Se permitirmos que continue a tendência atual, a da FaMa (FAzenda, Mineração e MAquiladoras), reforçaremos a nossa tradição histórica de sermos uma BelIndia (uma elite financeira alienada, egoísta e totalmente descompromissada com a situação da maioria da população – a nossa porção Bélgica) e uma imensa maioria de pessoas submetidas a condições de subsistência (a porção Índia (a parte pobre de lá) da nossa realidade) – vivendo abaixo das condições mínimas para ter dignidade (uma sub existência).
O autor procura demonstrar a trajetória do desenvolvimento capitalista nos dois últimos séculos, período em que se evidenciou o desejo subjetivo da posse material, resultando num processo de exclusão de grande parte da população que tem o trabalho como condição fundamental de sobrevivência, contrapondo com os 0,2% da população mundial detentores de quase 50% da riqueza global.
Destaca a necessidade de novos rumos para a humanidade com um desenvolvimento menos devastador, em que se priorize o ser humano e o meio ambiente, buscando a valorização dos bens simultaneamente à melhoria do bem-estar de todos e a menor agressão possível ao meio-ambiente, sob pena de prevalecer “...as duas categorias básicas de homens a se manterem no porão do navio; os pobres excluídos da dignidade humana e os ricos condenados à solidão e à lógica da rivalidade”(p. 18).
Se lutarmos pela VaCo (VAlor agregado e COnhecimento), se nos indignarmos e batalharmos contra esta “espécie” que parasitou a Humanidade – as Corporações Financeiras (este Frankenstein, que NÓS CRIAMOS) – poderemos sonhar com o improvável (que várias vezes ocorreu na História, como nos lembra Edgar Morin, em A Via para o futuro da Humanidade (um dos exemplos citados foi a derrota do Nazi Fascismo)): conseguirmos uma Sociedade com características das VERDADEIRAS SOCIAIS DEMOCRACIAS (Exemplos: Alemanha, Noruega, Suécia, etc.).
Mas a luta é de toda a Humanidade, pois mesmo estas VERDADEIRAS SOCIAIS DEMOCRACIAS estão sob ataque da Lógica Sistêmica (e desumana) da Globalização APENAS Financeira (a fase atual da evolução do Capitalismo).
Marcio Pochmann: Clássico brasileiro é Vaco vs. Fama
publicado em 22 de agosto de 2011 às 9:35
21 de Agosto de 2011 – 9h38
Marcio Pochmann*: A encruzilhada brasileira
O processo democrático das três últimas eleições nacionais conformou uma nova maioria política comprometida com a sustentação do atual ciclo de expansão econômica. A antiga maioria política, constituída pela Revolução de 30, e que por cinco décadas conduziu o projeto de industrialização nacional, desfez-se com a crise da dívida externa (1981-1983).
A imposição imediata da queda na taxa de lucro do setor produtivo se manteve sobretudo pelas medidas macroeconômicas de esvaziamento do mercado interno em prol de alta exportação e baixa inflação.
Nesse contexto, as alternativas implementadas por acordos políticos de ocasião buscaram compensar o sentido redutivo da taxa de retorno dos investimentos produtivos por meio da crescente valorização dos improdutivos ganhos financeiros. Assim, o Brasil mudou da macroeconomia da industrialização para a da financeirização da riqueza, com elevados ajustes fiscais.
Nos anos 1990, por exemplo, a sustentação do custo ampliado com o pagamento do endividamento público, derivado de altas taxas de juros reais, se mostrou capaz de repor aos grupos econômicos tanto o retorno econômico perdido pelo fraco desempenho da produção como a garantia do próprio sucesso eleitoral. Mesmo assim, os sinais de regressão econômica e social tornaram-se maiores.
Nas eleições de 2002 a 2010, contudo, fortaleceu-se inédita força política gerada pela aglutinação dos setores perdedores do período anterior com parcela crescente de segmentos em trânsito do ativo processo de financeirização da riqueza para o novo ciclo de expansão dos investimentos produtivos.
Com isso, reacendeu-se o compromisso da maioria política emergente com a manutenção da fase expansiva da economia, embora dúvidas permaneçam em relação ao perfil do desenvolvimento brasileiro. A encruzilhada nacional dos próximos anos reside aí: o resultado da disputa no interior da maioria política pelo Brasil da Fama (fazenda, mineração e maquiladoras) ou pelo Brasil do Vaco (valor agregado e conhecimento).
O cenário atual de moeda nacional valorizada faz avançar o Brasil dependente da exportação de matérias-primas e da geração de produtos internos com forte conteúdo importado. Dessa forma, a taxa de investimento abaixo de 20% do produto é suficiente, assim como a contenção da inovação tecnológica, suprida por compras externas.
