quarta-feira, 21 de março de 2012

Jeremy Rifkin - A Terceira Revolução industrial: Como o Poder Lateral (dos pares?) está Transformando a Energia, a Economia e o Mundo

Tradução de:
Excerpted from Jeremy Rifkin's The Third Industrial Revolution: How Lateral Power is Transforming Energy, the Economy, and the World, Palgrave Macmillan 2011.

http://www.huffingtonpost.com/jeremy-rifkin/the-third-industrial-revo_b_981168.html 

Jeremy Rifkin - A Terceira Revolução industrial: Como o Poder Lateral (dos pares?) está Transformando a Energia, a Economia e o Mundo

Regimes de Energia moldam a natureza das civilizações ... como elas estão organizadas, como os frutos do comércio são distribuídos, como o poder político é exercido, e como as relações sociais são conduzidas. O locus de controle sobre a produção e distribuição de energia está começando a se inclinar:  de gigantescas empresas de energia, com base em combustíveis fósseis, centralizadas, para milhões de pequenos produtores, que estão gerando suas próprias energias renováveis, ​​nas suas habitações, e comercializando superávits no commons de info-energia.

O capitalismo distribuído
A nova era trará consigo uma reorganização das relações de poder através de todos os níveis da sociedade. Enquanto as Primeira e Segunda Revoluções Industriais, baseadas em combustíveis fósseis dimensionado verticalmente e favoreciam estruturas organizacionais centralizadas, top-down, que operam em mercados, a Terceira Revolução Industrial está organizada nodalmente (em nodos), escala lateralmente e favorece práticas de negócios distribuídas e colaborativas, que funcionam mais efetivamente em redes . A "democratização da energia" tem profundas implicações para a forma como orquestraremos a totalidade da vida humana no século vindouro. Estamos entrando na era do "capitalismo distribuído".

A mudança parcial, de mercados para redes, estabelece uma orientação diferente de negócios. A relação conflituosa entre vendedores e compradores é substituída por uma relação de colaboração entre fornecedores e usuários. O auto-interesse é submetido ao interesse comum. Modelo de informações proprietárias é eclipsado por uma nova ênfase na transparência e confiança coletiva. O novo foco na transparência, acima do segredo, é baseado na premissa de que a adição de valor para a rede não deprecia os estoques de valores próprios, mas, sim, valoriza as participações de todos, como partes iguais, em um esforço comum.

Em indústiria após indústria, redes que cruzam setores estão competindo com modelos de negócios autónomos, baseados em transações. E práticas peer-to-peer de negócios, realizados em commons comerciais, estão desafiando as operações competitivas de negócios, nos mercados em silos.

O Capitalismo Distribuído inaugura novos modelos de negócios, incluindo a impressão 3D, na fabricação de bens duráveis, ​​e contratos de empreendimentos de desempenho e poupança compartilhados, nos setores de serviços e vivenciais. O que reduz custos de energia, de capital e de trabalho - e aumenta a produtividade. Na nova economia lateral, a troca de bens nos mercados é cada vez mais incorporada pelo acesso just-in-time a bens e serviços em redes, comprados na forma de arrendamento, locação, timesharing (compartilhamento no tempo), acordos de retenção legal de posse  e outros tipos de loteamentos no tempo.

Quando milhares de negócios - grandes empresas, PME e cooperativas – se conectam uns aos outros, em grandes redes, o poder distribuído muitas vezes ultrapassa o poder de empresas autônomas gigantes que caracterizaram as Primeiras e Segunda Revoluções Industriais.

Além da Direita e Esquerda
A emergente Terceira Revolução Industrial não é apenas mudança da forma como fazemos negócios, mas também da maneira como pensamos sobre política. A luta entre os interesses de poder hierárquico, mais antigos, da Segunda Revolução Industrial e os interesses nascentes de poderes laterais, da Terceira Revolução Industrial, está dando origem a uma nova dicotomia política, reflexo das forças concorrentes competindo pelo domínio na área comercial. Um novo roteiro político está sendo escrito, reformulando a maneira como as pessoas vão ver a política, conforme nos movemos mais profundamente para a nova era.

