quinta-feira, 3 de novembro de 2011

[SINAPSES] A Jogada do Século - The Big Short - Michael Lewis - descreve a combinação de ganância, falta de ética e incompetência que esteve na origem da maior crise económica e financeira desde a Grande Depressão dos anos 30

De: Claudio Estevam Prospero
Enviada em: terça-feira, 14 de junho de 2011
Assunto: [SINAPSES] A Jogada do Século - The Big Short - Michael Lewis - descreve a combinação de ganância, falta de ética e incompetência que esteve na origem da maior crise económica e financeira desde a Grande Depressão dos anos 30
















TERÇA-FEIRA, 14 DE JUNHO DE 2011
The Big Short - Michael Lewis

É um excelente relato da história da crise do mercado subprime nos EUA centrado no punhado de investidores que previram a catástrofe e que descreve a combinação de ganância, falta de ética e incompetência que conduziram ao colapso deste mercado que esteve na origem da maior crise económica e financeira desde a Grande Depressão dos anos 30.

Escrito num estilo de excelente jornalismo, este livro descreve a máquina que criou milhões de milhões de dólares de empréstimos de empréstimos subprime que depois eram "transformados" em activos supostamente sem risco com o beneplácito das autoridades de supervisão e a "cumplicidade"  das agências de notação [risco] que são descritas no livro como "morally banckrupt and living in fear of being actually bankrupt" [1] , cujos modelos inteiramente inadequados e um conhecimento limitado dos activos em que se baseavam os títulos - cujos riscos os próprios administradores dos bancos de investimento que os criavam eram incapazes de compreender - a que atribuíam notações que eram "colocados" junto de investidores que confiavam nesses ratings sem terem consciência dos riscos envolvidos conduzindo a um mundo em que "too many people were taking far too may financial statemens on faith". [2]

Confiança que se desmoronou quando o nível de inadimplência nos empréstimos subprime começou a aumentar e os CDO (Collateralized Debt Obligations)  baseados nesses empréstimos perderam a quase totalidade do seu valor, gerando perdas de centenas de milhares de milhões de dólares e forçando à intervenção maciça dos bancos centrais e dos governos para evitar o colapso do sistema financeiro.

[1] moralmente falidas e vivendo no medo de ser realmente falidas

[2] muitas pessoas estavam podendo contratar demasiados empréstimos apenas baseados em fé [de que o mercado imobiliário se valorizaria eternamente !!!]


Crise Financeira

Frente à gravidade da crise financeira planetária, e às inúmeras reações e análises que temos recebido, pareceu-nos útil organizar aqui um Dossiê da Crise, que permita aos pesquisadores e analistas terem acesso a alguns dos principais textos, tomadas de posição e estudos que surgem. Trata-se portanto de material de trabalho para quem queira acompanhar o assunto. E vale a pena, porque o assunto vai nos acompanhar, queiramos ou não.
Ver os textos em:



Goldman Sachs perde apoio oficial e poder nos EUA
Com influência histórica na Casa Branca, banco é acusado de enganar o Congresso americano e seus clientes após a crise financeira global
16 de maio de 2011 | 0h 00


