domingo, 10 de fevereiro de 2013

São Paulo: manicômio 18 milhões pessoas presas em seus veículos várias horas/dia.Europa:PAIS TRABALHAM 10/12 HORAS/DIA E FILHOS NÃO CONSEGUEM TRABALHAR...


Roda Viva | Domenico de Masi | 21/01/2013

São Paulo é um manicômio de 18 milhões de pessoas presas em seus veículos por várias horas por dia.

SOLUÇÃO: TELETRABALHO

Vivemos uma época, na Europa - e cada vez mais, nos outros 'países ricos, em que OS PAIS TRABALHAM 10/12 HORAS POR DIA E OS FILHOS -jovens de 20 a 35 anos, muito bem preparados - NÃO CONSEGUEM TRABALHAR...

E qual a estratégia? Uma é aumentar a IDADE MINIMA PARA APOSENTADORIA. Quando se aumenta em 3 anos, significa que aqueles jovens PASSARÃO MAIS 3 ANOS DESEMPREGADOS.

SOLUÇÃO: quando mais gente "quer torta" e esta não aumenta, deve-se servir porções menores a todos - como o volume total de trabalho cresce muito pouco, TRABALHEMOS MENOS HORAS PARA TRABALHARMOS TODOS.


As Organizações, principalmente as Empresas, precisam passar por uma grande reinvenção:

Durante 200 anos - Revolução Industrial - foram as responsáveis por grandes progressos da Humanidade.

Hoje, no Pós-Industrial, são umas das Instituições que mais contribuem para evitar o progresso.

São milhões de Ditaduras dentro das Sociedades Democráticas: os colaboradores não elegem seus chefes. E, quando se tornam mais autoritárias, por sua, ainda, grande importância nas sociedades, tornam estas mais autoritárias.

As Organizações pregam Colaboração, mas estimulam Competição. Pregam Meritocracia, mas existem muito favorecimento / nepotismo, principalmente para os cargos mais altos. Em função da maioria de seus executivos serem analógicos dificultam a otimização do uso das novas tecnologias (um exemplo: por não saberem lidar com o Facebook, a maioria restringe seu uso em suas dependências (tentam restringir (smartphones / tablets liberam)).

De Masi cita ainda o exemplo de ter tido que apresentar documentos e ser fotografado para entrar em uma empresa, como se fosse um ladrão. Mas muitos ladrões estão lá dentro, muitas vezes ocupando altos cargos, como mostraram os escândalos corporativos e bancários dos últimos anos.


AINDA NÃO ASSISTIU? SEGUE O LINK YouTube. IMPERDÍVEL...

Roda Viva | Domenico de Masi | 21/01/2013



www.youtube.com

Autor de livros como Desenvolvimento sem Trabalho, A emoção e a Regra e O Futuro do
 Trabalho, De Masi é um dos pensadores mais contemporâneos da era pós-industrial...

https://www.youtube.com/watch?v=CLOjkmil2UI


 Uma compilação de referências sobre o entrevistado:



-- 
Atenciosamente. 
Claudio Estevam Próspero 
__________________________________
http://twitter.com/prosperoclaudio
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http://www.facebook.com/people/Claudio-Estevam-Prospero/1253621184
http://sinapsesgaia.blogspot.com/ (Blog: Sinapses de Gaia)
http://mitologiasdegaia.blogspot.com/ (Blog: Mitologias de Gaia)
http://criatividadeinovao.blogspot.com/ (Blog: Criatividade e Inovação)
http://redessociaisgovernanaliderana.blogspot.com/ (Blog:Governança e Liderança em Redes Sociais)
http://reflexeseconmicas.blogspot.com/ (Blog: Reflexões Econômicas)
http://poltica20-yeswikican.blogspot.com/ (Blog: Política 2.0 - Yes, WIKI CAN)
** http://automacao-inteligencia-organizacional.blogspot.com.br/ (Blog: Automação e Inteligência Organizacional)
http://www.portalsbgc.org.br/sbgc/portal/ (Comunidade Gestão Conhecimento)

Juros, rentismo e desenvolvimento - Spread e juros bancários - A importância da redução do spread na economia brasileira - A decomposição do spread (Custos, Inadimplência, ..., Impostos, Margem Líquida)


Juros, rentismo e desenvolvimento

Introdução

No decorrer de 2011, o governo federal gastou com o pagamento de juros da dívida interna a imensa quantia de R$169,9 bilhões. Esta quantia corresponde a mais de duas vezes o valor gasto com a área de saúde e cerca de três vezes o valor gasto em educação [2].

Por absurdo que pareça, não se trata de algo extraordinário, mas sim de um fato recorrente, observado ao longo de muitos anos em nosso país. As elevadas taxas de juros [3], fixadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, resultam em enorme transferência de renda da sociedade, especialmente dos mais pobres, para uma parcela minoritária da população, detentora da riqueza financeira.

Para fazer frente a estas despesas com juros, o governo federal busca, de um lado, ampliar continuamente as receitas com arrecadação de tributos e, de outro lado, comprimir os gastos públicos não financeiros, tais como, aqueles com educação, saúde, reforma agrária, investimento em infraestrutura etc. Nestes termos, os mais pobres são duplamente atingidos.