Quando foi a última vez que você ouviu alguém com idade inferior a 25 debater sobre suas crenças ideológicas? Algo muito estranho está acontecendo lá fora. A ideologia está desaparecendo. Os jovens não estão muito interessadas em discutir os principais pontos da ideologia capitalista ou socialista, ou as nuances da teoria geopolítica. Suas inclinações políticas estão configuradas de uma forma totalmente diferente.

Nossa equipe de política global pesquisando sobre esse fenômeno conforme nós nos tornamos mais engajado no processo político na Europa, nos Estados Unidos e em outros países. Viemos a descobrir o que nós suspeitavamos: é uma nova mentalidade política emergindo entre uma nova geração de líderes políticos, socializados em comunicações via Internet. Sua política é menos sobre a direita versus esquerda e mais sobre [centralizada e autoritária] contra [distribuída e colaborativa]. Isso faz sentido.

As duas gerações, cuja sociabilidade foi formada, em grande parte, por comunicações via Internet, são muito mais propensas a dividir o mundo entre [pessoas e instituições que usam o pensamento de cima para baixo (top-down), fechado e proprietário] e [aqueles que usam modos de pensar de forma lateral, transparente e aberta]. Como eles “são a época atual”, eles estão promovendo uma mudança no pensamento político - aquele que vai alterar radicalmente o processo político no século XXI.

Continentalização
Enquanto as Primeira e Segunda Revoluções Industriais foram acompanhadas por economias nacionais e governança do Estado-nação, a Terceira Revolução Industrial, por ser distribuída e colaborativa, por natureza, escala lateralmente, ao longo de massas de terra contíguas, e favorece economias continentais e uniões continentais de governança. Continentalização está se tornando o novo caminho para a globalização.

Compartilhar energia renovável lateralmente, em redes de poder, comunicações e de transporte, que atravessam continentes, como nós agora compartilhamos informações, virtualmente, em redes sociais, na Internet, vai transformar radicalmente o mundo político. As novas relações de poder exigirão que rege as jurisdições de governança que são, similarmente, lateral e em rede - e que abranjam os limites externos do alcance geográfico da TIR, que são as bordas dos continentes. Se não for inevitável, é pelo menos altamente provável que as uniões continentais se tornarão as novos jurisdições que regem a regulação dos mercados continentais emergentes, ao redor do mundo, no século 21.

A União Europeia é a primeira economia continental e união política a iniciar a transição para uma Terceira Revolução Industrial. Uniões continentais foram recentemente formados na Ásia (ASEAN), na África (A União Africano) e na América do Sul (União das Nações Sul-Americanas). Na América do Norte, as associações incipientes políticas forjadas entre os estados do norte e as províncias do Canadá são um precursor para uma potencial união continental.

Apesar de que localidades, regiões e governos nacionais não vão desaparecer no século iniciante- eles vão realmente ser reforçados - uniões continentais fornecem um quadro político amplo para supervisionar os mercados continentais integrados.

De Geopolítica à Política da Biosfera
A era intercontinental lentamente vai transformar as relações internacionais da geopolítica para a política da biosfera. Uma nova abordagem para a vida política no planeta está apenas começando a emergir, com base em princípios operacionais e suposições que são mais compatíveis com a dinâmica de um modelo econômico de uma Terceira Revolução Industrial e as limitações ecológicas impostas pela biosfera da Terra.

No mundo geopolítico das Primeira e Segunda Revoluções Industriais, baseadas em combustíveis fósseis, a Terra foi concebida de uma forma mecânica e utilitária. O planeta foi visto como um recipiente - um armazém - cheio de recursos úteis prontos para ser apropriados para fins econômicos. Os estados nacionais foram formadas para competir uns com os outros, no mercado e no campo de batalha, para aproveitar, proteger e controlar as caras energias, de combustíveis fósseis, e os raros recursos da terra.

