tudo ao mesmo tempo e na mesma área geral. Tais ilhas energéticas poderiam então enviar, via cabo, sua produção de energia de volta à terra, para uso humano. Várias combinações poderiam também ser aplicadas a sistemas baseados em terra, tais como a construção de combinações Eólica / Solar para contemplar o fato de que muitas vezes a energia eólica é mais presente durante a noite, enquanto a solar está disponível durante o dia.

Da mesma forma, a capacidade criativa no que diz respeito à forma como podemos combinar de forma inteligente vários métodos, também se estende ao que poderíamos considerar aproveitamento de energia local. Métodos renováveis, em ​​escala menor, que conduzam a estruturas individuais ou para pequenas áreas, atendem a mesma lógica sistêmica com respeito à combinação de fontes. Esses sistemas locais poderiam também, se fosse necessário, conectar-se aos sistemas maiores, de Demanda Minima [N.T.: base-load - Exigência de carga básica (base-load) é o nível mínimo de demanda em um sistema de alimentação elétrica, ao longo de 24 horas. Fontes de energia de Demanda Minima são aquelas plantas que podem gerar energia confiável para atender de forma consistente uma demanda. Elas são a base de um sistema elétrico.], assim, compondo uma rede total, integrada, de fontes mistas.

Um exemplo comum hoje em dia, é o uso de painéis solares de estrutura simples, tais como os de utilização doméstica. Enquanto a eficiência destes painéis ainda está em desenvolvimento, associado com limitações de custos impostas pelo mecanismo de investimento / lucro do mercado, a maioria das pessoas que utilizam esses sistemas de energia solar só são capazes de atender a parte do uso de eletricidade de sua casa, em vez de obter 100% de provimento. (Por exemplo, a maioria dos sistemas são aplicados para alimentar a casa durante o dia, enquanto obtém energia da rede regional de Demanda Mínima , durante a noite.) Este tipo de abordagem que busca maximizar as possibilidades locais, em primeiro lugar, antes de recorrer ao uso de energia em maior escala, em uma abordagem sistêmica, é a chave para a abundância prática de energia, eficiência e sustentabilidade.

Para entender a importância disto mais a fundo, vamos expandir o exemplo de aplicação doméstica de painéis solares para seu possível potencial teórico. Em 2011, o consumo anual médio de eletricidade de um cliente tipo unidade residencial (casa), nos EUA foi de 11.280 kWh. [681] Dados 114.800.000 domicílios, em 2010, [682] isto significa que 1.295 TWh / ano foram utilizados. O consumo total de energia elétrica, em 2012, para os EUA, foi de 3.886.400.000 MWh / ano. [683] Isso equivale a 3.886 TWh / ano. Isso significa que 33% de todo o consumo de energia elétrica ocorreu nas casas das pessoas, com a grande maioria desta energia proveniente de usinas de energia de combustível fóssil.

Se todos os lares nos Estados Unidos fossem capazes de alimentar-se de eletricidade usando painéis solares apenas, a utilização desta energia local, que é simplesmente desperdiçada, neste momento, a redução do estresse para o sistema de Demanda Mínima seria dramática. Ao contrário da crença popular, a partir de 2013 esta é uma possibilidade real, dado o estado de eficiência das células solares e tecnologias de armazenamento. [684] O problema é que a indústria de energia atual não está preparada para tal eficiência e os sistemas solares de consumo disponíveis sofrem de alta despesa financeira, como resultado de limitadas produção em massa e concorrência. E uma falta de iniciativa social para promover este avanço.

Vale a pena afirmar aqui que o sistema financeiro e os seus mecanismos orientados a preços existem como barreiras para o desenvolvimento de onipresentes e otimizadas residências solares, de modo amplo (bem como para todas as outras tecnologias em desenvolvimento, depois de um certo ponto de eficácia comprovada). Enquanto os defensores do capitalismo argumentam que o processo de investimento para o mercado, na disponibilização de um bem, com base na demanda, geralmente reduz o custo desse bem ao longo do tempo, tornando-o mais disponível para aqueles que não podiam pagar antes, esquecem-se que o processo inteiro é um artifício.

Se o preço e o lucro fossem removidos do sistema, focando-se apenas na tecnologia e seu mérito estatístico, tanto no momento atual como em suas tendências de eficiência (melhorias futuras), de longo prazo, estratégias apropriadas de alocação de recursos e pesquisas poderiam ser empregadas para prover tecnologias promissoras para a população muito mais rapidamente. No caso de painéis solares para geração de energia em casa, dada a incrível capacidade que tem para aliviar o stress de energia no sistema de Demanda Mínima e que, hoje, poderiam reduzir ainda mais as emissões e poluição de combustíveis fósseis, é uma circunstância muito infeliz que essa tecnologia e sua aplicação esteja sujeita aos caprichos do mercado. [685]

Se examinarmos a despesa comercial de um painel solar médio, em 2013, uma casa média, com 11.280 kWh por mês, exigiria cerca de 30 painéis, com uma eficiência de célula solar de cerca de 9-15% e um sistema de bateria para a noite. Isso custaria mais de US $ 20.000. [686] Tal despesa é inacessível para a grande maioria, mesmo com os materiais básicos utilizados em sistemas fotovoltaicos tradicionais sendo simples e abundantes, junto com a cada vez maior facilidade de fabricação.