Ademais, as elevadas taxas básicas de juros praticadas em nossa economia geraram um ambiente de baixo crescimento econômico, uma vez que se refletiam no custo de financiamento do investimento e do consumo, isto é, no custo do crédito, que se situava em patamar praticamente impeditivo à sua utilização de forma ampliada.

Refletiam-se, também, devido à pressão da entrada de dólares de aplicadores em busca  dos ganhos financeiros fáceis, numa taxa de câmbio valorizada, altamente nociva à indústria e ao emprego nacional.

Assim, como decorrência, foi sendo estabelecido um padrão de acumulação baseado nos ganhos financeiros de curto prazo - fortemente favorável aos detentores da riqueza financeira, em detrimento dos demais segmentos da sociedade. Nesse contexto, as organizações financeiras, especialmente os bancos, também não cumpriam sua função fundamental de assegurar o crédito ao setor produtivo e ao consumidor, uma vez que cobravam taxas de juros exorbitantes e davam preferência pela não realização de operações de crédito de médio e longo prazo. Apenas os bancos públicos, em especial o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), buscavam suprir a demanda por financiamentos de longo prazo.

A alternativa de retorno praticamente garantido e em níveis elevados das aplicações em títulos públicos tornava a opção por investimentos produtivos em alternativa pouco atrativa. Mesmo as empresas não financeiras, como as industriais e de serviços em geral, passavam a aplicar crescentemente seus recursos em ativos financeiros, tornando esta uma importante fonte de ganhos, paralelamente àqueles obtidos em suas atividades-fim. Este estado de coisas gerou uma atrofia da economia brasileira, caracterizada, entre outros aspectos, pelos baixos níveis de investimento e crescimento econômico e pela concentração da renda, basicamente alimentada pelo rentismo, ou seja, pela prevalência do setor financeiro sobre o setor produtivo e do ganho fácil através de aplicações financeiras.

O maior crescimento econômico com alguma distribuição de renda, observado na segunda metade dos anos 2000, encobriu, de alguma forma, a manutenção desta lógica rentista. Contudo, no contexto de crise internacional, evidenciou-se, mais uma vez, ser fundamental enfrentar o desafio de ampliar ainda mais o mercado consumidor interno brasileiro bem como os níveis de investimento, para dar sustentação prolongada ao crescimento econômico. Nestes termos, enfrentar o gargalo da escassez do crédito, principalmente o de longo prazo, e o elevado custo do dinheiro no país tornou-se crucial e vem motivando o governo federal a adotar uma série de medidas visando atingir tais objetivos.

As sucessivas reduções da taxa básica de juros (conhecida como Taxa Selic) desde meados de 2011; a mudança no perfil da dívida pública com redução do peso dos títulos com rendimento atrelado à Selic; a crítica às elevadas taxas de juros cobradas pelos bancos sobre empréstimos e a recente redução dessas taxas pelos bancos públicos estão sendo consideradas, pelo governo, como o início de transformações mais profundas nas bases de financiamento da economia, visando o barateamento dos investimentos e a busca de um novo patamar da taxa de câmbio que estimule a produção doméstica.

A perspectiva de garantir crescimento econômico sustentado e desenvolvimento social exige que se avance firmemente na construção de uma nova ordem para o sistema financeiro. Em especial no que se refere à redução dos juros básicos e do spread (diferença entre a taxa de juros que o banco paga para captar recursos e a taxa que ele cobra nos empréstimos a pessoas físicas e empresas). É bom lembrar que a queda na  taxa básica de juros deve, em condições normais, induzir à redução das demais taxas praticadas no mercado. Assim, para que tenham efeitos positivos, as medidas devem orientar-se pela diretriz de alavancar recursos para o investimento produtivo, desmobilizar aplicações especulativas e criar fundos de investimento de longo prazo, bem como reduzir os gastos com a remuneração da dívida pública, liberando recursos para o Estado investir em infraestrutura econômica e social.

Caso obtenha sucesso, a estratégia poderá abrir caminho para uma nova base de sustentação do crescimento econômico. Atuará positivamente, também, na redução das taxas de juros pagas pelos trabalhadores no consumo, no empréstimo consignado, no parcelamento de faturas de cartões de crédito e no cheque especial, bem como na redução do montante final de suas dívidas, atenuando a transferência de renda ao setor financeiro que daí decorre.

As últimas medidas anunciadas pelo Governo Federal quanto à Caderneta de Poupança foram apresentadas como parte dessa estratégia. Com o intuito declarado de possibilitar a continuidade do processo de redução da taxa básica de juros, foram alteradas as regras de remuneração da Caderneta para os depósitos realizados a partir de 4 de maio de 2012. Sem as alterações, a remuneração garantida anteriormente para essa aplicação funcionava como um obstáculo à queda da Selic. Para percentuais inferiores a 8,5% ao ano, uma vez que a Poupança garantia rendimentos equivalentes à variação da Taxa Referencial (TR) [4] mais juros de 6,17% ao ano [5], sem incidência de imposto de renda e de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e com possibilidade de resgate a qualquer momento. Como o governo não pode abrir mão de captar recursos através da venda de títulos da dívida pública - que são remunerados pela taxa Selic e têm prazo de resgate mais longo - torna-se necessário garantir, mesmo com a queda da taxa básica, que o rendimento desses títulos se mantenha superior ao rendimento da Caderneta de Poupança. Caso contrário, poderia haver uma migração dos aplicadores para a Poupança, criando dificuldades para o (re)financiamento da dívida pública.