O Brasil da Fama cresce, gerando mais postos de trabalho na base da pirâmide social e ocupando maior espaço global. Sua autonomia e sua dinâmica parecem menores diante dos imutáveis graus de heterogeneidade econômica e social que marcam o subdesenvolvimento.
O Brasil do Vaco, por outro lado, pressupõe reafirmar a macroeconomia do desenvolvimento sustentada em maior valor agregado e conhecimento. A superimpulsão dos investimentos é estratégica, pois gera agregação de valor em cadeias produtivas e ampliação da inovação tecnológica e educacional. Assim, o novo desenvolvimento brasileiro rompe com o atraso secular da condição subordinada do Brasil no mundo.
* Marcio Pochmann é professor licenciado do Instituto de Economia e do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas, é presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Frases extraídas do PDF(link abaixo):
No livro de Márcio Pochmann1 “Qual Desenvolvimento? Oportunidades e Dificuldades do Brasil Contemporâneo” (2008), percebemos uma interdisciplinaridade bastante ampla que perpassa vários temas nas áreas da economia, da administração, da política, da história e da sociologia, com conclusões embasadas em autores clássicos destas áreas como Adam Smith, David Ricardo, Celso Furtado, Thomas Malthus, Eric Hobsbawm, Manoel Castells, Hannah Arendt, Karl Marx e outros, além de farto material estatístico de fontes como UNCTAD, IBGE e IPEA.
Os dados analisados são referentes a um período que se encerra em 2006, o que gera a expectativa de novo estudo do autor, contendo reflexões para a atual crise percebida em 2008.
O autor procura demonstrar a trajetória do desenvolvimento capitalista nos dois últimos séculos, período em que se evidenciou o desejo subjetivo da posse material, resultando num processo de exclusão de grande parte da população que tem o trabalho como condição fundamental de sobrevivência, contrapondo com os 0,2% da população mundial detentores de quase 50% da riqueza global.
Destaca a necessidade de novos rumos para a humanidade com um desenvolvimento menos devastador, em que se priorize o ser humano e o meio ambiente, buscando a valorização dos bens simultaneamente à melhoria do bem-estar de todos e a menor agressão possível ao meio-ambiente, sob pena de prevalecer “...as duas categorias básicas de homens a se manterem no porão do navio; os pobres excluídos da dignidade humana e os ricos condenados à solidão e à lógica da rivalidade”(p. 18).
O autor inicia a análise fazendo um balanço do trabalho dito heterônomo, ou seja, o trabalho realizado em troca de uma remuneração necessária e suficiente para a sobrevivência, sem desconsiderar os segmentos populacionais mais abastados, para os quais este tipo de trabalho não chega a fazer parte de nenhum momento da vida.
Para sobreviver hoje, um trabalhador brasileiro tem uma jornada de trabalho de 2 mil horas por ano, enquanto na Holanda, por exemplo, esta mesma jornada média já é inferior a 1,4 mil horas anuais. O desenvolvimento vem arrefecendo as jornadas, pois nas antigas sociedades agrárias, chegavam a superar 4 mil horas anuais, consumindo quase 70% de todo o tempo de vida das pessoas. Este tempo de trabalho de subsistência foi reduzido para 45% nas sociedades industriais e 20% nos dias atuais.
A regressão na jornada de trabalho é decorrente de fatores como o aumento da expectativa de vida, 80 anos com tendência de chegar aos 100; a introdução tardia do jovem no mercado de trabalho, antigamente precoce e hoje, principalmente nas famílias mais ricas, após o término da educação superior.
Destaca ainda que esta redução na jornada de trabalho para subsistência é enganosa, uma vez que, com a urbanização das atividades econômicas, ocorreu o aumento da distância entre a moradia e o local de trabalho com conseqüente incremento do tempo de deslocamento, pelo qual o trabalhador não é remunerado, juntamente com outras atividades que não representam tempo livre de fato como afazeres domésticos, demandas burocráticas para a sobrevivência própria e da família, pagamento de contas entre outras que acompanham a modernidade.
Até 1970 o sistema fordista-taylorista teve grande importância no desenvolvimento da indústria mundial, mesmo em países com baixa taxa de alfabetização como o Brasil e o México, por exemplo. Com a desaceleração das vendas e elevação dos preços dos bens de produção, um novo modelo se apresenta com o processo de terceirização no interior dos países e com a internacionalização das grandes empresas, na busca estratégica de minimização de custos, descentralização de poder com redução das numerosas escalas hierárquicas, operação com estoque reduzido (JUST IN TIME), fusão e conglomeração de empresas, especialização nas atividades produtivas em busca da competitividade no contexto do livre comércio internacional, bem como maximização da produtividade.