A mudança de regimes de energias caras, de combustíveis fósseis, para  energias renováveis, distribuídas, ​​irá redefinir a própria noção de relações internacionais mais de acordo com as linhas do pensamento ecológico. Se as funções da terra são mais como um organismo vivo, composto de camada sobre camada de relações ecológicas interdependentes, então a nossa própria sobrevivência depende de, mutuamente, salvaguardar o bem-estar dos ecossistemas globais de que somos todos parte. Como as energias renováveis, ​​da Terceira Revolução Industrial, são amplas, encontradas em toda parte e facilmente compartilhadas, mas requerem a administração coletiva dos ecossistemas da Terra, há menos probabilidade de hostilidade e guerra pelo acesso e uma maior probabilidade de cooperação global. Na nova era, a sobrevivência é menos a respeito de competição  do que sobre cooperação. E menos sobre a busca de autonomia do que sobre a busca por entrosamento.

A antiga geopolítica foi acompanhado por um paradigma científico que via a natureza como objetos; a nova ciência da biosfera, pelo contrário, vê a natureza como relacionamentos. A velha ciência é caracterizada pelo desacoplamento, a expropriação, a dissecação e a redução, já a nova ciência é caracterizada pela participação, reabastecimento, integração e holismo. A velha ciência está empenhada em fazer a natureza produtiva, a nova ciência está empenhada em fazer a natureza sustentável. A velha ciência busca o poder sobre a natureza, a nova ciência busca parceria com a natureza. A velha ciência coloca um prêmio sobre a autonomia em relação a natureza, a nova ciência em religação com a natureza.

A nova ciência da biosfera leva-nos de uma visão colonial da natureza, como um inimigo a pilhar e escravizar, a uma nova visão da natureza, como uma comunidade para cultivar. O direito de explorar, submeter e possuir a natureza, sob a forma de propriedade, é temperada pela obrigação de proteger / cuidar da natureza e tratá-la com dignidade e respeito. O valor utilitário da natureza está lentamente abrindo caminho para o valor intrínseco da natureza. Este é o significado profundo do desenvolvimento sustentável e a própria essência da política da biosfera.

A Política da Biosfera facilita uma mudança tectônica na paisagem política, nós começamos a ampliar nossa visão e pensar como cidadãos globais em uma biosfera compartilhada. Redes globais de direitos humanos, redes globais de saúde, redes globais de alívio de desastre, armazenamento mundial de sementes, bancos de alimentos globais, redes de informação globais, redes ambientais globais e redes de proteção global de espécies, são um poderoso sinal da mudança histórica da geopolítica convencional para a jovem política da biosfera.

Aposentando Adam Smith
Já se passaram quase 50 anos desde que eu tive a minha aula introdutória em teoria econômica clássica, na Escola Wharton da Universidade da Pensilvânia. Eu tenho observado uma transformação ocorrer, no funcionamento da economia, ao longo do meio século que se seguiu - a maioria das quais nunca foi integrada aos livros padrões de economia. O um dia inquestionável valor do crescimento econômico ilimitado, deu lugar à idéia de desenvolvimento econômico sustentável. A abordagem convencional, top-down, centralizada, para organizar a atividade econômica, que caracterizou as Primeira e Segunda Revoluções Industriais, baseadas em combustíveis fósseis, está sendo desafiada pelos novos modelos de organização, distribuídos e colaborativos, que vem com a Terceira Revolução Industrial. A natureza sagrada da troca de propriedade nos mercados foi parcialmente abalada pelo acesso partilhado aos serviços comerciais, em redes sociais open-source. Os mercados nacionais e a governança dos estado-nação, que foram o ambiente espacial para toda a atividade econômica, estão dando lugar aos mercados continentais e aos governos continentais. O resultado é que grande parte da economia, como é ensinada hoje, é cada vez mais irrelevante para explicar o passado, compreender o presente e prever o futuro.

Embora o termo mudança de paradigma tenha sido grosseira e excesivamente utilizado nos últimos anos, eu acho que é seguro dizer que quando se trata de teoria econômica, o termo é o pertinente. A compreensão das nossas crianças sobre a teoria econômica e os pressupostos que regem sua prática econômica serão tão radicalmente diferente das nossas, como as idéias dos teóricos do mercado são da filosofia do "preço justo", que regia o comércio medieval.