Segundo o governo, as alterações no rendimento da Caderneta de Poupança estão em consonância com regras utilizadas em países desenvolvidos, no que tange à remuneração desse tipo de aplicação. Na avaliação governamental, os efeitos positivos da mudança são maiores e mais consistentes com a estratégia de desenvolvimento do que o impacto da redução da remuneração para as novas aplicações em poupança. Nessa perspectiva, a medida é tida como necessária para a construção de novas bases de financiamento para a economia, posicionando o Brasil de maneira semelhante às economias desenvolvidas, com níveis de juros reais que não inibam o crescimento.

3 Durante muitos anos, o país deteve o vergonhoso título de campeão mundial das taxas de juros.

4 A Taxa Referencial – TR é um indexador. Foi criada no Plano Collor II, na tentativa de desindexação da economia, para ser uma taxa básica referencial dos juros a serem praticados no mês vigente e que não refletisse a inflação do mês anterior. O valor (%) da TR é obtido a partir das taxas médias mensais ponderadas e ajustadas (retiram-se as duas maiores e as duas menores taxas) dos CDBs  Certificados de Depósito Bancário) e RDBs (Recibos de Depósito Bancário), prefixadas, de 30 instituições financeiras selecionadas. Sobre a média apurada das taxas pagas pelos CDBs/RDBs, aplica-se um redutor para “extrair” os juros reais e a tributação incidente. Em 1993, a TR foi de 2.474,73% a.a.. Em 2011, foi de 1,21% a.a.. (Bacen).

5 A taxa de 6,17% a.a. corresponde a 0,5% ao mês, acumulados em 12 meses.

Texto completo em:


Spread e juros bancários

Introdução
O desempenho da economia brasileira nos últimos anos e, principalmente, a perspectiva de crescimento por meio do investimento público e privado e do consumo das famílias, além do reaquecimento do mercado de trabalho, abrem espaço para a discussão em torno da expansão do crédito como forma de continuar alavancando o crescimento para os próximos anos. Nesse sentido, o custo do dinheiro assume importância na tomada de decisão das empresas na expansão do investimento produtivo e em infraestrutura, assim como das famílias nos gastos de consumo. Entretanto, as taxas de juros bancárias no Brasil são extremamente elevadas, bem como o spread. Isso é facilmente verificado quando a comparação é feita com padrões internacionais.

Esta Nota Técnica tem como objetivo levantar, debater e justificar a necessidade de reduzir o spread bancário, o que contribuiria para diminuir as taxas de juros praticadas no Brasil.

A importância da redução do spread na economia brasileira
O crescimento econômico experimentado pela economia brasileira nos últimos anos tem sido sustentado graças ao mercado interno, com o aumento da massa salarial e do consumo das famílias, por intermédio do mercado de trabalho e da expansão das operações de crédito bancário, respectivamente.

Segundo as informações do Banco Central do Brasil (BCB), a relação crédito/PIB manteve uma trajetória de expansão mesmo após os impactos da crise financeira mundial de 2008/2009 - Gráfico 1. Em janeiro de 2012, o volume de crédito no Brasil alcançou o patamar de 48,8% em relação ao PIB, dobrando a participação em relação ao que representava em janeiro de 2004. O aumento do crédito no país acompanhou a evolução da demanda interna, impulsionada, especialmente, pelo dinamismo do mercado de trabalho. Nesse contexto, além da expansão dos empréstimos com recursos livres, as carteiras de crédito com recursos direcionados, operadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e os créditos habitacionais foram incentivados pelas iniciativas de investimento do governo federal, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o “Minha Casa, Minha Vida”.

(...)

Por outro lado, apesar do crescimento do crédito em relação ao PIB, os dados do Banco Mundial (Gráfico 2) revelam que a situação do Brasil ainda está muito distante da realidade de outros países. Pela metodologia, que contempla alguns ativos financeiros não considerados nos cálculos do BCB, em 2010, o volume de crédito ao setor privado no país alcançou 57% do PIB, percentual aquém do apresentado pelos países desenvolvidos. (Como, por exemplo, Dinamarca e Japão, com relação crédito/PIB de 225% e 169,2% respectivamente) e pelos emergentes (África do Sul e China, 145,5% e 130,0%, respectivamente), apesar de se situar acima de países como Índia (49,0%), México (24,6%) e Argentina (14,6%).