No ambiente laboral ocorre um direcionamento para o desenvolvimento tecnológico e conseqüente automação dos processos manufaturados, a elevação das funções mais intelectualizadas e qualificadas e uma maior responsabilidade sobre a produção, obrigando o trabalhador a executar múltiplas funções.
Como exemplos dessa nova realidade, a General Motors e a Ford americanas reduziram seus contingentes de trabalhadores em 50%, entre 1976 e 2006. E empresas como a Nike, terceirizaram quase 95% dos trabalhadores envolvidos com a sua produção e o marketing tornou-se o seu maior custo operacional. O desenvolvimento tecnológico e de gestão chega também na agroindústria, onde o emprego de mão-de-obra, em países mais desenvolvidos, não chega a 5% do total da ocupação.
Com a internacionalização das grandes empresas, Pochmann mostra outra face da modernidade que é a proliferação de holdings financeiras em paraísos fiscais, inicialmente com as funções lícitas de prestar serviços financeiros a estes grandes grupos, como o pagamento de royalties, repratriamento de lucros e outros serviços. Estas funções foram desvirtuadas para a sonegação de impostos e desvios financeiros ilícitos.
Nesse novo cenário econômico mundial, permanece a relação de desigualdade entre os países de centro e periferia. Esta, mesmo respondendo por mais da metade da expansão do PIB mundial, continua dependente da exportação da monocultura agrícola e do fordismo industrial periférico, cujos trabalhadores sofrem mais diretamente os efeitos
nefastos da globalização, do liberalismo comercial, da desregulamentação das leis trabalhistas e da segregação sócio espacial. Paralelamente, oligopólios são responsáveis pela dominação dos principais mercados, como é o caso dos setores de computadores e automóveis, com número restrito de empresas dominando mais de 90% da produção mundial.
Entre 1930 e 1970, período em que a economia mais cresceu no planeta, o Brasil foi um dos países que mais cresceu no mundo, com uma das maiores taxas médias anuais de variação positiva do PIB, concentrando, porém desigualmente esse desenvolvimento tanto geográfica, quanto socialmente, mantendo a política de exclusão de grande parcela da população da divisão das vantagens do crescimento econômico.
Também em relação às empresas existentes no período, o autor denomina “andar de cima” as grandes e médias empresas e “andar de baixo”, as micro e pequenas empresas, para dizer que o Estado facilitou a modernização tecnológica, a concessão de créditos bancários e um sistema de compras públicas, para as “de cima” em detrimento das “de baixo”, estas deixadas para conviver e competir com as “forças do selvagem mercado” que tendem a prevalecer, “pois o sistema de cooperação, que valoriza o local e a comunidade, permanece numa segunda linha, geralmente no plano da retórica”.
Se o ritmo médio de expansão econômica verificado no período de 1955 a 1980 fosse mantido, o país seria, em 2006, a terceira economia do mundo enquanto a China seria a quarta. Mas, a partir de 1980, final dos governos militares, até o final do governo de Fernando Henrique Cardoso, a economia brasileira entrou em profunda inflexão, com retração nos níveis de investimentos, produção e consumo. O mesmo ocorrendo com a oferta de emprego na indústria. Em 1999 o Brasil apresentava o mesmo percentual de empregos industriais - em relação ao mundial - que o apresentado em 1940.
Com o crescente desemprego os indicadores de pobreza e desigualdades sociais são potencializados e a lógica da transferência da renda dos pobres para os ricos fica evidenciada pelo ciclo da ciranda financeira. Enquanto a carga tributária, nos anos de 1990, subiu 10%, o rendimento do trabalho perdeu 9% de sua participação no total da renda nacional. Se em 1980 a renda do trabalho representava 50% de toda a renda nacional, em 2002 estava na casa dos 35%.
Esse achatamento da renda do trabalho volta a exigir mais procura por trabalho para a sobrevivência ou trabalho heterônomo. Nesse período o desemprego quadruplicou, tanto em função da retração da economia quanto por outros motivos tais como o avanço das horas extras; a busca de remuneração complementar para compensar o rebaixamento salarial; 3,2 milhões de brasileiros com duplo ou triplo trabalho; 6 milhões de aposentados e pensionistas laborando.
O autor prevê que no atual momento de retomada do crescimento, o país sinaliza para uma nova realidade que é a expansão do agronegócio, a partir da agro energia. Para tanto precisa avançar em tecnologia com o fim, não somente, de elevar a produtividade, mas, principalmente de repassar equanimemente a toda população os benefícios desta alavancagem, com uma possível e efetiva participação do Estado no intuito de promover oportunidades também aos pequenos produtores e micro-usineiros. Pochmann ressalta, ainda, que essa atividade não pode se restringir às forças do livre jogo do mercado, sob pena de pôr em risco a independência nacional.