Quer se trate de repensar o PIB e como medir o bem-estar econômico da sociedade, revisar nossas idéias sobre a produtividade, rever a compreensão da noção de dívida e a melhor forma de equilibrar a nossa produção e consumo com as limitações da natureza, reexaminar as nossas noções sobre relações de propriedade, reavaliar a importância do capital financeiro versus capital social, reavaliar o valor econômico dos mercados contra as redes, ou reconsiderar as funções da biosfera da Terra, a teoria econômica padrão vem sendo lamentavelmente insuficiente.

Por essas e outras questões, as mudanças que estão ocorrendo na nossa forma de entender a natureza humana e o significado da jornada humana são tão profundamente perturbadoras para a forma como temos pensado ao longo dos últimos duzentos anos, que geraram as duas primeiras revoluções industriais, que é provável que grande parte das teoria econômica, clássica e neoclássica,  que acompanharam e legitimaram estas duas eras industriais anteriores, não sobreviverão ao paradigma econômico emergente.

O que é provável que aconteça é que os insights ainda valiosos e o conteúdo da teoria econômica padrão vão ser repensados e reformulados, no contexto das leis da termodinâmica que regem o fluxo de energia e dinâmica dos ecossistemas. Usar as leis da energia como uma língua comum permitirá que os economistas entrem em uma conversa profunda com os engenheiros, químicos, biólogos, ecologistas, arquitetos e urbanistas, entre outros, cujas disciplinas são baseadas nas leis da energia. Uma vez que estes outros campos são os que realmente produzem atividade econômica, uma discussão séria, interdisciplinar, ao longo do tempo poderia levar a uma nova síntese entre teoria econômica e prática comercial e o surgimento de um novo modelo econômico explicativo para acompanhar o paradigma da Terceira Revolução Industrial.

A Reforma da sala de aula
Preparação da força de trabalho e da cidadania para a nova sociedade vai exigir repensar o modelo educacional tradicional, com sua ênfase na instrução rígida, memorização de fatos, o pensamento reducionista e aprendizagem autônoma.

Na nova era da Terceiro Revolução Industrial, globalmente conectada, a missão primordial da educação é preparar os alunos para pensar e agir como parte de uma biosfera compartilhada.

Nas escolas em todo o mundo, os professores estão instruindo os alunos, desde as primeiras idades, que eles são uma parte íntima do funcionamento da biosfera e que toda a atividade em que se empenham - a comida que comem, as roupas que vestem, os carros que suas familias dirigem, a eletricidade que eles usam - deixa uma pegada ecológica que afeta o bem-estar dos outros seres humanos e das outras criaturas da terra.

Uma nova geração de educadores está começando a desconstruir os processos de aprendizagem em sala de aula que acompanharam as Primeira e Segunda Revoluções Industriais e reconstituir a experiência educacional, ao longo de linhas destinadas a incentivar uma personalidade ecológica estendida, imbuídos de consciência da biosfera. A abordagem top-down dominante de ensino, cujo objetivo é criar um ser competitivo, autónomo, está começando a dar lugar a uma experiência educacional  "distribuída e colaborativa", com um olhar para incutir um sentido da natureza compartilhada do conhecimento. Inteligência, na nova maneira de pensar, não é algo que se herda ou um recurso que a pessoa acumula, mas sim, uma experiência compartilhada, distribuída, entre as pessoas.

Novos ambientes laterais de aprendizagem, incluindo salas de aula virtuais, globais, e serviços de aprendizagem na comunidade, rompem as paredes da sala de aula convencionais, tornando a educação uma experiência mais ampla e inclusiva. Aprendizagem entre pares (Peer-to-peer) complementa o modelo de ensino tradicional, autoritário, enfatizando a responsabilidade dos alunos para também aprender e ensinar uns aos outros, em grupos estruturados de cooperação.

Aprendizagem interdisciplinar, estudos multiculturais, experimentação científica empática e uma abordagem de sistemas para integração de conhecimentos, estão entre as práticas de ensino de vanguarda que estão forçando uma mudança fundamental no processo educacional e preparando os alunos para viver em uma sociedade complexa, multidimensional e global.