Assim, um dos desafios para preservar a trajetória de crescimento da economia brasileira, com base no mercado interno, passa pela ampliação da oferta de crédito para volume e padrões internacionais. Entretanto, são evidentes as fortes barreiras para se alcançar estes patamares. Juros altos e spreads abusivos, sem qualquer correspondência com a taxa de juros básica (Selic) e o custo de captação, tanto no mercado interbancário quanto externo, impedem maior expansão do crédito.

É possível constatar essa realidade por meio da comparação do nível médio do spread bancário da economia brasileira com alguns países selecionados. Em linhas gerais, o spread bancário consiste na diferença entre o custo de aplicação e de captação dos bancos.

A comparação revela que há um descolamento entre os percentuais de spreads praticados no Brasil em relação às economias com condições similares àquelas aqui observadas.

Segundo dados do BCB, em janeiro de 2012 enquanto a taxa média paga para aplicações financeiras no Brasil estava em 38,0% ao ano, a taxa média de captação era de 10,2% ao ano, resultando em um spread de cerca de 27,8 pontos percentuais ao ano, distante da realidade e dos spreads bancários praticados em algumas economias latino-americanas como: a Argentina, 3,39 p.p ao ano; Chile, 4,49 p.p a.a.; México, 3,82 p.p ao ano; Colômbia, 7,37 p.p a.a.; Bolívia, 9,61 p.p a.a., de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) - Gráfico 3.

Fonte: BCB e FMI (International Financial Statistics)
Nota: Os spreads foram calculados a partir da diferença entre lending rate e deposit rate. Para Uruguai, Paraguai e China os dados referem-se ao ano de 2011. Para o spread brasileiro utilizou-se o dado do Banco Central do
Brasil

Elaboração: DIEESE – Rede Bancários

Conforme observado no Gráfico 3, quando comparado aos patamares de outros países emergentes, o spread brasileiro mostra-se bastante elevado. Ainda de acordo com dados do FMI, a China, por exemplo, apresentou spread de 3,06 p.p a.a., em dezembro de 2011; a Rússia e a África do Sul apresentam, em 2012, respectivamente, spreads de 3,0 p.p a.a. e 3,48 p.p a.a., níveis bastante inferiores aos praticados no Brasil.

Apesar de o Brasil estar muito abaixo do volume de crédito do setor privado em relação ao PIB dos países desenvolvidos, o spreadbrasileiro, comparado ao de países da América Latina e aos Brics (sigla para Brasil, Rússia, Índia e China), está em nível muito mais elevado. Reduzir o spread significa trazê-lo aos padrões praticados em nível internacional e, por consequência, ampliar o espaço para a elevação do crédito voltado ao consumo e investimento, com prática de juros menores do que os atuais.

O elevado patamar do spread bancário no Brasil
A taxa de juros bancária é variável de suma importância para diversos segmentos da sociedade, visto que o custo do dinheiro afeta de forma distinta a vida de empresários e trabalhadores, determina decisões de investimento (publico e privado) e consumo, onera o orçamento público, contribuindo, enfim, para constituir a dinâmica econômica do país. Assim é fundamental compreender os motivos pelos quais o spread no Brasil, como demonstram as taxas de juros bancárias, se encontra em patamar tão elevado onerando de forma expressiva os custos do capital de giro e da produção das empresas, bem como o orçamento das famílias que necessitam recorrer ao crédito.

Uma primeira explicação para o elevado spread brasileiro parece ser o próprio nível da taxa de juros básica da economia brasileira (a Selic). Mesmo com a tendência de queda observada na meta da Selic desde agosto de 2011, quando passou de 12,50% a.a. para 12,00 % a.a., até atingir o atual patamar de 9,0% a.a., a taxa de juros real brasileira ainda é uma das mais elevadas do mundo.

A manutenção da taxa Selic em patamar elevado acaba determinando um nível mínimo de valorização para todas as demais aplicações de recursos na economia. “(...) o patamar sui generis do spread bancário no Brasil está associado à existência de uma alternativa de aplicação especialmente atrativa que combina alta rentabilidade e baixíssimo risco: os títulos públicos indexados a taxa de juros básica”.

Vale lembrar que os bancos brasileiros permaneceram durante muito tempo fechados à competição externa e estavam voltados ao financiamento dos elevados déficits do governo. Os longos períodos de inflação alta e de crise levaram o Banco Central a dirigir ações para evitar que os problemas se agravassem, deixando para segundo plano a questão do custo do crédito no setor bancário. Hoje, curiosamente, além de serem os maiores detentores de títulos públicos federais, as instituições financeiras encontram-se numa situação de repensar a estratégia no sentido de focar o aumento do volume de crédito a um custo mais baixo, em razão da tendência de queda da Selic para os próximos anos.

PRATES, 2010, p.133

Outro fator que contribui de forma determinante para o alto custo do dinheiro no Brasil é a própria estrutura do mercado bancário nacional, que tem uma configuração oligopolista, com poucos bancos controlando praticamente todo o mercado e, portanto, com grande capacidade de determinação dos juros cobrados nas operações de crédito e do valor das tarifas bancárias. Para dar uma noção da estrutura de mercado, apenas os seis maiores bancos atuantes no Brasil (Banco do Brasil, Itaú-Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Santander e HSBC) concentram mais de 80% dos ativos totais e das operações de crédito do sistema bancário brasileiro (Gráficos 4 e 5).