Da mesma forma, é igualmente decepcionante perceber como a construção moderna de casas tem feito pouco ou nenhum uso de outros métodos renováveis ​​locais básicos, que poderiam facilitar ainda mais a capacidade do mundo real para colocar todas as famílias (não só nos EUA, mas em todo mundo) em uma situação de independência energética.

Observado o poder da energia solar, outras aplicações quase universais também se aplicam. De pequenos sistemas de captação de vento [687], aquecimento geotérmico e tecnologia de resfriamento [688], combinados com projetos arquitetônicos para uma melhor utilização da luz natural e eficiência de preservação de calor / frio [689], há um espectro de ajustes de design que poderiam tornar apartamentos e casas não só auto-suficientes, mas também mais ecologicamente sustentáveis. Associando isto com projetos de uso e reuso para a preservação da água, juntamente com outras abordagens para otimizar a eficiência de energia / recursos, fica claro que nossos métodos atuais são extremamente dispendiosos quando comparados com as possibilidades.

Estendendo para o exterior, para a infra-estrutura da cidade, vemos as mesmas falhas em quase toda parte no que diz respeito a aplicação de tais sistemas. Por exemplo, uma quantidade enorme de energia é usada no processo de transporte. Enquanto o veículo elétrico tem se mostrado viável para uso global pleno, os esforços de lobistas e outras limitações de mercado continuam a manter a sua aplicação bem atrás dos normais, alimentados a gasolina. Muitos métodos baseados em sistemas também continuam não explorados.

Além de uma necessidade geral de reorganizar ambientes urbanos para tornarem-se mais propícios para o uso de redes de transporte de massa, eliminando a necessidade de vários veículos autônomos, simplesmente reaproveitar os movimentos motorizados de todos os meios de transporte poderia aliviar significativamente as pressões de energia.

A tecnologia chamada de piezoelétrica, [690] que é capaz de converter a pressão e energia mecânica em energia elétrica, é um excelente exemplo de um método de reaproveitamento de energia com grande potencial. As aplicações existentes incluem a geração de energia por pessoas caminhando sobre pisos [691] e calçadas [692] piezo elétricos. Ruas que podem gerar energia quando automóveis trafegam [693] e os sistemas ferroviários que também podem capturar energia da passagem de trens, através da pressão . [694] O engenheiro aeroespacial Haim Abramovich afirmou que um trecho de estrada com menos de um quilômetro de comprimento, quatro pistas largas e trafegado por cerca de 1.000 veículos, por hora, pode criar aproximadamente 0.4 megawatts de potência, o suficiente para abastecer 600 casas. [695] 

Outras aplicações teóricas estendem-se a praticamente qualquer coisa que envolva pressão ou movimento, incluindo pequenas vibrações. Por exemplo, há projetos trabalhando para aproveitar produções de energia aparentemente de pequena escala, tais como: digitar mensagens de texto em um telefone celular em uma fonte para carregar o telefone, enquanto o telefone está simplesmente sendo tocado ou movido; [696] [697] aplicações para energia colhida de fluxo de ar a partir de aviões; [698] e até mesmo um carro elétrico que usa tecnologia piezo, em parte, para carregar-se à medida que viaja. [699]

Se pensarmos sobre a enorme energia mecânica desperdiçada por modos de transporte de veículos e centros de alto tráfego a pé, como as ruas do centro, o potencial dessa possível energia regenerada é bastante substancial. É esse o tipo de pensamento sistêmico que é necessário, a fim manter a sustentabilidade, enquanto perseguimos ativamente uma abundância global de energia.

O texto acima foi extraído do seguinte capítulo, em revisão para publicação no site:

Ensaio 13: Tendências Pós-Escassez , Capacidades e Eficiências 

Diagnósticos e soluções propostas no livro:

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A tradução (colaborativa) dos capítulos 1 a 11 está disponível no site (estamos trabalhando nos demais capítulos  - se desejar ajudar na tradução / revisão, veja como no link):


Ver também:

 Evidências de que a 'Escassez' de Água deve-se à Restrições Monetárias (Eficiência de Mercado - Modelo Financista) e não à Falta de Soluções de Engenharia (Eficiência Técnica). Local ou Globalmente.
#Capacidades, #Eficiência_Mercado, #Eficiência_Técnica, #Eficiências, #Movimento_Zeitgeist, #Pós-Escassez

Demonstração de como a EFICIÊNCIA DE MERCADO inibe e, muitas vezes, impede a EFICIÊNCIA TÉCNICA (respeito às Leis Naturais para atender as Necessidades Humanas)