A nova abordagem, distribuída e colaborativa, de aprendizagem espelha o caminho de uma geração mais jovem que aprende e compartilha informações, idéias e experiências na Internet, em  espaços de aprendizagem "open source" e sites de mídia social. Aprendizagem cooperativa e distribuída também prepara a força de trabalho do século 21 para uma economia de Terceira Revolução Industrial que opera sobre o mesmo conjunto de princípios.

O Sonho de Qualidade de Vida
A Terceira Revolução Industrial muda o nosso senso de relação e responsabilidade por nossos companheiros, seres humanos. Nós passamos a identificar o nosso destino comum. Compartilhando as energias renováveis ​​da terra, em commons de colaboração, que abrangem continentes inteiros, [não pode ajudar ?], mas cria um novo senso de identidade da espécie. Esta consciência nascente de interconectividade e imbricação na biosfera já está dando a luz a um novo sonho de "qualidade de vida", especialmente entre a juventude do mundo.

O Sonho Americano, consagrada como padrão-ouro para as aspirantes das pessoas, em toda parte, é baseado na tradição iluminista, com sua ênfase na busca de auto-interesse material, autonomia e independência. Qualidade de vida, no entanto, fala de uma nova visão do futuro - uma baseada no interesse de colaboração, conectividade e interdependência. Nós viemos a perceber que a verdadeira liberdade não é encontrada em ser não dependente os outros e uma ilha em si mesmo, mas, sim, em participação profunda com os outros. Se a liberdade é a otimização da vida de alguém, ela é medida na riqueza e diversidade de experiências próprias e na força dos laços sociais pessoais. A vida menos vivida é uma existência miserável.

O sonho da qualidade de vida só pode ser vivido coletivamente. É impossível desfrutar de uma qualidade de vida em isolamento por exclusão dos outros. Alcançar a qualidade de vida requer a participação ativa de todos na vida da comunidade e um profundo senso de responsabilidade por todos os membros para assegurar que ninguém seja deixado para trás.

Enquanto os economistas Iluministas estavam convencidos de que a felicidade e "a vida boa" era tautológico com a acúmulação de riqueza pessoal, uma geração mais jovem, no auge da Terceira Revolução Industrial, é mais propensa a acreditar que, enquanto o conforto econômico é essencial, não é suficiente para garantir uma vida plena e que a felicidade que alguém tem é igualmente proporcional à acumulação de capital social.

A mudança no pensamento sobre o significado da felicidade está começando a afetar um dos índices principais para medir a prosperidade econômica. O Produto Interno Bruto (PIB) foi criado em 1930 para medir o valor da soma total de bens econômicos e serviços gerados em um único ano. O problema com o índice é que ele conta tanto a atividade econômica negativa, bem como a positiva. Se um país investe grandes somas de dinheiro em armamentos, constrói prisões, expande a polícia de segurança e tem que limpar ambientes poluídos e afins, estas estão incluídas no PIB.

Nos últimos anos, os economistas começaram a criar índices alternativos para medir a prosperidade econômica com base em indicadores de qualidade de vida, ao invés de produção bruta, meramente económica. Estes novos índices medem a melhoria geral do bem-estar da sociedade e incluem coisas como: mortalidade infantil e longevidade de vida, a disponibilidade de cobertura de saúde, o nível de escolaridade, salário semanal médio, a erradicação da pobreza e igualdade de renda , a acessibilidade da habitação, a limpeza do ambiente, a biodiversidade, a diminuição do crime, a quantidade de tempo de lazer, etc Os governos da França, do Reino Unido e da União Europeia, bem como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico ( OCDE) e as Nações Unidas estão, cada um deles, criando índices formais de qualidade de vida com a expectativa de confiar, cada vez mais, nessas novas medidas para julgar o desempenho global da economia.

Se a qualidade de vida requer uma noção compartilhada da nossa responsabilidade coletiva para com a comunidade maior em que vivemos, a questão torna-se "Onde é que essa comunidade termina?" Na nova era, a nossa orientação espacial e temporal gravita para além das fronteiras políticas para abranger a maior comunidade que todos nós habitamos - a própria biosfera.

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