quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Grécia: democracia atrapalha a economia? (Convocação do referendo sobre pacote levou pânico aos Representantes do Sistema Financeiro (os teóricos representantes eleitos dos povos da Europa))




Para os descendentes diretos de Adam Smith, Milton Friedman e Frederick Rayek , a democracia é o mercado . Na mercadocracia todos são iguais na disputa pela sobrevivência e, no melhor estilo Darwin, discursam que o mundo evolui e só os mais preparados evoluem e resistem e os demais perecem. Ou a nova consigna: “consome, logo existe”.

O princípio básico dessa teoria é que se a democracia atrapalha o desenvolvimento da economia, é importante suprimi-la ou como dizia Rayek em sua obra O Caminho da Servidão: “se a maioria da população não garantir o direito dos agentes econômicos de utilizarem da forma que quiserem os seus recursos econômicos, cancelemos a democracia”.



DEMOCRACIA OU MERCADOCRACIA?
Por Marcello Azevedo , secretário de Relações de Trabalho da CUT-RJ
A palavra democracia em sua origem grega quer dizer governo do povo ou eleito pelo povo.
 O conceito de democracia tem sido usado pelos mais variados agentes econômicos 
e políticos para tentar justificar os mais variados posicionamentos políticos. Em nome 
da “democracia” e sua defesa já se praticaram até as piores atrocidades contra povos 
e nações.

A democracia propalada pelos setores conservadores e pelas elites não
tem nada haver com a palavra original. Os setores conservadores
querem na verdade se esconder atrás da palavra democracia para
defender não o interesse da maioria, mas de uma minoria privilegiada
em detrimento do povo (demo em grego). Nenhuma relação com o
Democratas (antigo PFL) .

As práticas corriqueiras das nossas elites de todas as espécies
talvez fossem mais bem explicadas se fossem chamadas de
mercadocracia (governo do mercado) e não democracia (governo
do povo). Em nome dessa prática de mercado, tentam construir
no imaginário das pessoas que o mercado é a democracia e o
único caminho da civilização. O mercado justifica tudo.
Quem é contra os ditames mercadocratas é taxado de
antidemocrático.

Para os descendentes diretos de Adam Smith, Milton Friedman 
e Frederick Rayek , a democracia é o mercado . Na 
mercadocracia todos são iguais na disputa pela sobrevivência 
e, no melhor estilo Darwin, discursam que o mundo evolui e só os 
mais preparados evoluem e resistem e os demais perecem. Ou 
a nova consigna: “consume, logo existe”.


O princípio básico dessa teoria é que se a democracia 
atrapalha o desenvolvimento da economia, é importante suprimi-la 
ou como dizia Rayek em sua obra O Caminho da Servidão: “se a 
maioria da população não garantir o direito dos agentes 
econômicos de utilizarem da forma que quiserem os seus recursos 
econômicos, cancelemos a democracia”.


A mercadocracia é o governo do individualismo, do lucro, da
exploração direta do homem e da natureza. Mercado não é natural,
nem é democrático, nem vive da dita livre concorrência, muito pelo
contrário. O mercado vive da exclusão de milhões a nível
internacional e os novos mercadocratas tentam se trajar de
democráticos. Como se eleito pelos “deuses”, se proclamam os
senhores do saber.

A verdadeira democracia é diretamente antagônica à mercadocracia. 
O governo do povo só é possível com a derrota da visão mercadocrata 
e seus mitos. O real processo democrático tem que ser centrado no 
ser humano e não no mercado. Aprofundar a democracia e derrotar 
a lógica de mercado é uma das tarefas centrais para construirmos 
uma sociedade realmente justa e radicalmente democrática para 
todos e todas.

Crise

Ação democrática grega põe em xeque adesão 


ao euro


Micheli Rueda   (mrueda@brasileconomico.com.br)
01/11/11 16:24


"As chances dessas reformas terem sucesso será muito maior se elas não forem vistas como alguma imposição alienígena", diz Dumas



A proposta de referendo na Grécia para avaliar o acordo de resgate colocará em xeque a adesão do país à Zona do Euro.
Os problemas econômicos da Grécia agravaram seu teor político na noite de segunda-feira (31/10), quando o primeiro-ministro grego, George Papandreou, anunciou a organização de um referendo para avaliar o plano de ajuda ao país.
O acordo proposto pela cúpula europeia na última semana prevê o perdão de 50% da dívida grega e uma segunda ajuda financeira, de € 130 bilhões, tendo medidas de austeridade fiscal em contrapartida.
A previsão é que o referendo ocorra no início de 2012, segundo Evengelos Venizelos, ministro das Finanças grego.
Antes disso, no entanto, Papandreou pedirá um voto de confiança ao Parlamento sobre o acordo em torno da dívida.
A opinião do departamento de pesquisa do Citigroup está alinhada com o comentário do ministro finlandês Alexander Stubb, para quem o referendo do segundo pacote de resgate grego seria "basicamente uma votação sobre a adesão do país ao euro".
"Se Grécia recusar as condições do segundo pacote de resgate, não haveria apoio da 'troika' (BCE, FMI e União Europeia)", aponta o Citi.
"Nesse caso, a Grécia provavelmente esgotaria rapidamente seus fundos e possivelmente se encaminharia para um calote desordenado", completou.
Essa situação deixaria os bancos gregos sem garantias, levando-os a perder o financiamento do Banco Central Europeu (BCE) e, consequentemente, a Grécia seria forçada a deixar a União Monetária. 
Na avaliação de Charles Dumas, economista-chefe da casa de análise britânica Lombard Street Research, o referendo poderia dissipar a ilusão de que o recente pacote salvaria o euro, mas ele também poderia melhorar a economia europeia, independentemente do resultado.
"A Grécia tem poucas chances de cumprir o seu programa de austeridade dentro do euro. Se a Grécia votar contra ele, uma saída do euro teria que ser negociada, e a economia encontraria o seu próprio nível. Se o voto for a favor, a Grécia assumirá as propostas de corte de gastos públicos e reformas fiscais", pondera Dumas.
Ao votar contra o pacote, mesmo que a saída do euro seja a solução econômica racional, Dumas lembra que a Grécia tem seu sistema bancário dependente do BCE para depósitos, o que demandaria uma negociação de ambos os lados.
Em uma possível saída, "a economia da Grécia e um novo dracma, moeda grega, poderiam se equilibrar e, provavelmente, contariam com ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI)".
Se o país votar a favor do programa de austeridade, Dumas considera que haverá mais chances de funcionar e o setor privado terá que aceitar a sua contribuição para o negócio: o pagamento de impostos para uma mudança.
"As chances dessas reformas terem sucesso será muito maior se elas não forem vistas como alguma imposição alienígena", disse.
Voto de confiança
Mas antes de cogitar sobre o resultado do referendo, o voto de confiança de Papandreou no Parlamento se faz essencial. A expectativa é que o futuro do primeiro-ministro seja decidido na sexta-feira (4/11).
De acordo com o Citi, se ele não passar, eleições serão antecipadas e o partido de oposição possivelmente formará um novo governo. Nesse caso, é improvável que aconteça um referendo.
Mas em qualquer um dos casos, a incerteza sobre a evolução política na Grécia estará na agenda das próximas semanas.


QUINTA-FEIRA, 3 DE NOVEMBRO DE 2011

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