Diante desse cenário, uma alternativa que possibilitaria a quebra relativa da lógica oligopolista que vigora no mercado bancário brasileiro seria a atuação mais incisiva dos bancos públicos, principalmente Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, como ocorreu no início de abril, quando estas instituições reduziram os juros cobrados das pessoas físicas e jurídicas. Esta prática, como visto até este momento, pressionou os bancos privados, ameaçados de perderem participação de mercado, a também reduzirem as taxas de juros e os spreads bancários.

A decomposição do spread
Desde 1999, o Banco Central do Brasil (BCB) disponibilizou uma série de estudos sobre o sistema bancário, denominada “Juros eSpread Bancário”, em que são realizadas análises a respeito da evolução da taxa de juros praticada pelas instituições financeiras, a fim de identificar a estrutura e os determinantes do spread.

Spread é um termo em inglês usado para expressar a diferença entre o que o banco paga ao aplicador para captar um recurso e quanto cobra para emprestar esse mesmo dinheiro. Em janeiro de 2012, o spread situava-se em 27,8 p.p e, desde janeiro de 2004, variou entre 22 p.p e 30 p.p (Gráfico 6).

Pela metodologia utilizada pelo BCB, a decomposição do spread consiste em cinco componentes fundamentais. São eles:

1) Custos administrativos: referem-se às despesas com a manutenção do processo produtivo das instituições financeiras, por exemplo, as vinculadas à remuneração do trabalho (salários, benefícios, treinamentos e encargos) e à utilização de recursos operacionais (comunicações, material de escritório, processamento de dados, propaganda e publicidade, seguro, vigilância, transporte, entre outros);

2) Inadimplência: recursos provisionados pelos bancos para possíveis perdas em virtude do não pagamento por parte dos tomadores de crédito no intuito de resguardar o patrimônio das instituições financeiras. Este componente é estimado com base nas classificações de risco das categorias de empréstimo dos bancos e nas respectivas provisões mínimas;

3) Compulsório + Subsídio Cruzado + Encargos Fiscais e Fundo Garantidor de Crédito (FGC): corresponde à parte relativa aos custos de recolhimento incorridos pelos bancos para manutenção de parte de seus recursos no BCB, aos custos referentes aos créditos  direcionados, como habitacional e rural, por exemplo. Inclui também as despesas obrigatórias com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e os tributos incidentes sobre a concessão de crédito e os resultados auferidos nessas operações (Programa de Integração Social/PIS e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social/Cofins);

4) Impostos Diretos: inclui as despesas com Imposto de Renda (IR) e com a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);

5) Margem Líquida, Erros e Omissões: diferença entre o resultado bruto e os componentes anteriores, isto é, neste item inclui o lucro líquido, os erros e as omissões de mensuração.

De acordo com o Gráfico 7, em 2010 (último dado disponibilizado no estudo do Banco Central), o spread bancário era composto por:

·         32,7% de Margem Líquida,
·         28,7% de Inadimplência,
·         21,9% de Impostos Diretos,
·         12,6% de Custo Administrativo
·     e apenas 4,1% de despesas referentes ao Compulsório, Subsídio Cruzado e Encargos Fiscais e FGC.


Fonte: Banco Central do Brasil
Elaboração: DIEESE - Rede Bancários

É interessante observar que o componente Margem Líquida, que inclui o lucro do banco, foi maior em 2008, com participação de, aproximadamente, 35% no spread total, mesmo considerando que o ano foi marcado pela eclosão da crise financeira internacional. Nos anos anteriores, o percentual era menor e girava em torno de 30%.

Em 2009, essa participação caiu, mas voltou a subir em 2010, com a recuperação da economia brasileira e a retomada do crescimento do crédito. Em suma, em 2010, a participação da margem líquida (lucro dos bancos na intermediação financeira) correspondeu a cerca de 1/3 do total do spread bancário e foi o maior dos componentes dele.

Por outro lado, as despesas relacionadas à inadimplência reduziram a participação entre 2009 e 2010 (de 30,6% passou para 28,7%). Em 2009, devido aos impactos da crise, os bancos aumentaram as provisões para créditos de liquidação duvidosa, percentual também muito próximo do verificado em 2006, 30,5%, que, segundo o BCB, foi reflexo do maior volume de crédito em atraso verificado naquele ano.

As despesas relacionadas aos Impostos Diretos aumentaram a participação na composição e também correspondem à parte importante na composição do spread (21,9% em 2010). Esta participação já foi menor nos anos anteriores a 2008 (em torno de 15% a 16%, entre 2004 e 2007).

Os Custos Administrativos, e aqui estão incluídas as despesas com pessoal, representaram somente 12,6% do total do spread em 2010. Esta participação já foi maior, uma vez que, em 2004, representava 20,4%. Vale lembrar que apenas as receitas oriundas de tarifas bancárias são suficientes para cobrir mais do que 100% das despesas de pessoal nos principais bancos atuantes no Brasil. Isso significa que as receitas de tarifas e prestação de serviços cobrem com folga as despesas de pessoal, sem comprometimento dos ganhos obtidos com a intermediação financeira.