O Brasil precisa constituir com um novo padrão de políticas públicas, uma espécie de Sistema Único de Inclusão Social, que compreenda um conjunto amplo de ações verticais nas três esferas governamentais, para permitir o esenvolvimento de um novo modelo de gestão descentralizado, com a intersetorialização, articulação e integração de um amplo e inovador conjunto das políticas públicas orientadas para o enfrentamento da questão social brasileira.
Sobras
A pobreza absoluta e o analfabetismo que atingiam cerca de oito a cada dez brasileiros regrediram a mais da metade da população.
Após o regime militar, os novos ricos proprietários do capital portador de juros alcançaram centralidade na agenda nacional.
Mesmo tendo passado historicamente por distintos ciclos econômicos (cana de açúcar, ouro, café e industrialização) e diversos regimes políticos (império, república, ditadura e democracia), o padrão distributivo e a estrutura social carregam, ainda hoje, marcas de enorme anacronismo e conservadorismo selvagem.
Em busca da nossa emancipação econômica:
Reconhecimento de que as políticas de corte neoliberal foram responsáveis, em grande media, pela manutenção do baixo ritmo de expansão econômica;
Com a revisão no papel do Estado, empresas públicas foram privatizadas sem que a herança do subdesenvolvimento tenha sido abandonada.
Os ricaços de hoje dificilmente teriam o mesmo sucesso na vida não fosse a corrosão do caráter do homem público em meio ao avanço do submundo privado e da especulação financeira com o dinheiro público.
É por isso que há dificuldade de localizar nos ricos de hoje algum sentimento de missão com o qual o país possa se identificar.
Na toada deste modelo econômico comprometido com as altas finanças e distante de uma reforma tributária que atue progressivamente sobre os ricos, prossegue intocável o processo de enriquecimento improdutivo.
Ver também (além do PDF):
APARTE - Inclusão Social em Debate Márcio Pochmann Opiniões
Marcio Pochmann lança novo livro sobre desenvolvimento
Pochmann: A batalha pelo primeiro emprego + Qual Desenvolvimento? + E-trabalho
O emprego no desenvolvimento da nação
Ver o artigo do gráfico acima em:
The American Dream (O Sonho Americano) é uma animação de 30 minutos, que mostra como os EUA e o mundo foram enganados pelos bancos e corporações.
Todos nós fomos afetados pelo capitalismo consumista, nos esforçamos para realizar o "sonho americano", propagandas que nos fazem buscar carros, roupas, casas para ostentar status social, nos obrigam a trabalhar em coisas inúteis que não produzem nada pra sociedade, pra comprar coisas que não precisamos.
Esse filme mostra por que o sonho está ficando cada vez mais distante.
O filme é um desenho por questões didáticas.
The American Dream [Legendado] (parte 1)
The American Dream [Legendado] (parte 2)
Esta animação é muito didática em demonstrar como INFLAÇÃO (gerada por Dívidas Públicas/Privadas) e IMPOSTOS nos ESCRAVIZAM ! A VERDADE nos libertará.
Obtido em::
O objetivo do Blog é informar as pessoas sobre os mais variados assuntos, os quais não se vê com frequência nas mídias convencionais e ajudar a esclarecer duvidas sobre a nossa complexa realidade. Não pedimos e nem esperamos que acreditem no que é apresentado aqui sem primeiro investigar por vocês mesmos, e nós insistimos que você o faça !
Busque informação e ajude a disseminá-la! Com informação vem conhecimento, com conhecimento sabedoria, a sabedoria lhe aproxima da verdade... e a verdade o libertará!
Capitalismo Parasitário - Definição e Estratégias
Uma paródia, com "qualidade duvidosa", mas que funciona como uma sátira da Ditadura Financeira.
Como no passado Planeta dos Macacos ridicularizou as Ditaduras Militares.
http://reflexeseconmicas. blogspot.com.br/2011/04/ capitalismo-parasitario- definicao-e.html
Desenvolvimento sem trabalho (De Masi)
São Paulo: manicômio 18 milhões pessoas presas em seus veículos várias horas/dia.
Europa: PAIS TRABALHAM 10/12 HORAS/DIA E FILHOS NÃO CONSEGUEM TRABALHAR...
Mudaremos forma de DISTRIBUIR RIQUEZA QUE NOSSA INTELIGÊNCIA GEROU << ou >>
REPRISAREMOS (CRISES CAPITALISMO=EXCESSO PRODUÇÃO) velha fórmula:
“DESTRUIR EXCESSO CAPACIDADE PRODUTIVA” para manter OS MERCADOS FUNCIONANDO ??
Falar em “EXCESSO CAPACIDADE PRODUTIVA” é UM CRIME em um mundo onde 5 bilhões de pessoas tem carências básicas para sobrevivência !!
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