Gustavo Chacra - O Estado de S.Paulo
CORRESPONDENTE / NOVA YORK





Brendan Mcdermid/Reuters-16/7/2010
Sem poder. Goldman Sachs perde prestígio que tinha junto ao governo americano desde 1932
Símbolo de Wall Street, o Goldman Sachs sempre teve reputação de ser uma das mais poderosas instituições financeiras do mundo, chegando a ser ironicamente apelidado de "Government Sachs", em alusão à sua influência na Casa Branca.
Desde sua fundação no século 19, superou várias crises, incluindo a depressão dos anos 30 e o colapso financeiro de 2008, que sugou o concorrente Lehman Brothers e enfraqueceu o Merrill Lynch. Agora, pela primeira vez, vê sua imagem se deteriorar e seu poder se esvair diante de escândalos, com seu presidente, Lloyd Blankfein, correndo riscos no cargo.
As ações do Goldman despencaram no último mês de US$ 184 para US$ 142 depois de o Senado publicar relatório de 640 páginas afirmando que o banco enganou o Congresso e seus clientes em apostas no mercado imobiliário, principal responsável pela eclosão da mais grave crise financeira dos Estados Unidos em sete décadas. A instituição nega.
Pesquisa da Bloomberg indica que 54% dos investidores americanos têm imagem negativa do Goldman. O banco foi alvo de críticas até mesmo no documentário vencedor do Oscar, Inside Job (Trabalho Interno, no Brasil) sobre a crise de 2008.
Para completar, há poucas semanas foi lançado o livro "Money and Power - How Goldman Sachs Came to Rule the World", do colunista do New York Times William Cohan. Ele mostra como nos últimos anos a instituição perdeu o apoio que costumava ter em Washington desde 1932, quando seus dirigentes estabeleceram relação de amizade com Franklin Roosevelt.
Em 2008, na administração de George W. Bush, o secretário do Tesouro era Henry Paulson, ex-presidente do Goldman. Outros antigos integrantes do banco ocupavam cargos de destaque, como Steve Friedman, presidente do Federal Reserve (Banco Central) em Nova York, que também dirigiu o Conselho Nacional de Economia, e Josh Bolten, chefe de gabinete de Bush.
Agora, nos anos de Barack Obama, segundo Cohan, "os amigos do Goldman no alto escalão, sempre tão fundamentais para o sucesso da empresa, estão abandonando o apoio à instituição. Para complicar, no atual clima político polarizado em questões socioeconômicas, o Goldman se sente cada vez mais isolado e demonizado".
O senador Carl Levin, presidente da comissão que investiga crimes financeiros no Congresso, é visto como o maior inimigo do Goldman em Washington. Ele admite que sua raiva é profunda. "Eles ganharam muito dinheiro através de apostas contra o mercado imobiliário e mentiram sobre isso. A cobiça deles é incrivelmente intensa". Acrescentou em depoimento que "as provas demonstram que o Goldman repetidamente colocou seus interesses acima dos clientes e das comunidades."
Lula-vampiro. Até na cultura popular o Goldman é atacado, como no filme em que Michael Moore visita a antiga sede do banco em Nova York para pedir de volta o dinheiro dos contribuintes - na verdade, o banco aceitou o dinheiro a contragosto, pois não precisava, e pagou integralmente o empréstimo no prazo e com juro.
O ataque mais duro veio na revista Rolling Stone, em reportagem dizendo que "a primeira coisa que as pessoas precisam saber sobre o Goldman Sachs é que eles estão em todos os lugares". Diz ainda que "o mais poderoso banco de investimentos do mundo é uma grande lula-vampiro ao redor do rosto da humanidade, sugando o sangue de qualquer coisa que cheire a dinheiro".
Em abril, o escritor Frederick Kayfman publicou artigo no site da revista Foreign Policy acusando o Goldman de estar por trás do aumento do preço dos alimentos. Vários economistas disseram se tratar de exagero.
Como não depende de marketing para vender seu produto, já que seus clientes se importam mais com o retorno financeiro, Blankfein deu umas escorregadas quando, ao sair de depoimento no Congresso, disse que "precisava fazer o trabalho de Deus".
Nos últimos meses, com os problemas do banco se acentuando, ele disse em entrevista à rede CNN que é "preciso recuperar a confiança do público, não temos outra opção". Alguns de seus aliados dizem se tratar de campanha populista de Washington, que precisa arrumar bode expiatório e a saída é sempre culpar o Goldman, que teve queda de 38% no faturamento em 2010. Blankfein conta com o apoio do bilionário Warren Buffett, principal investidor do grupo, mas está longe de ser a personalidade do ano do Financial Times em 2009 e o mais influente da Vanity Fair no mesmo ano.
No livro, um ex-sócio do banco, agora em nova sede ao lado de onde estava o World Trade Center, disse que "o Goldman é criticado por ser bem-sucedido. Se todos os bancos de investimento fizessem o mesmo, não teria havido crise financeira". Outro acrescentou que o "Goldman tem capacidade de mudar e continuar fazendo dinheiro". 



Livro derruba 23 mitos do capitalismo
Crítico do neoliberalismo adotado a partir dos anos 80, autor sul-coreano Han-Joon Chang diz que livre mercado não existe.
20 de outubro de 2010 | 7h 11


BBC Brasil
A crise financeira de 2008 expôs ao mundo as fraquezas de um ídolo que parecia indestrutível desde a queda do muro de Berlim: o capitalismo.
O economista sul-coreano Han-Joon Chang, da Cambridge University, na Inglaterra, é um dos mais eminentes críticos das políticas neoliberais em voga desde a década de 80.
Autor dos livros Bad Samaritans: The Myth of Free Trade and the Secret History of Capitalism (em tradução livre, Maus Samaritanos: O mito do livre comércio e a história secreta do capitalismo) e 23 Things They Don't Tell You About Capitalism (em tradução livre, 23 coisas que não te dizem sobre o capitalismo), publicados recentemente, Chang disse à BBC que não é um anticapitalista (veja no final do texto a lista de afirmações do livro).
"O capitalismo é o pior sistema, excluídos os outros", ironiza.
Chang disse que muitos dos críticos ou admiradores do sistema estão convencidos de que sabem o que é o capitalismo - mas estão enganados. O economista disse que o que tenta fazer em seus livros é mostrar que muitas das premissas usadas para definir o sistema são meias verdades ou puro mito.
"A idéia do livre mercado, por exemplo. O mercado livre não existe. Todo mercado tem regras e limites que restringem a liberdade de escolha."
Ele pergunta, por exemplo, por que um motorista de ônibus na Suécia ganha 50 vezes mais do que um em Nova Déli (na Índia).
"Porque o de Nova Déli não pode ir à Suécia, pois há limites ao fluxos migratórios."
Outro mito, ele explica, é aquele que propõe que quanto mais livre o mercado e quanto menos envolvimento do governo, maior a riqueza.
Segundo Chang, a coisa não funciona dessa forma. E para ilustrar sua tese, ele cita o caso da desregulamentação do sistema financeiro ocorrida desde a década de 80.
"Como se viu na crise financeira de 2008, (a desregulamentação) destruiu muita riqueza."
Desenvolvimento