O item de menor peso no total do spread relaciona-se ao conjunto dos custos com depósitos compulsórios, subsídios cruzados, encargos fiscais e do Fundo Garantido de Crédito (FGC), que apresentaram redução da proporção em mais da metade, no período analisado, passando de 9,1%, em 2004, para 4,1%, em 2010.

Considerações finais
A primeira parte desta Nota Técnica demonstrou a importância de se realizar a redução das taxas de juros bancários no Brasil como forma de aumentar os investimentos, gerar emprego e renda, e fortalecer ainda mais o mercado interno na busca por um crescimento mais sustentado para o país, sobretudo diante de um cenário de instabilidade econômica internacional.  

Entretanto, algumas características do setor financeiro nacional, explicitadas na segunda parte do trabalho, como o mercado oligopolizado (baixa concorrência) e a elevada taxa de juros básica da economia (Selic), apontam algumas dificuldades para que isso de fato ocorra.
Nesse sentido, é importante que haja uma mudança na gestão da dívida pública brasileira, de maneira que as instituições financeiras que possuem grande quantidade de títulos da dívida (atualmente remunerados pela Selic) não disponham mais de alternativas de aplicação em ativos negociáveis com a vantajosa combinação de alta rentabilidade e baixíssimo custo. Dessa forma, os bancos poderiam, por exemplo, ampliar e direcionar as carteiras de crédito para o financiamento produtivo de longo prazo.

No que se refere à concentração de mercado, os bancos públicos assumem grande relevância, uma vez que há espaço para o aumento da concorrência com os bancos privados, especialmente num contexto de queda da taxa Selic. Em 2009, ano de forte retração do crédito privado, ficou muito claro o papel dos bancos públicos nesse sentido. O BB e a Caixa expandiram os empréstimos, diretamente ou mediante compra de carteiras de crédito, e aproveitaram o contexto de retração dos bancos privados para ampliar as fatias de mercado. Já no atual contexto de redução da taxa básica de juros, que implica perda de receita nas aplicações de títulos públicos, os bancos privados tenderão a reagir com a redução das taxas de juros imposta pela Caixa e o BB, tratada nesta Nota, devido ao risco de verem reduzidas suas participações no mercado.

Finalmente, vale destacar os dois componentes do spread que se mantiveram em proporções elevadas nos anos analisados: a Margem Líquida e a Inadimplência. Nos últimos anos, os bancos públicos e privados registraram lucros e spreads recordes, o que denota que há espaço para redução do componente Margem Líquida. A proposta em reduzir a proporção no spread não implica necessariamente na redução do lucro, mas em ganhos de escala, com maior volume de crédito e menor spread.

Em relação ao componente Inadimplência, vale lembrar que muitos clientes dos bancos estão inadimplentes pelo fato de que, como as taxas de juros e spreads praticados pelos bancos são reconhecidamente abusivos, muitos passam a enfrentar dificuldades na quitação das dívidas. A redução dos juros possibilitaria a renegociação das dívidas bancárias por taxas bem mais baixas das praticadas pelos bancos.

Em suma, a iniciativa recente do governo para reduzir os juros cobrados nos bancos públicos, ainda que seja uma ação pontual, tem papel central no estímulo à atividade econômica ao forçar a queda das taxas de juros e dos spreads nos bancos privados.

Texto completo em:


Para analisar a grande transição econômica por que estamos passando, globalmente, tenho organizado material em:
http://reflexeseconmicas.blogspot.com/ (Blog: Reflexões Econômicas)



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Claudio Estevam Próspero 
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sábado, 9 de fevereiro de 2013

Seca e fim da civilização maia - E se ocorresse em São Paulo? - Imposto de carbono já tem exemplos de bons resultados. A Austrália implantou a cobrança no fim do ano passado e já começou a colher frutos


quinta-feira, fevereiro 07, 2013
Seca e fim da civilização maia - FERNANDO REINACH

Se você tem dificuldade de imaginar como uma flutuação climática pode destruir uma civilização, imagine o que aconteceria em São Paulo se uma seca violenta fizesse com que os reservatórios de água que abastecem a cidade ficassem incapazes de enviar sequer uma gota para a cidade durante um ano. A população teria de ser realocada e provavelmente viveríamos uma crise política e econômica. 


Há anos historiadores suspeitam que uma seca extremamente violenta foi uma das causas da extinção da civilização maia. Agora, os cientistas conseguiram mapear as variações climáticas que ocorreram durante quase 2.050 anos - começando 40 antes do nascimento de Cristo e terminando em 2006 - e puderam correlacionar essas mudanças climáticas ao surgimento, apogeu e o desaparecimento da civilização maia.



A caverna de Yok Balum fica em Belize a 1,5 quilômetro de Uxbenká, uma cidade maia. Nas suas imediações, submetidos aos mesmo regime de chuvas, estão outros grandes centros da cultura maia. Essa caverna, localizada 366 metros acima do nível do mar, é rica em estalagmites. 



As estalagmites surgem no solo das cavernas quando gotas de água caem do teto regularmente, exatamente no mesmo no mesmo local, durante milhares de anos. Cada gota contém minerais dissolvidos na água. Quando a água da gota evapora, os minerais se depositam no topo da estalagmite. 



Imagine que a cada hora uma gota de água caia no topo da estalagmite e evapore, adicionando uma nova camada de minerais. Imagine agora que esse processo ocorra ininterruptamente durante milhares de anos. O resultado é a formação de uma estrutura na forma de dedo (algumas têm metros de altura) onde cada camada contém os minerais presentes na gota d'água que caiu naquela hora, daquele dia, daquele ano. Por esse motivo, as estalagmites são um registro temporal extremamente confiável do clima de uma região.



Em 2006, cientistas coletaram uma estalagmite de 56 centímetros de comprimento na caverna de Yok Balum. Os 45 centímetros do topo da estalagmite foram fatiados como se fosse um salame. Cada fatia tinha 0,1 milímetro de espessura. Usando um método que mede a quantidade de urânio e tório, os cientistas puderam determinar a idade de cada uma dessas fatias. As mais de cima se formaram em 2006, antes da estalagmite ser coletada, mas as mais de baixo haviam sido formadas 40 anos antes de Cristo nascer. 



Durante 2.050 anos, gota a gota, a composição da água que pinga nessa caverna estava registrada nesses 45 centímetros de estalagmite. De posse da idade de cada fatia, outra amostra de cada fatia foi utilizada para determinar a presença do isótopo 18 do oxigênio. Uma maior quantidade desse isótopo está relacionada a uma maior quantidade de chuva na época em que a fatia foi formada; uma quantidade menor do isótopo indica menos chuva. 



Correlacionando os dados de idade e de quantidade de chuva em mais de 4,2 mil fatias, foi possível fazer um gráfico que indica quanto choveu, a cada semestre, naquela região desde 40 anos antes do nascimento de Cristo até o presente. As duas maiores secas que ocorreram na região após a chegada dos europeus (em 1535 e em cinco anos entre 1765 e 1800) aparecem claramente no gráfico. 



O passo seguinte foi colocar no mesmo gráfico os diversos eventos da civilização maia. Lembre que os maias possuíam um sistema de calendário extremamente sofisticado, onde registravam os eventos políticos e a construção de pirâmides e outras obras. 



O período áureo da civilização maia surgiu por volta dos anos 300, mas os centros urbanos e a construção dos monumentos se iniciou por volta do ano 400, após uma grande seca que ocorreu entre 400 e 425. Após essa seca, o número de cidades cresceu muito, atingindo o máximo por volta do ano 780. 



Durante esses 360 anos, não houve secas na região. A primeira seca importante, que durou 15 anos, ocorreu em 820 e coincide com a não construção de novas cidades. Após essa seca, as chuvas voltaram em intensidade menor até o ano 910 e novas cidades apareceram nesse século. Uma seca forte que durou dez anos, iniciada em 910, marcou o fim das grandes construções. 



A civilização maia ainda viveu na região até o ano 1000, quando veio o pior período de seca, que durou quase cem anos. Durante essa seca prolongada, o período clássico da civilização maia acabou e logo depois a cultura maia desapareceu.



Essa descoberta corrobora a suspeita levantada por historiadores que a falta de água foi um dos fatores que explicam o fim da civilização maia. Além de demonstrar que secas fortes e raras podem dizimar civilizações, esse trabalho é um bom exemplo de como estudos climáticos estão aos poucos sendo incorporados à história das civilizações. 



No banho, enquanto ensaboa o cabelo com a torneira aberta, lembre que os maias, que reinaram por mais de 800 anos na região do México, tiveram as chuvas a seu favor durante 400 anos, mas bastou uma seca rara e forte para eles desaparecerem. A civilização ocidental descobriu a América e se instalou por aqui faz aproximadamente 500 anos - e, por enquanto, teve o clima a seu favor.


Imposto de carbono já tem exemplos de bons resultados. A Austrália implantou a cobrança no fim do ano passado e já começou a colher frutos: a queda do ...

·         Somado a ganhos de escala nos equipamentos tornou energia eólica mais barata que termoelétricas.

·         No Brasil a isenção de ICMS para equipamentos das eólicas as tornaram imbatíveis nos últimos leilões para compra de energia futura.

19 de Abril de 2011

Investimentos de R$ 25 bi dão mais competitividade a energia eólica no Brasil


Parque eólico Rio de Fogo (RN), o segundo maior do Brasil/Foto: jomardantas

Houve um tempo bem recente em que, no Brasil, a energia eólica era vista como uma excelente alternativa aos combustíveis fósseis, mas que era inviabilizada em razão do seu alto custo. No entanto, esta realidade tem mudado, segundo matéria assinada pela repórter Tatiana Freitas, publicada no jornal Folha de S.Paulo desta terça-feira, 19 de abril.