Outro mito capitalista, na opinião de Chang, é a idéia do livre comércio. Países desenvolvidos dizem que as nações em desenvolvimento têm de permitir o livre fluxo de capitais e mercadorias para que possam se desenvolver.
Mas essa posição ignora a política adotada historicamente pelos próprios países desenvolvidos - ele diz.
"Tomemos o caso do Reino Unido, berço da Revolução Industrial. No século 17, Daniel Defoe, autor de Robinson Crusoé, além de empresário e espião, publicou uma história sobre o comércio inglês que mostra o protecionismo aplicado desde o século 15".
"Esta política segue até o século 19, quando o Reino Unido se tornou partidário do livre comércio porque já havia desenvolvido sua indústria e não precisava protegê-la."
Chang diz achar "curioso" que a Grã-Bretanha, ao abraçar a idéia do livre comércio, apaga sua própria história e prega algo que não praticou para se desenvolver, ou seja, exige que o resto do mundo adote o livre comércio.
Ainda ilustrando esse ponto, ele lembra que os Estados Unidos não adotaram a política de livre comércio defendida pelos britânicos.
"No século 19 e nas primeiras décadas do século 20, os EUA foram o país mais protecionista do mundo. E uma vez que desenvolveram plenamente sua indústria, exigiram do resto que se convertesse ao livre comércio."
Segundo Chang, a lista de países que usaram uma estratégia similar é grande: França, Japão, Alemanha, Finlândia, Itália, Noruega e Áustria, entre outros.
O economista cita ainda o caso de seu país natal, a Coréia do Sul.
Ele conta que nasceu em 1963, período em que a renda per capita na Coréia do Sul equivalia a menos do que a metade da de Gana.
Em 1977, a renda per capita havia subido para US$ 1 mil e o país se transformara em um grande exportador de automóveis, semicondutores e outros produtos de grande elaboração técnica.
"A Coreia do Sul aplicou todas as receitas que os países desenvolvidos dizem que não se deve aplicar: subsídios, protecionismo, planos estatais, intervencionismo...", enumera Chang.
"Não digo que essa política seja uma varinha mágica. O que digo é que se você estuda a realidade dos países em desenvolvimento no pós-guerra, a história oficial que prega o neoliberalismo, com o FMI e o Banco Mundial no comando, não condiz com a realidade."
Para Chang, o milagre japonês é um exemplo claro, assim como os casos da China e da Coréia do Sul.
Globalização

A idéia da inevitabilidade da globalização como resultado do advento da internet é, segundo Chang, mais um dos mitos do capitalismo.
O economista diz que a invenção do telégrafo, no século 19, produziu uma revolução nas comunicações muito maior do que a internet.
"Antes do telégrafo, demorava-se duas semanas para se transmitir uma mensagem transatlântica por barco. Com o telégrafo, isso foi reduzido para sete minutos."
"E se compararmos ambas as épocas, o mundo do barco a vapor e do telégrafo estava muito mais globalizado do que o dos anos 40, 50 e 60 no século 20, apesar da enorme diferença tecnológica."
Chang diz que as transações financeiras são feitas em segundos, mas lembra que elas só são possíveis porque os mercados financeiros foram desregulados.
"Recorrer à tecnologia é uma maneira de negar que, na realidade, trata-se de uma decisão política."
Veja a lista de afirmações do livro
1. Não existe livre mercado.
2. Companhias não deveriam ser administradas segundo os interesses de seus donos.
3. A maioria das pessoas nos países ricos ganha mais do que deveria.
4. A máquina de lavar mudou mais o mundo do que a internet.
5. Espere o pior das pessoas e você receberá o pior.
6. Maior estabilidade macroeconômica não tornou a economia mundial mais estável.
7. Políticas de livre mercado raramente tornam países pobres mais ricos.
8. Capital tem nacionalidade.
9. Não vivemos na era pós-industrial.
10. Os Estados Unidos não têm o melhor padrão de vida do mundo.
11. A África não está destinada ao subdesenvolvimento.
12. O governo pode escolher os ganhadores.
13. Tornar pessoas ricas mais ricas não enriquece o restante das pessoas.
14. Os salários de executivos americanos são altos demais.
15. As pessoas nos países pobres são mais empreendedoras do que as dos países ricos.
16. Não somos espertos o suficiente para deixar as coisas a cargo do mercado.
17. Mais educação, por si só, não vai tornar um país mais rico.
18. O que é bom para a General Motors não é necessariamente bom para os Estados Unidos.
19. Apesar da queda do comunismo, ainda estamos vivendo em economias planejadas.
20. Igualdade de oportunidades é desigual.
21. Um governo grande torna as pessoas mais - e não menos - abertas às mudanças.
22. Mercados financeiros precisam se tornar menos, não mais, eficientes.
23. Boas políticas econômicas não requerem bons economistas.
--
Atenciosamente.
Claudio Estevam Próspero 
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