Segundo a apuração da jornalista, os projetos de energia eólica no país, com entrada em operação prevista até 2013, somam R$ 25 bilhões em investimentos. A projeção da Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica) considera empreendimentos vencedores de leilões em 2009 e 2010, a conclusão do Proinfa (programa de fontes alternativas do governo) e projetos com venda de energia prevista no mercado livre, que reúne grandes consumidores.

"A energia eólica ganhou competitividade nos últimos anos. O custo dos equipamentos caiu e houve melhora na eficiência", destacou à Folha Gustavo Estrella, diretor de relações com investidores da CPFL. "Além do enorme potencial e do avanço da tecnologia, a energia eólica gera menos problemas ambientais, endossou Lindolfo Zimmer, presidente da Copel, que procura parceiros no setor.

Os projetos em construção elevarão a capacidade instalada de 900 MW (dado de 2010) para 5.300 MW em 2013. "Apesar do crescimento, a participação das eólicas na capacidade total de geração será de apenas 4% em 2013", ponderou Ricardo Simões, presidente da Abeeólica. Atualmente, esse percentual é de 0,5%.

Potencial, contudo, não falta. Um mapeamento realizado em 2000 aponta a possibilidade de geração de 143 GW no país. Especula-se que esse potencial seja ainda maior, caso sejam consideradas turbinas mais modernas, entre 80 e 100 metros de altura. "Ele estaria entre 300 e 400 GW, pelo menos, estimou Steve Sawyer, do GWEC (Conselho Global de Energia Eólica).

Um ex-vilão chamado custo
Considerado um dos principais obstáculos ao desenvolvimento do setor, o preço passou a contar a favor dessa fonte alternativa. "Os preços têm caído. No leilão de 2009, o valor médio ficou em R$ 148 o MWh e, no ano passado, em R$ 135", comparou Sérgio Marques, presidente da Bioenergy.

"É um círculo virtuoso. Quanto mais leilões você realiza, mais empresas vêm ao país, mais escala você adquire e maior é a possibilidade de o preço baixar", observou Maurício Tolmasquim, presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

Prova de tal interesse estrangeiro é a crescente instalação de fábricas de equipamentos estrangeiros já instaladas no Brasil (são 5 no total): Wobbem (Alemanha), Impsa (Argentina), Alstom (França), Gamesa (Espanha) e General Eletric (Estados Unidos). Outra boa notícia é que a líder mundial do segmento, a dinamarquesa Vestas também estará aqui no país em breve - falta apenas decidir em qual estado construirá seu empreendimento.

As três maiores empresas geradoras de energia eólica no Brasil são a Siif (208,2 MW); Ventos do Sul (158 MW) e Bons Ventos (155 MW).

Ao todo, 164 parques eólicos entrarão em operação no país até 2013. O Rio Grande do Norte é o estado que concentrará o maior número de empreendimentos (72), seguido pela Bahia (34), pelo Ceará (26), Rio Grande do Sul (19), Santa Catarina (10), Rio de Janeiro (1), Sergipe (1) e Paraíba (1).

domingo, 7 de outubro de 2012

Terceira Revolução Industrial melhora a DISTRIBUIÇÃO (na geografia e no tempo) e a QUALIDADE dos EMPREGOS GERADOS por REAL (R$) INVESTIDO 

Terceira Revolução Industrial tem como marca central a rede de energia/internet. O fundamental não está na energia, na internet ou na noção de rede, e sim na junção das três: não só a energia, mas parte crescente da prosperidade do século XXI virá de uma organização social assinalada pela descentralização, pela cooperação e pela partilha.
 A narrativa da Terceira Revolução Industrial apóia-se em cinco pilares:
 ·         primeiro está na passagem (nada trivial, é claro) das energias fósseis para as renováveis.
 ·         segundo, e talvez mais importante dos cinco pilares, é a transformação do estoque de construções de todo o mundo em micro usinas de coleta (e de distribuição) de energia. (Auto suficiência e excedentes vendidos à rede => Dispositivos eólicos, solares e biodigestores / processadores da biomassa (esgoto e restos de alimentos)).
 ·         terceiro pilar está em tecnologias que permitirão armazenar (para se poder, então, distribuir) o produto dessas fontes inevitavelmente instáveis de energia de que são potencialmente dotadas as edificações.
 ·         quarto pilar – que os dispositivos da economia da informação em rede possam promover a integração e a partilha desse fluxo de energia produzido de maneira descentralizada. Aí reside a nova unidade entre comunicação e energia. São redes inteligentes, bidirecionais, que operam com base em energias produzidas localmente, ao contrário das duas revoluçõesindustriais anteriores. A WEB Energética, onde todos são produtores e consumidores de energias limpas.
 ·         quinto pilar está no sistema de transportes, que dará maior peso aos equipamentos coletivos e também, no que se refere aos veículos individuais, aos carros elétricos e baseados em células combustíveis, integrados igualmente a esse sistema descentralizado de redes inteligentes.

 Analisando o efeito, no EMPREGO, de cada um dos Cinco Pilares da Terceira Revolução Industrial:


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Atenciosamente.
Claudio Estevam Próspero 
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